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Expresso 25 anos

5-DEZ-98

Novo 1º ministro afirma

«A fortuna de Nino é maior do que a dívida da Guiné»

Gama aconselhou Marcelo a não ir à Guiné

O NOVO primeiro-ministro da Guiné-Bissau é um crítico feroz de Nino Vieira e não hesita em incluí-lo na galeria dos ditadores.

«Todos nós não erraremos muito se culparmos o senhor Nino Vieira de assassínios, de espancamentos, de calúnias, de difamações e indignificação de dirigentes», afirmou Francisco Fadul ao EXPRESSO, numa entrevista concedida na Guiné, antes da sua indigitação para chefe do chamado «Governo de Unidade Nacional». Razão porque entende que o Presidente deveria ser julgado, «como exemplo de imparcialidade do Estado».

Militante do PAIGC durante 21 anos e assessor jurídico e social do Presidente da República durante quatro, Francisco Fadul entrou em ruptura com o partido e com Nino há cerca de dez anos. Citando o jovem Presidente da vizinha Gâmbia, o novo primeiro-ministro considera que «a razão directa do subdesenvolvimento em África é a incompetência e a corrupção dos dirigentes».

Neste contexto, acusa Nino de ser «um dos homens mais ricos do mundo», com uma fortuna «estimada num montante aproximado ao da dívida externa da Guiné-Bissau».

Amigo pessoal do brigadeiro Ansumane Mané, com quem trabalhou no palácio presidencial, era o principal assessor civil da Junta Militar, que impôs o seu nome para primeiro-ministro. Filho de pai libanês e de mãe guineense, Francisco Fadul, de 44 anos, estudou direito em Portugal.

Na entrevista ao EXPRESSO, admite que o derrube de Luís Cabral, em 1980, foi um erro. «Se ele entendesse voltar para a Guiné hoje, eu seria capaz de ir esperá-lo ao aeroporto, para lhe dar as boas vindas», acrescentou o novo chefe do Governo da Guiné-Bissau.

Gama desaconselha Marcelo a ir

Entretanto, perante a alegada incompatibilidade dos acordos de paz com a Constituição guineense, o representante da União Europeia na Guiné, Miguel Amado, convidou Marcelo Rebelo de Sousa para se deslocar a Bissau e, enquanto jurista, ajudar a resolver a questão.

Amado comunicou a diligência ao embaixador português em Bissau e justificou-a com o facto de Marcelo, além de amigo pessoal de Nino Vieira, ser também amigo de um dos principais elementos da Junta Militar, Emílio Costa, seu antigo doutorando na Faculdade de Direito de Lisboa.

Marcelo condicionou, porém, a sua ida à concordância do Governo e, nesse sentido, contactou António Guterres e Jaime Gama , que o desaconselhou a fazer a viagem, reagindo mal ao facto de não ter sido informado do convite pelo embaixador na Guiné.

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