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em: 04-FEV-1999
Refugiados do "Cofra" nos Bijagós
Os 260 refugiados transportados ontem de Bissau pelo navio "Cofra" estavam ontem instalados em Bubaque, a principal ilha do arquipélago dos Bijagós, onde não contam com apoio algum, mas "vão-se virando", disse à Agência Lusa o capitão Ramos Camali.
O capitão Ramos Camali, lisboeta e adepto sportinguista, teve anteontem o "Cofra" encalhado por algumas horas nos bancos de areia dos Bijagós, e rebentou com o disco da embraiagem ao tentar safar o navio, de 200 toneladas e de pavilhão guineense. Pelo meio, entre transporte de refugiados e bombardeamentos na cidade, Ramos Camali viu gorado, por enquanto, o embarque de quatro mil toneladas de caju, num navio fretado, para a Índia.
Fora essa a razão da sua ida a Bissau, mas acabou por fazer uma agitada operação de emergência e socorro de refugiados dos combates desencadeados na capital guineense no passado domingo.
Com o negócio de 2,8 milhões de dólares pendente, Ramos Camali esperava ontem a chegada de Bissau da peça da embraiagem, para repor o navio em funcionamento e retomar, eventualmente, o transporte de refugiados. "As pessoas estão preocupadas com família que deixaram em Bissau, no susto, e querem que vão recolhê-los.
É uma missão humanitária, afinal", disse Ramos Camali. A melhor altura para recolher refugiados será à noite, disse Ramos Camali à Lusa, dado que parece abrandar o fogo de armas pesadas entre as duas partes em conflito.
No porto de Bissau, haveria anteontem umas duas mil pessoas à espera de navio para os Bijagós, e o "Cofra", encalhado, viu passar quatro grandes canoas, apinhadas, levando umas duas centenas de pessoas. Ao largo, quatro navios estão fundeados, além de várias embarcações acostados em Bubaque, enquanto se espera pela definição da situação.
Os 260 refugiados que seguiam no navio de cabotagem "Cofra" incluem número indeterminado de portugueses, 95 crianças e 43 idosos, e levavam "muita bagagem" consigo, havendo contudo carência absoluta e falta de alimentos generalizada.
O "Cofra" foi rebocado por uma embarcação guineense, saída de Bissau, e foi abastecido de água por um navio mercante cabo-verdiano. A corveta francesa que se encontra ao largo de Bissau ofereceu socorro, mas os passageiros do "Cofra" optaram por manter-se a bordo.
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