Vitral.gif (15272 bytes)Entrevista

 

Criacionismo Bíblico


Dr. Ruy Carlos Camargo Vieira

Presidente da Sociedade Criacionista Brasileira fala sobre fé e ciência.

por Michelson Borges

Jornalista

 

Para falar sobre a controvérsia criacionismo x evolucionismo, o Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira concedeu esta entrevista em São Paulo, enquanto participava de uma comissão para a criação de centros universitários.

Natural de São Carlos, SP, Ruy Vieira tem 68 anos de idade, é engenheiro mecânico e eletricista, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Dedicou-se ao ensino, lecionando Mecânica dos Fluidos, de 54 a 56, no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Em julho de 1956, foi lecionar Física Técnica (nome italiano dado à cadeira de Mecânica dos Fluidos, Transmissão de Calor e Aplicações Tecnológicas) na Universidade de São Paulo, em São Carlos, onde fez livre docência e tornou-se catedrático.

Em 1970, assumiu a chefia do departamento de Hidráulica e Saneamento naquela universidade, fundando a pós-graduação que é considerada a melhor na área, no Brasil. Foi convidado, em 1972, a integrar a Comissão de Especialistas do Ensino de Engenharia do MEC, responsável pelas escolas de engenharia, currículos, formação de professores e reconhecimento de cursos.

Segundo Ruy Vieira, após a aposentadoria (em 1986) é que ele começou a trabalhar "de verdade". Atualmente representa o MEC no Conselho da Agência Espacial Brasileira, como membro de uma reunião mensal e empreendendo viagens por locais onde existem atividades espaciais. De três em três meses participa, também, de uma reunião na Sociedade Bíblica Brasileira, da qual é diretor tesoureiro.

Além dessas ocupações, durante meio período, Vieira atua como consultor do Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento e (PNUD) junto à Secretaria de Educação Tecnológica do MEC. No outro meio período, dedica-se a traduções de livros e edita a Folha Criacionista, publicação da Sociedade Criacionista Brasileira, da qual é presidente.

SINAIS: Quais as principais diferenças entre os modelos criacionista e evolucionista?

DR. RUY VIEIRA: O criacionismo parte do pressuposto de planejamento, desígnio e propósito no Universo. Ao passo que o evolucionismo parte de um princípio inteiramente oposto: o acaso. Segundo o evolucionismo, portanto, não há planejamento na Natureza, as coisas acontecem de forma casual e aleatória. Fundamentalmente, os modelos criacionista e evolucionista são duas posições filosóficas e não científicas, que têm a ver com pressupostos a respeito do Universo no qual estamos inseridos.

SINAIS: O que é um modelo ou teoria?

DR. RUY VIEIRA: No estudo do Universo, há a necessidade de uma certa sistematização. Daí surge uma metodologia para, esse estudo e são feitas hipóteses. Existem certas teses preconcebidas, e as hipóteses muitas vezes são feitas para auxiliar a defesa dessas teses. E é aí que começa toda a estruturação da filosofia da ciência, pois para se trabalhar com ciência, há necessidade de certos parâmetros e a investigação do Universo se dá dentro desses parâmetros.

Modelo é sempre uma coisa estruturada mentalmente para tentar reproduzir da maneira mais aproximada possível a "realidade" (que no campo da filosofia é algo inatingível, pois nem tudo é mensurável). O que acontece é que muitas hipóteses acabam sendo assimiladas e divulgadas como verdades absolutas, "científicas", quando, de fato, não o são.

SINAIS: É possível harmonizar fé e ciência?

DR. RUY VIEIRA: Essa pergunta constitui um aspecto específico do caso mais geral que tem a ver com a crescente influência da ciência e da tecnologia modernas na vida diária em nossos dias, que, em seu extremo, leva à alegação de que o cristianismo e a Bíblia em particular estão superados em face de numerosas "comprovações científicas" que desautorizam a crença nos seus ensinos básicos.

Nesse sentido, diversos questionamentos são feitos: (1) Pode um cristão hoje ser ainda cientista? Pode um cientista ser hoje ainda um cristão? (2) A ciência moderna já não demoliu a base da fé cristã? (3) A fidelidade ao cristianismo exige que sejam rejeitadas todas as teorias da ciência moderna? (4) Devemos viver considerando a ciência e a fé cristã como coisas inteiramente separadas entre si? (5) Teria a ciência comprovado a fé cristã, como alguns cristãos alegam? (6) O que dizer dos que afirmam que o desenvolvimento científico atual exige que se inventem uma nova ciência e uma nova teologia mais adequadas para o novo milênio?

