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em: 19-FEV-1999
Retirada de Bissau de 700 senegaleses
Segunda fase da evacuação das tropas estrangeiras alimenta esperança sobre posse do novo Governo
Setecentos militares do contingente senegalês enviado para a Guiné-Bissau para apoiar as tropas do presidente João Bernardo "Nino" Vieira começaram ontem a deixar a capital guineense, anunciou em Dacar o Estado-Maior do Exército.
Em comunicado divulgado na capital do Senegal, o Estado-Maior do Exército senegalês refere que a partida dos 700 soldados insere-se na segunda fase da retirada das tropas enviadas pelo Senegal para a Guiné-Bissau no início da rebelião, em 7 de Junho de 1998.
Duzentos soldados senegaleses regressaram ao Senegal no passado dia 14 de Janeiro, depois da chegada a Bissau de um contingente togolês da força de interposição oeste-africana, ECOMOG, composta actualmente por 600 militares do Togo, Nigéria, Benim e Gâmbia.
Dacar enviou para Bissau 2.500 soldados para ajudar as forças governamentais guineenses a combater a Junta Militar, liderada pelo brigadeiro Ansumane Mané, que exige a retirada de todas as tropas estrangeiras (do Senegal e da Guiné-Conacri), num total de 3.000 homens.
Os restantes militares senegaleses sairão de Bissau depois da instalação definitiva da ECOMOG (cerca de 1.450 soldados) na Guiné-Bissau. Não se sabe ainda quando chegarão todos os efectivos da ECOMOG, braço armado da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Também não foi anunciada a data da retirada dos soldados da Guiné-Conacri.
Novo acordo
A segunda fase da retirada das tropas do Senegal, que tem vindo sucessivamente a adiar a saída dos seus efectivos da Guiné-Bissau, seguiu-se ao encontro em Lomé, capital do Togo, entre o presidente "Nino" Vieira e o chefe da Junta Militar.
Ambos viajaram ontem juntos no regresso do Togo, no avião do presidente togolês, Gnassingbè Eyadéma. Segundo a agência francesa AFP, o Fokker-28 togolês deveria fazer escala no Cap Skirring (Senegal), onde ficaria "Nino" Vieira.
O avião seguiria depois para o aeroporto de Bissau, destino de Ansumane Mané. O aeroporto de Bissau continua sob controlo da Junta Militar. «Nino» Vieira e Ansumane Mané reuniram na quarta-feira no Togo com Gnassingbè Eyadéma, que actualmente preside à CEDEAO.
No encontro em Lomé, os dois líderes beligerantes comprometeram-se de novo "a não recorrer mais às armas" para a resolução do conflito guineense. Fontes presentes nas negociações citadas pela Lusa afirmaram que foi proposto ao líder da Junta a pasta de Defesa e Segurança no futuro Governo de unidade nacional, que deverá tomar posse amanhã.
O brigadeiro Mané não teria tomado, no entanto, uma decisão final sobre o assunto sem primeiro "consultar as bases".
Posse do Governo
O ministro da Defesa indigitado, Francisco Benante, disse à Lusa que o Governo de unidade nacional da Guiné-Bissau será empossado amanhã. Francisco Benante falava a propósito do encontro em Lomé entre o presidente «Nino» Vieira e o comandante supremo da Junta Militar.
Segundo a mesma fonte, foi no encontro de ambos com o presidente togolês que a data da posse foi confirmada. A reunião entre «Nino» Vieira e Ansumane Mané, que durou cerca de quatro horas, decorreu, segundo o futuro ministro da Defesa guineense, «positivamente», tendo permitido uma avaliação dos diferentes acordos já assinados no âmbito do acordo geral da Paz de Abuja, firmado em 2 de Novembro de 1998. Francisco Benante informou que «Nino» e Mané reafirmaram o cessar-fogo do passado dia 3, manifestando o propósito de consolidar o processo de paz.
Comprometeram-se "a nunca mais utilizar as armas como meio de resolução do conflito". No encontro, Mané e «Nino» reiteraram ainda a necessidade de se proceder à desmilitarização e acantonamento das tropas, de forma a permitir a reorganização e unificação das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Ainda segundo o futuro titular da Defesa, o presidente "Nino" informou que se teria verificado nesse dia (quarta-feira passada) a retirada de dois batalhões senegaleses, no total de 1.200 homens.
Francisco Benante declarou que se mantém a data do próximo dia 28 para a conclusão da retirada das forças estrangeiras da Guiné-Bissau. Benante lembrou que a actual operação de retirada das tropas do Senegal e da Guiné-Conacri é um factor determinante para a tomada de posse do novo Governo.
No âmbito do acordo negociado entre «Nino», Mané e a CEDEAO, as tropas que entraram na Guiné-Bissau para apoiarem o presidente «Nino» deveriam ter saído na sua totalidade até ao passado dia 14. É esse atraso que tem impedido a posse do primeiro-ministro indigitado, Francisco Fadul, que tem recusado assumir a chefia do Governo enquanto a Guiné-Bissau estiver ocupada por forças estrangeiras.
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