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em: 04-FEV-1999
Luís Cabral Suspeita da França
Por CARLOS PICASSINOS, em Roma
Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 1999
"Se a França assim o entendesse, o conflito na Guiné-Bissau há muito que estaria sanado", afirmou em Roma o ex-Presidente Luís Cabral, pouco surpreendido com a interrupção do cessar-fogo no seu país, que dirigiu de 1974 a 1980.
A poucas horas da chegada do Presidente francês, Jacques Chirac, a Lisboa, Luís Cabral manifestou ao PÚBLICO as suas suspeitas sobre a responsabilidade dos franceses no reatar da guerra no território. Subscreve por isso as declarações do primeiro-ministro indigitado, Francisco Fadul, de que Paris estaria a intervir no conflito guineense.
Luís Cabral considerou que o primeiro-ministro indigitado é "um homem vertical, que não faria uma acusação destas sem ter um fundamento, até porque com certeza deseja ter as melhores relações com a França". O ex- governante observou ainda que as suspeitas sobre a França não são novidade.
"Não restam dúvidas de que esta é a segunda vez de que se fala de barcos franceses com armas de longo alcance terem disparado contra os rebeldes", afirmou. Mas adiantou também que não vê "que interesse poderá ter a França em manter na Guiné um indivíduo que não tem o apoio popular, não tem Forças Armadas, nem território", referindo-se ao Presidente João Bernardo Vieira, "Nino", que está circunscrito à zona central de Bissau.
Para além destes comentários e tal como fez na sua intervenção num colóquio sobre a luta anticolonial no fim-de-semana passado, o irmão de Amílcar Cabral, que com ele foi fundador do PAIGC, ao lado do cabo-verdiano Aristides Pereira, fez questão de homenagear a figura do recém-falecido bispo de Bissau, D. Septimio Ferrazetta. Lamentou ainda a suspensão das cerimónias fúnebres por tempo indeterminado, devido à situação de guerra.
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