Questões como essas podem ser respondidas de forma satisfatória tanto para a autêntica fé cristã como para a ciência autêntica, desde que se levem em conta as perspectivas corretas. Por isso, deve-se evitar a falsa dicotomia entre fé e razão. De fato, fé e razão constituem aspectos essenciais de todas as atividades humanas aí incluídas tanto a ciência como a teologia cristã. Ambas fazem suposições (fé) e a partir delas, tiram conclusões (razão). A fé em ser o Universo algo racionalmente compreensível constitui uma hipótese da ciência. A fé nessa hipótese não somente motiva os cientistas a pesquisar mas realmente torna a pesquisa possível e eficaz. Essa mesma fé pode constituir uma conclusão razoável proveniente do ensino bíblico a respeito do Universo ter sido criado por um Deus racional. Assim, ciência e fé não são conceitos que se contrapõem. Blaise Pascal, filósofo naturalista cristão afirmava que a ciência é a atividade de "acompanhar os pensamentos de Deus".

SINAIS: É possível ser evolucionista e crer na Palavra de Deus ao mesmo tempo?

DR. RUY VIEIRA: Não. Evolucionismo e Bíblia não se harmonizam, pois a Bíblia é essencialmente criacionista. Qualquer tentativa de se harmonizar a evolução com a Palavra de Deus, leva a dificuldades que se somam: as dificuldades que o criacionismo tem, com as dificuldades próprias do evolucionismo. É muito pior querer fazer um híbrido. No entanto, tanto o híbrido quanto qualquer um dos dois extremos são aceito pela fé. Não há como se "comprovar" cientificamente qualquer um dos modelos, porque são filosofias. Não são ciência.

SINAIS: O Senhor vê evidência de planejamento no Universo?

DR. RUY VIEIRA: Sem dúvida. Desde o microcosmo até o macrocosmo; em tudo. Consideremos, por exemplo, a estrutura atômica molecular e cristalina das substâncias... como explicar o surgimento dessas coisas por acaso? Moléculas orgânicas que têm a ver com a vida... Tudo isso indica que houve um planejamento. Se tudo fosse meio caótico não haveria cristal, tudo seria amorfo. Não haveria átomos específicos em uma cadeia de uma tabela periódica. (A própria existência de uma tabela periódica, onde se podem fazer previsões a respeito das características dos elementos, significa que há uma ordem, o que é o contrário da desordem, característica da aleatoriedade, do acaso. Já a ordem é característica de planejamento, desígnio.)

Considerando a Terra, o Sistema Solar a nossa e outras galáxias, vemos uma estrutura coerente e lógica a tal ponto de podermos estabelecer modelos que indicam planejamento. Tente fazer um modelo do comportamento da economia brasileira, por exemplo. É a coisa mais difícil do mundo pois há muitos fatores caóticos e aleatórios que acabam interferindo, como a bolsa da China, portarias do governo, ou mesmo uma geada em outro país; tudo isso influi.

O próprio fato de poder existir ciência - que pressupõe que a determinadas causas vão corresponder determinados efeitos - já mostra planejamento no Universo.

SINAIS: O que é a Sociedade Criacionista Brasileira?

DR. RUY VIEIRA: Na minha carreira de docente universitário, como também no acompanhamento dos estudos de meus filhos, no curso secundário e no preparo para o concurso vestibular, bem como na observação dos acontecimentos sociais, políticos, econômicos, científicos e tecnológicos, pude perceber como as doutrinas evolucionistas foram sendo introduzidas nos livros textos e assimiladas e divulgadas gradativamente pelos meios de comunicação, passando mesmo a pautar o comportamento social em vários setores da atividade humana.

Pela providência divina, chegaram às minhas mãos (isso há cerca de trinta anos) notícias sobre a existência de sociedades criacionistas no exterior, com intensa atividade de divulgação de literatura a respeito da controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo. Devido às circunstâncias que mencionei, interessei-me pela fundação de uma sociedade congênere no Brasil, já que era extremamente escassa a literatura criacionista em língua portuguesa e se fazia sentir bastante a sua falta. Assim, em 1972, foi fundada a Sociedade Criacionista Brasileira, tendo início a publicação do seu periódico - a Folha Criacionista - que neste ano chegará à sua 59a. edição, ao longo desse período de 27 anos.

