JOSÉ CRAVEIRINHA

 

José Craveirinha nasceu a 28 de Maio de 1922, em Lourenço Marques (actual Maputo). Filho de pai algarvio cuja família partira para Moçambique em 1908 em busca de fortuna, estudou na escola «Primeiro de Janeiro», pertencente à Maçonaria. Ainda adolescente, começou a frequentar a Associação Africana. Colaborou n'O Brado Africano, que tratava de assuntos de carácter local e que dissessem principalmente respeito à faixa da população mais desprotegida. Fez campanha contra o racismo no Notícias, onde trabalhava, tendo sido o primeiro jornalista oficialmente sindicalizado. Em 1958, começou a trabalhar também na Imprensa Nacional. Continuou no Notícias até à fundação do jornal A Tribuna, em 1962. Entre 1964 e 1968 esteve preso, em virtude da sua ligação à FRELIMO. Começou a escrever cedo, mas a sua poesia demorou a ser publicada. Em Lisboa, a primeira obra a surgir foi Xigubo, em 1962, através da Casa dos Estudantes do Império. A partir de determinada altura, a consciência política do autor passou a reflectir-se em obras como O Grito e O Tambor. José Craveirinha é um poeta que sofreu a influência dos surrealistas e que tem uma veia muito popular. A sua poesia possui um carácter social que radica nas camadas mais profundas do povo moçambicano. Recebeu o Prémio Camões em 1991.