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Expresso 25 anos

13-02-1999

Personalidades no exterior em campanha contra Nino


Nino Vieira com a mulher Isabel, aquando da primeira reunião com a Junta, em Outubro

UM GRUPO de destacadas personalidades guineenses que vivem actualmente fora do país, exasperadas com a lentidão do processo de normalização do conflito e preocupadas com o sofrimento da população, iniciaram uma ofensiva diplomática junto dos Governos que apoiam o chefe de Estado guineense, bem como na sub-região da África Ocidental. O objectivo destas diligências, que já deu lugar a um encontro entre o Presidente senegalês, Abdou Diouf, e o líder oposicionista guineense Domingos Fernandes, do Movimento Bafatá, é denunciar a degenerescência do regime de Nino e a sua cada vez maior falta de legitimidade.

Um dos sinais mais recentes deste desgaste é o conflito com as organizações religiosas italianas. Todas as congregações religiosas italianas em serviço na Guiné-Bissau se reuniram ontem, em Roma, por iniciativa do Instituto Pontifício para as Missões no Exterior, para pressionar o restabelecimento da paz.

Por seu turno, dirigentes de várias organizações não-governamentais estrangeiras que actuam na Guiné-Bissau também puseram em causa «a legitimidade duvidosa» de Nino Vieira.

Reunidas esta semana em Dacar, à margem da sessão ministerial da União Europeia com o grupo ACP (países de África, Caraíbas e Pacífico), essas organizações condenaram a internacionalização crescente do conflito guineense e apelaram à retirada das tropas estrangeiras da Guiné-Bissau.

NANDO COIATÈ

Mulher do Presidente em Bruxelas

A MULHER e os filhos menores do chefe de Estado guineense encontram-se há duas semanas na Bélgica. Isabel Romano Vieira, a «primeira-dama» da Guiné-Bissau, que é também presidente da Cruz Vermelha guineense, teria deixado Bissau alguns dias antes do mais recente reacendimento da guerra no país.

Fontes diplomáticas na capital belga confirmaram a presença da família do Presidente Nino Vieira em Bruxelas, numa residência que alegadamente pertence à sua cunhada, Mariana Romano, mas que se suspeita ser propriedade do primeiro mandatário guineense.

A segunda mulher de Nino Vieira, Nazaré Pina, reside actualmente em Dacar, capital no Senegal, depois de ter deixado a ilha de Bubaque, no arquipélago dos Bijagós, sudoeste da Guiné, onde se tinha refugiado com os filhos após as primeiras horas do conflito.

Fontes diplomáticas guineenses confirmaram também que o Presidente se deslocou discretamente na semana passada à capital do Togo, Lomé, onde conferenciou com o general Eyadema, chefe de Estado toguês e Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), organização sub-regional que assegura a mediação no conflito na Guiné-Bissau.

O EXPRESSO apurou também junto das mesmas fontes que Nino Vieira fez uma curta estada na Guiné-Conacri, onde teria, nomeadamente, assistido à cerimónia de investidura do Presidente local, general Lansana Konté, seu aliado no conflito que o opõe à Junta Militar, do brigadeiro Ansumane Mané.

N.C.

Situação humanitária agrava-se

A COMISSÁRIA europeia para os Assuntos Humanitários, Emma Bonnino, chega hoje à Guiné-Bissau, onde o Serviço Humanitário da União Europeia (ECHO) intervém no apoio de urgência às populações vítimas da guerra. A viagem à Guiné faz parte de um périplo que Emma Bonnino efectuará por quatro países da África Ocidental, nomeadamente à Guiné-Conacri, que faz fronteira com o sul da Guiné-Bissau, e ao Senegal, o vizinho guineense do norte.

A ECHO concedeu em Julho e Dezembro um total de 2.850 ecu (570 contos, 2.840 euros) distribuídos por diversas organizações humanitárias e não-governamentais que dão assistência às populações deslocadas nas regiões do interior da Guiné-Bissau e aos refugiados nos países vizinhos. Uma das organizações beneficiárias é a ONG portuguesa Assistência Médica Internacional (AMI).

Segundo as Nações Unidas, há mais de 250 mil guineenses que precisam de «ajuda urgente». Actualmente, uma das principais preocupações está relacionada com uma epidemia de meningite no Leste do país

Cooperação perde embalagem

O REGIME do Presidente Nino Vieira suspendeu a cooperação técnico-militar com Portugal (já suspensa na prática praticamente desde o início do conflito, em Junho) até «à normalização da vida socioeconómica e política no país». Este esclarecimento foi feito na quinta-feira por um conselheiro de Nino, dois dias depois de o Presidente ter anunciado, sem explicações, a suspensão da cooperação militar.

Na quarta-feira, Nino Vieira tinha rejeitado os mantimentos que um C-130 português descarregou na capital guineense, ajuda destinada às zonas controladas pela Junta Militar e pelo Governo

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