A continuidade desse trabalho durante um quarto de século foi um verdadeiro milagre, devendo-se agradecer a Deus pelo sucesso alcançado em termos de um enorme número de pessoas interessadas que se beneficiaram, de uma forma ou de outra, com o trabalho realizado. Agradecimentos devem também ser estendidos a muitas pessoas que colaboraram de diferentes formas para tornar realidade esse empreendimento.

Mais detalhes sobre a Sociedade Criacionista Brasileira e suas atividades podem ser encontrados na Internet, no site: http://www.scb.org.br ou pela Caixa Postal 08743 - CEP 70312 -970, Brasília, DF.

SINAIS: Por que o senhor é criacionista?

DR. RUY VIEIRA: Entendo que tornar-se criacionista é uma conseqüência lógica de tornar-se cristão. Ser cristão é aceitar a Cristo como Salvador e, portanto, aceitar a revelação exposta na Bíblia, especialmente no que diz respeito ao relato da criação de um mundo perfeito, da provação e da queda subseqüentes, com todas as suas conseqüências deletérias.

Não tive educação religiosa em casa, e dada a minha educação escolar até o nível universitário ter sido centrada nos parâmetros agnósticos, e mesmo ateístas, vigentes em nosso país, não tive educação religiosa também nos bancos escolares. Dessa forma, só vim a conhecer o cristianismo como experiência pessoal, pela providência de Deus, já no fim de meu curso de Engenharia. É evidente que ocorreram conflitos em minha mente entre o conhecimento adquirido até então e a nova perspectiva que se abria diante de mim, de um mundo criado, mantido e dirigido por um Deus que manifestava propósito, desígnio e planejamento em todas as Suas obras.

Dou graças a Deus por ter conseguido superar todas as barreiras que se interpuseram no caminho de minha conversão! Hoje posso associar de forma bastante coerente a imagem de um mundo perfeito criado por Deus, e a degradação decorrente da entrada do pecado neste mundo, com princípios básicos da ciência que aprendi na minha carreira de estudante, e que posteriormente integraram o conteúdo de disciplinas que vim a ministrar como docente universitário, como por exemplo a Primeira e a Segunda Lei da Termodinâmica, envolvendo considerações filosóficas sobre o conceito de entropia, ordem e desordem, direcionalidade, decaimento e degradação.

Vislumbro, hoje, em todos os campos do conhecimento humano com os quais tive de me relacionar, a perfeita coerência da visão criacionista com os fatos e as evidências neles encontrados.

(Entrevista publicada em dezembro de 1998 na revista)

 

 


 

Arqueologia Bíblica

Dr. Lawrence Geraty

Presidente da Universidade Adventista de La Sierra, Califórnia, fala  de benefícios das descobertas arqueológicas.

por Paulo Pinheiro


A Igreja Adventista do Sétimo Dia possui um programa acadêmico na área de Arqueologia Bíblica desde 1930, iniciado pelo Dr. Lynn Wood. Ele e seu ex-aluno, o Dr. Siegfried Horn (ambos falecidos), realizaram escavações no Oriente Médio e publicaram relevantes pesquisas em órgãos especializados. Antes de aposentar-se da função de diretor do Programa de Doutorado em Arqueologia, da Universidade Andrews, o Dr. Horn convidou o Dr. Lawrence Thomas Geraty para continuar sua atividade tanto na Universidade como no campo de escavações arqueológicas na Jordânia (país ao leste do Rio Jordão). O Dr. Geraty é neto do primeiro missionário Adventista no Egito e filho de um professor que serviu na China e no Líbano. Aos 13 anos, foi batizado no Jordão pelo Dr. Horn. Doutorou-se em Arqueologia pela Universidade Harvard e lecionou durante 13 anos na Andrews. Atualmente, aos 56 anos, é o presidente da Universidade Adventista de La Sierra, na Califórnia, além de continuar supervisionando escavações na Jordânia. Ele fez várias descobertas interessantes, entre as quais, o único túmulo com uma pedra rolante da época de Cristo. Nesta entrevista, concedida a Paulo Pinheiro, o Dr. Geraty fala de alguns benefícios que as descobertas arqueológicas legaram aos estudantes da Bíblia.

