O MOVIMENTO ECUMÊNICO NA ATUALIDADE E A UNIDADE DA IGREJA EM EFÉSIOS 4:1-6


6. CONCLUSÃO
Com relação ao texto de Efesios 4: 1- 6 , pode-se concluir que é um apelo dramático do apóstolo à igreja com relação a necessidade de sermos um em Cristo. Não resta duvida, e não há necessidade de se gastar muito tempo e argumento para tratar de um assunto tão claro e evidente. Pela própria natureza da carta aos Efésios, pela grande probabilidade de ser uma epístola geral dirigida a um grupo de igrejas , se torna mais fácil de concluir que o apóstolo está de fato alertando as diferentes comunidades cristãs que ele sabia teriam acesso a este carta, a respeito da necessidade de se trabalhar o amor e a fraternidade com o objetivo de se suportarem mutuamente, se amarem mutuamente e acima de tudo estarem juntos como um corpo, unidos pelo Espírito de Deus, com a esperança comum , numa só fé, submetidos ao mesmo batismo, pois afinal de contas são todos filhos de um mesmo Deus e Pai que a todos ama indiscriminadamente.
A ensino sobre a necessidade de unidade está exposto nos diversos escritos paulinos, o que demonstra sua freqüente preocupação com um problema que a igreja de Jesus cristo até hoje não consegue conviver com facilidade. De alguma forma é possível dizer que a Igreja de Jesus Cristo, mal ou bem, tem caminhado na direção de uma consciência ecumênica. É verdade que no momento ainda caminhamos a passos lentos, mas caminhamos. Talvez nunca na história da igreja cristã tenha se falado tanto em unidade como se fala nesta época.
A igreja Católica Romana, da mesma forma tem avançado nesta área. Seja através do Concílio Vaticano II com seu apelo à unidade, seja com a encíclica Papal “UT UNUM SINT” publicada por João Paulo II e que trata do esforço ecumênico. Esta Igreja ,apesar de ainda tratar a unidade sob a perspectiva da volta dos “rebelados” para a igreja mãe tem caminhado em algumas áreas e especialmente na formação das comissões de diálogo bilateral. Hoje existem comissões permanentes de diálogo católicas romanas em vários países com Luteranos, Metodistas, Anglicanos e Ortodoxos. Pode parecer pouco, mas considerando a realidade sabemos que de fato é um avanço. Em alguns países esta Igreja saiu da condição de observadora nas fraternidades de igrejas cristãs nacionais e se tornou membro ativa, a exemplo do Brasil onde hoje é membro efetiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs ( CONIC) que teve D. Ivo Lorscheiter como seu Presidente. No campo mundial a Igreja Romana ainda se mantém como observadora no CMI.
A realidade do movimento ecumênico a nível de CMI é diversa e em cada região se expressa de uma maneira diferente de acordo com a tradição e a cultura de cada local. Igrejas irmãs ( mesmo grupo denominacional) de diferentes regiões aceitam ou rejeitam o CMI e sua proposta de unidade. O número de igrejas membros do CMI tem crescido especialmente com igrejas do terceiro mundo, e segundo especialistas , isso tem dado um novo rumo ao CMI. ( Bonino 1982 : p 43 )
Existe ainda uma reserva muito grande por boa parte das igrejas evangélicas em optarem pela filiação ao CMI devido à flexibilidade em relação à Igreja Católica Romana. Na maioria das vêzes estes grupos são grupos chamados fundamentalistas ou conservadores e que em reação ao CMI e suas ramificações nacionais e continentais criam outros organismos de fraternidade entre igrejas.
No Brasil a questão ecumênica ainda continua bastante polarizada. De um lado a Associação Evangélica Brasileira (AEVB) tendo a maioria das igrejas ditas protestantes e pentecostais como membros de outro o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs ( CONIC ) tendo em sua membresia apenas 5 igrejas inclusive a Igreja Romana. este ultimo segue as diretrizes do CMI e a ele esta associada via Conselho Latino Americano de Igrejas Cristãs ( CLAI)
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