Edição #03
por Paulo Dias e Gustavo Mascarenhas
GEN 13 : A IMAGE NO RUMO CERTO
Título : Gen 13
Edições Comentadas : #25 -#29
Editora : Image Comics
Equipe Criativa : John Arcudi, Gary Frank e Cam Smith
Antes do número #25.....
A revista Gen 13 foi considerada desde o início um título "Best Seller", quando Brandon Choi e J. Scott Campbell superaram o então carro-chefe da Wildstorm, os Wildcats (criados por Choi e Jim Lee), se transformando na coqueluche do momento. Após a última edição publicada no Brasil pela editora Globo, o grupo têm seus três membros femininos (Fairchild, Granizo e Queda-Livre) seqüestrados por um adulto que por não crescer mais, mantém uma aparência infantil, e é conhecido como Sr. Luv. Após o salvamento ocorrido pelas mãos de Grunge, Queimada e Linch (o mentor da equipe), tanto os leitores quanto os editores começaram a perceber que nem os magníficos desenhos de Campbell conseguiam manter o interesse no destino do grupo. Suas aventuras eram acompanhadas ou por fãs antigos que tinham fé em dias melhores, ou por adolescentes "babões", que nunca se cansavam de ver as meninas nas posições e trajes mais do que sugestivos em que o desenhista invariavelmente as colocava. Mas justamente quando a equipe criativa tentava mudar um pouco as coisas, colocando o grupo na estrada, sem quartel general, nem lugar para ir, desgraça das desgraças, Campbell abandona o título para se dedicar ao seu projeto próprio (Danger Girl, atualmente no terceiro número nos EUA). Foi substituído pelo brasileiro "Al Rio", que em suas seis edições apresentou uma arte apenas competente, mas que lembrava demais o seu antecessor, só que pior. O argumento de Choi nessas edições também não ajudou muito, levando Fairchild, Grunge e Queda-Livre a um futuro onde Linch têm planos megalomaníacos de destruir o ataque de alienígenas à terra através de métodos altamente questionáveis, que são questionados por uma resistência composta por Bandoleiro, Granizo e Queimada (mais velhos) e seus filhos, entre outros. Com o fim desta saga "futurística", alguma coisa tinha que ser feita pelo título urgentemente, e Jim Lee (presidente da Wildstorm ) acertou em cheio ao substituir Choi e Rio por John Arcudi (Major Brummer), Gary Frank (Supergirl e Hulk) e Cam Smith (arte finalista "oficial" de Frank), dando início à fase mais inteligente de todos os tempos da revista.
Daí por diante....
A nova equipe criativa introduziu novos personagens como Isaiah, que ainda permanece uma incógnita para todos os leitores, Terese, que parece ser uma ponte para que Arcudi explore melhor o lesbianismo de Granizo e a mãe adotiva de Queda-Livre, que ainda não nos havia sido apresentada. Deixou de lado toda aquela paranóia genética e grupos mutantes que pretendiam dominar os cinco jovens para usá-los em benefício próprio, em prol de uma melhor caracterização dos personagens com histórias interessantes e sem aquela velha forma de lutas gratuitas e sem sentido. Nunca antes a relação entre Grunge e Queimada como companheiros, e a distância cada vez mais evidente entre Linch e Fairchild, foram tão bem explorados quanto nessas por enquanto poucas edições. Somando-se à inteligência dos argumentos, temos a dupla Frank/Smith, que após ter feito história com o Hulk e mais recentemente na revista Supergirl (ao lado de Peter David em ambos os casos), têm mostrado que nem só de mulheres em trajes sumários e contestáveis cenas de luta vive um título da Image, apresentando uma arte de encher os olhos, que nos faz perceber a verdadeira dimensão dos personagens, como se eles realmente existissem e não como se fossem aliens, com pernas maiores que o resto do corpo (leia-se Fairchild pré Gary Frank) ou coisas do tipo. Outra boa novidade introduzida por John Arcudi é que a cada edição ele nos mostra um pouco do paradeiro de Alex Fairchild (pai de Caitlin, a líder do grupo), deixando sempre um clima do que poderá acontecer no futuro.
O que nos parece...
O trio que agora é responsável pelo destino do grupo têm tudo para marcar história, colocando pela primeira vez um título da Image em evidência (com exceção daqueles pertencentes a selos diferenciados como "Astro City" ou "Strangers in Paradise") não só pelo seu belo colorido, mas sim por boas histórias, relacionamentos entre personagens explorados de forma interessante, e arte excelente, mas excelente mesmo, que além de bela e coerente, conta a história atraindo o leitor para dentro da trama. Que essa fase tenha longa vida para o bem de todos, e talvez nem tudo esteja perdido na Image, onde finalmente começam a perceber que nem sempre a "imagem" é o principal.