REVISTA ADVENTISTA: Porque o interesse da Igreja por arqueologia?
DR. GERATY: Sempre somos beneficiados com os descobrimentos arqueológicos. E alguns dos nossos pioneiros participaram dessas descobertas. Logo deixamos de ser apenas consumidores, tornando-nos também produtores de materiais para pesquisas. Os adventistas são conhecidos mundialmente por causa de sua contribuição na área da Arqueologia Bíblica.

REVISTA ADVENTISTA: Como a arqueologia nos ajuda a confirmar a crença na Bíblia?
DR. GERATY: Sempre existiram, em todas as épocas, descobertas relacionadas com a Bíblia. Elas aumentam a fé dos crentes e reforçam o ponto de vista de que a Bíblia é um livro histórico.

REVISTA ADVENTISTA: Quais foram as descobertas que mais causaram benefícios para os estudantes da Bíblia?
DR. GERATY: Sem dúvida, as descobertas dos rolos do Mar Morto. Esse achado confirmou a crença de que os escritos da Bíblia são exatos, conforme ficaram copiados através dos séculos, a partir de uma época anterior ao primeiro advento de Cristo. Outras descobertas têm nos ensinado a respeito de costumes nos tempos bíblicos. Alguns nomes específicos e doutrinas mencionados na Bíblia, também foram identificados por meio dessas pesquisas.

REVISTA ADVENTISTA: Por que algumas partes dos Manuscritos do Mar Morto ainda não foram traduzidas?
DR. GERATY: Os rolos que estão completos já foram publicados, como os dois rolos com os manuscritos do profeta lsaías e parte de todos os livros do Velho Testamento, excetuando-se o livro de Ester. A única porção ainda não publicada são fragmentos de textos, que são difíceis de serem interpretados. Os eruditos estão idosos e muitas pessoas ficam aborrecidas porque o trabalho de interpretação tem sido vagaroso. Porém, esses fragmentos estão sendo transferidos para profissionais mais jovens, e esperamos que nos próximos anos todos eles sejam publicados. Existe a expectativa de que os resultados trarão novidades animadoras.

REVISTA ADVENTISTA: De que época são os mais antigos manuscritos da Bíblia?
DR. GERATY: São do ano 32 a.C., os do Velho Testamento. Os do Novo Testamento datão do ano 22 d.C.

REVISTA ADVENTISTA: Esses textos correspondem à Bíblia de hoje?
DR. GERATY: Não há diferenças teológicas ou históricas. Correspondem exatamente.

REVISTA ADVENTISTA: A arqueologia sugere uma idade para o início da civilização?
DR. GERATY: Possivelmente o início da civilização ocorreu 5 mil anos atrás, quando começou a urbanização, a especialização de certos trabalhos e a invenção da escrita.

REVISTA ADVENTISTA: Houve naquela época algo de nosso interesse?
DR. GERATY: Nos escritos dos sumérios, povo que viveu há 5 mil anos, a palavra sábado está relacionada com o sábado de descanso, no caso deles isso se refere a um dia de descanso mensal. Na língua dos sumérios, sábado significa "o descanso do coração". A cada sete dias eles tinham um dia do mal, que não chamavam de sábado.

REVISTA ADVENTISTA: Fale mais a respeito da menção do sábado fora da Bíblia.
DR. GERATY: Os eruditos dizem que o sábado foi trazido pelos israelitas do cativeiro em Babilônia, mas há evidências arqueológicas de que os judeus guardavam o sábado na Palestina antes desse cativeiro. Conforme já disse, na Mesopotâmia, em tempos primitivos, a palavra sábado existia e havia certos dias em seqüência de sete, relacionados com o mês e não com semanas. Isso sugere que existiam sábados de uma forma parecida com o sábado hebreu, mas não exatamente igual. O número sete era muito popular nos países do Oriente Médio, mas os judeus foram os únicos que o mantiveram como um dia sagrado. Existem também evidências de que os cristãos continuaram observando o sábado até o terceiro e quarto séculos da Era Cristã.

REVISTA ADVENTISTA: Que explicação o senhor tem a dar sobre a preservação do sábado como o sétimo dia?
DR. GERATY: Deus deu o sábado ao Seu povo na semana da criação, primeiro com Adão e Eva. Cremos que Deus sempre manteve pessoas fiéis desde a criação. E os judeus nunca tiveram dúvidas de que o sábado é um dia sagrado. Hoje, embora existam diferenças nos calendários referentes aos anos ou meses, não há desentendimento em relação aos dias da semana.

