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Jornal de Notícias     em: 04-FEV-1999

Rádio afecta a "Nino" critica papel de Portugal

Emissora não poupa declarações de Francisco Fadul e enaltece teses de Galvão de Melo e do empresário Manuel Macedo

A Rádio Nacional da Guiné-Bissau, afecta ao presidente "Nino" Vieira, difundiu ontem, ao longo de três programas de sequência, acusações à actuação de Portugal relativamente ao conflito armado guineense.

A aparente campanha da rádio estatal é concretizada por três locutores (Barnabé Gomes, Xico Caruca e Baciro Dabó), que nos seus programas secundarizaram o papel desempenhado por Portugal na mediação do conflito, enaltecendo o posicionamento francês.

Estes locutores acusam o Governo português de ser o responsável pela continuação do conflito na Guiné-Bissau e insurgiram-se contra a eventual deslocação de navios e aviões portugueses para a Guiné-Bissau. Baciro Dabó criticou duramente o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional, Francisco Fadul, por este ter denunciado um alegado envolvimento francês no conflito, com a utilização de meios bélicos para bombardear posições da Junta Militar.

Dabó, ao criticar o posicionamento de Portugal face ao conflito, realçou declarações proferidas há alguns meses na Rádio Nacional por Galvão de Melo e Manuel Macedo, em que estes criticaram o Governo português por, "em vez de apoiar o Governo legítimo, apoiar uma rebelião armada".

Através destes programas da Rádio Nacional têm sido também visados jornalistas portugueses residentes em Bissau. Entretanto, um grupo de militares portugueses está confinado nas instalações da Cooperação Portuguesa, junto ao Hotel 24 de Setembro, rodeados por tropas combatentes dos dois lados.

Segundo fontes oficiais citadas pela Lusa, os portugueses fazem parte de um conjunto de dezena e meia de militares e polícias do Grupo de Operações Especiais (GOE), e "não correm qualquer risco" directo e "estão bem".

Fonte oficial em Lisboa adiantou que Portugal vai enviar para "exercícios na área", a estacionar em local não especificado, uma força que incluirá tropas especiais, quatro aviões e dois navios. Do dispositivo farão parte um avião de reconhecimento "P3 Orion", os dois "Aviocar" já enviados para o arquipélago das Bijagós e o avião de ligação a São Tomé e Príncipe, dois navios e um número não especificado de tropas terrestres, disse uma fonte.

Um médico e dois enfermeiros da Assistência Médica Internacional (AMI) partiram com destino a Gabú, para reforço da sua equipa de ajuda humanitária a trabalhar nessa localidade. O envio do reforço da AMI, via Senegal, deve-se ao "agravamento da situação" na Guiné-Bissau, onde desde domingo a Junta Militar revoltosa tenta aparentemente tomar Bissau de assalto.

Ainda segundo a AMI, está em negociação o frete dum avião para transporte de seis toneladas de ajuda, incluindo material cirúrgico e de sutura. A AMI opera na Guiné-Bissau desde 21 de Junho, no seguimento da revolta inicida pela Junta Militar liderada pelo brigadeiro Ansumane Mané para derrube do regime de João Bernardo "Nino" Vieira, em 7 de Junho passado.

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