Escritor e jornalista moçambicano, Mia Couto nasceu na
Beira em 1955, filho de uma família de emigrantes
portugueses chegados a Moçambique no princípio da
década de 50. Fez a escola primária na Beira. Em 1971,
iniciou os seus estudos de Medicina na Universidade de
Lourenço Marques (actualmente, Maputo), onde se vivia
um ambiente racista muito vincado. Por esta altura, o
regime exercia grande pressão sobre os estudantes
universitários. O conjunto destas circunstâncias leva-o a
colaborar com a FRELIMO.
A partir do 25 de Abril e da independência de
Moçambique, interrompeu os estudos para trabalhar, em
primeiro lugar, em A Tribuna, juntamente com Rui
Knopfli. Participou na revista Tempo até 1981, ficando,
depois, no Notícias até 1985.
O seu primeiro livro, Raiz de Orvalho (poemas) foi
publicado em 1983. Segundo o próprio autor, consiste
numa espécie de contestação contra o domínio absoluto
da poesia militante e panfletária. Seguiram-se Vozes
Anoitecidas (livro de contos com que se estreou na
ficção), Cada Homem é uma Raça, Cronicando, Terra
Sonâmbula, Estórias Abensonhadas, A Varanda do
Frangipani e Contos do Nascer da Terra.