REVISTA ADVENTISTA: Existem achados arqueológicos referentes à igreja primitiva?
DR. GERATY: Não muitos, porque os cristãos eram pobres e não ocupavam lugares preferenciais na sociedade. Mesmo assim, foram encontrados túmulos de cristãos, reconhecidos pelos símbolos da cruz, do peixe ou de um barco; e ruínas de casas que foram usadas como igrejas. A maior referência da existência da igreja nos primeiros séculos vem dos registros deixados pelos pais da igreja.

REVISTA ADVENTISTA: A idade dos antediluvianos foi cronometrada pela Bíblia dentro dos critérios atuais?
DR. GERATY: Não temos os ossos para submetê-los a qualquer tipo de análise. Acredito que realmente a idade dos patriarcas chegou a ser em torno de mil anos. É evidente que foi uma era de ouro. As pessoas tinham uma vida muito saudável e feliz. Porém, depois do dilúvio, tornou-se mais difícil viver na face da Terra, e a média de duração da vida dos patriarcas caiu para 100 anos.

REVISTA ADVENTISTA: Algum tempo atrás a imprensa publicou a descoberta da Arca de Noé.
DR. GERATY: Há exploradores que vão ao Monte Ararate e tiram fotografias de objetos que atiçam a curiosidade. Também existem muitas histórias e rumores sobre a descoberta da Arca de Noé. Acho que nada disso tem procedência séria e não merece credibilidade. Através de métodos de datação, a ciência tem indicado que restos de uma suposta embarcação encontrada no Ararate remontam ao Período Bizantino, século VI d.C. Uma era nada antiga em relação ao tempo de Noé.

REVISTA ADVENTISTA: Existem ruínas da Torre de Babel?
DR. GERATY: Só as bases da fundação. Aparentemente uma parte da Torre resistiu até à época de Alexandre Magno. Quando ele chegou ao local, decidiu que iria reconstruir a Torre. Os seus homens cavaram e retiraram as ruínas, começando a preparação de um novo edifício. No entanto, Alexandre morreu nesse intervalo. Se agora visitarmos a região de Babilônia, no lraque, encontraremos o buraco no qual a Torre existiu.

REVISTA ADVENTISTA: Qual foi o faraó do Êxodo: Ramsés II ou Tutmés III?
DR. GERATY: Na minha opinião foi Tutmés III, que morreu em 1450 a.C. A data de sua morte confere com a cronologia bíblica.

REVISTA ADVENTISTA: Mas existe a múmia de Tutmés III, atualmente no Museu do Cairo.
DR. GERATY: Sim, existe; mas está comprovado que ela não é a múmia de Tutmés III. Talvez seja de seu pai ou de seu filho. Pode ser uma múmia substituta que colocaram no lugar do seu túmulo, pois o faraó Tutmés III morreu no Mar Vermelho.

REVISTA ADVENTISTA: Como chegaram a essa conclusão?
DR. GERATY: Através de exames de Raios X nos ossos da múmia.

REVISTA ADVENTISTA: Por que os arqueólogos não encontraram ruínas dos muros de Jericó?
DR. GERATY: Porque depois da destruição dos muros por Josué, a cidade de Jericó ficou ao relento, sujeita às intempéries da Natureza por cerca de 500 anos. A camada mais elevada daquela civilização foi totalmente destruída por erosões, por isso não é possível encontrar remanescentes daquela época. Os arqueólogos encontraram apenas ruínas de túmulos.

REVISTA ADVENTISTA: Onde está a Arca do Concerto?
DR. GERATY: O único texto antigo que trata do assunto encontra-se no Segundo Livro dos Macabeus. O Primeiro Livro de Macabeus é considerado uma boa fonte histórica, mas o segundo é pouco confiável e, infelizmente, é ele que afirma que Jeremias e seus homens enterraram a Arca no Monte Nebo. Alguns eruditos dizem que eles não tiveram tempo para transpor o Rio Jordão, e acham que poderia ter sido escondida no monte em que estava o templo de Salomão. Nesse lugar havia várias cavernas. A verdade é que ela desapareceu durante a destruição de Jerusalém e não sabemos onde ficou. Seria um fato maravilhoso se pudéssemos, com a providência divina, localizá-la.

(Entrevista publicada na revista)

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