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Expresso 25 anos

09-JAN-99

CPLP regressa à mediação?

A JUNTA Militar guineense propôs que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) seja novamente solicitada a desempenhar uma missão de observação no processo de paz da Guiné-Bissau. A ideia foi apresentada na terça-feira, na reunião das chefias militares das partes beligerantes com os oficiais de ligação da Comunidade Económica para o Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO) e com os comandantes dos contingentes do Senegal e da Guiné-Conacri, aliados do Presidente Nino Vieira.

O recurso à mediação lusófona pode tornar-se incontornável, dado o atraso na ida das forças de interposição da Ecomog, o braço armado da CEDEAO, actualmente atarefada com a crise na Serra Leoa.

Entretanto, a tensão reinante desde o início da semana na Guiné-Bissau deu lugar, nos últimos dias, a um certo alívio, após a marcação de mais um encontro, ontem, entre o Presidente, Nino Vieira, e o primeiro-ministro, Francisco Fadul. Na quarta-feira à noite e quinta-feira de madrugada foram ouvidos tiros em Bissau, tendo uma das partes beligerantes acusado a outra dos disparos.

Sem esperar pelo resultado do encontro entre Nino Vieira e Francisco Fadul, a população de Bissau continua a abandonar provisoriamente a capital por todos os meios possíveis, procurando um refúgio precário nas regiões do interior do país, onde a maioria da Administração e dos serviços se encontra paralisada desde o início do conflito, no passado dia 7 de Junho, com os funcionários sem receberem vencimento há sete meses.

A divergência entre o Presidente da República e a Junta Militar sobre os titulares das pastas do futuro executivo poderá ser ultrapassada neste encontro. Segundo informações confidenciais a que o EXPRESSO teve acesso, o chefe de Estado teria aceite alterar a sua proposta inicial do nome de seis governantes, que tinham sido vetados pela Junta Militar.

Das oito personalidades do Executivo que deviam ser indigitadas por iniciativa presidencial, os homens do brigadeiro Ansumane Mané aprovaram apenas os do empresário Carlos Domingos Gomes - proposto para ministro da Justiça e do Trabalho - e do engenheiro Carlos Pinho Brandão, para secretário de Estado da Energia de Recursos Naturais e Ambiente.

As restantes figuras, entre as quais o ministro do Equipamento Social, dos Transportes e das Comunicações, João Cardoso, um fiel dos fiéis de Nino Vieira, foram consideradas pela Junta Militar «personalidades manchadas, com imagens gastas, e algumas das quais deverão responder em tribunal», segundo o porta-voz dos revoltosos, José Zamora Induta.

Nos meios diplomáticos em Bissau, onde não se acredita no reacendimento da guerra, estão a ser multiplicadas as diligências junto dos dois lados para tentarem desanuviar a situação e repor nos carris o processo de paz na Guiné-Bissau. O regresso a Bissau do delegado da União Europeia, o português Miguel Amado, um dos observadores do processo, é, neste sentido, apontado como outro factor bastante positivo.

Nando Coiaté

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