missao4 F. CONCLUSÃO
Antes de mais nada devemos lembrar que Paulo não era missionário apenas quando em campanha evangelística; o era naturalmente. A missão paulina era expressa pelo seu movimento geográfico (abrangência), mas também pelo seu adequamento cultural, racial e social, etc.(contextualização). Já vimos que ele julgava-se “devedor tanto de judeus quanto de gentios...” Ele pregava nas sinagogas, mas também usava sua profissão para expressar sua fé.
Hoje em dia estes conceitos precisam ser revistos. Carecemos de missões que tanto busquem a estratégia geográfica de Paulo, como se enquadrem no modelo integral de fazer missão do mesmo. O falar de Cristo deve ocorrer tanto quando utilizamos uma estratégia pré-estabelecida como em outras ocasiões, deve ter lugar sempre e não só quando estamos “fazendo” missões.
Como Paulo, os missionários de hoje deveriam sentir-se radicalmente comprometidos com Cristo e com os homens, o que, em conseqüência, os faria adaptar-se facilmente às condições dos ouvintes. Isso não significa que não haja uma mensagem pré-determinada, mas a forma como se expressa essa mensagem é que necessita de adaptação.
Esperamos ter atingido o nosso objetivo ao iniciarmos este trabalho: Apresentar a estratégia missionária de Paulo e procurar a relevância da mesma para nossos dia. Resumidamente, podemos dizer que a estratégia de Paulo consistia em pregar o Evangelho onde Cristo não fosse ainda conhecido, fazia-o através da disseminação primária em pontos estratégicos, cidades que exerciam influência em sua região. Utilizava-se de todos os recursos à sua disposição, como o fato de ser cidadão romano, que lhe ajudava a transitar livremente pelo império; ou a realidade da sua formação judaica de influência grega, que lhe permitia comunicar-se facilmente com seu público alvo principal, os gentios. Paulo é, ainda hoje, exemplo perfeito de um missionário cristão. Aprendamos sua estratégia e plantemos cada vez mais igrejas para a glória de Deus.
Ainda se apoiando em Carriker devemos lembrar o papel fundamental da igreja local na obra de missões, o que também era parte da metodologia missionária paulina, foi de uma igreja local, Antioquia, que ele partiu para realizar sua primeira viagem missionária. Esta fora sua primeira base, abrangendo a região que ia de Jerusalém até o Ilírico, e Paulo, ao estabelecer contato com a Igreja em Roma busca criar uma segunda base, com fins de atingir a região entre a capital do império e a Espanha (q. v. Romanos 15. 23, 24). Como Paulo, as agências missionárias devem buscar ao máximo o relacionamento com as igrejas locais, não significando isso uma restrição às juntas denominacionais, estas também precisam de maior ligação com a s igrejas locais. Ele sabia da importância desse apoio, pois “a obra missionária foi estabelecida por Deus, que vocaciona indivíduos no contexto do testemunho da igreja toda. Um trabalho desse tamanho necessita de apoio e direção da igreja.”(15)
Podemos encerrar nosso trabalho declarando, como Paulo: Porque eu tenho obrigação para com todos, sejam civilizados ou não, sejam educados ou ignorantes. Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvar todos os que crêem: primeiro os judeus e depois os não-judeus. Porém não dou valor à minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a Boa-Notícia da graça de Deus. (Romanos 1. 14, 16; Atos 20. 24)
CITAÇÕES
1. BORNKKAM, Günther. Paulo, vida e obra. Vozes. Petrópolis. 1992 2. Idem. 3. Ibidem. 4. DRANE, John. Paulo: um documento ilustrado sobre a vida e os escritos de uma figura chave dos primórdios do cristianismo. Paulinas. São Paulo. 1982 5. Idem. 6. Ibidem. 7. TENNEY, Merril C. O Novo Testamento - sua origem e análise. Vida Nova. São Paulo. 1972. 8. STEUERNAGEL, Valdir (coordenador). Igreja: Comunidade Missionária. ABU. São Paulo. 1978. 9. CARRIKER, C. Timóteo. Missões na Bíblia - princípios gerais. Vida Nova. São Paulo. 1992. 10. ALLEN, Roland. Missionary Methods: St. Paul’s or ours? Eerdmans. Grand Rapids. Michigan. EUA. 1983. (traduções do autor) 11. Idem. 12. Ibidem. 13. Opus cit. 14. Opus cit. BIBLIOGRAFIA
1. ALLEN, Roland. Missionary Methods: St. Paul’s or ours? Eerdmans. Grand Rapids. Michigan. EUA. 1983. (traduções do autor) 2. BITTENCOURT, B. P. A Personalidade Viva de Paulo. Associação Acadêmica João Wesley. Faculdade De Teologia da Igreja Metodista. Rudge Ramos. São Paulo. 1964. 3. BORNKKAM, Günther. Paulo, vida e obra. Vozes. Petrópolis. 1992. 4. CARRIKER, Timóteo. Missão Integral - uma teologia bíblica. SEPAL. São Paulo. 1992. 5. CARRIKER, C. Timóteo. Missões na Bíblia - princípios gerais. Vida Nova. São Paulo. 1992. 6. DRANE, John. Paulo: um documento ilustrado sobre a vida e os escritos de uma figura chave dos primórdios do cristianismo. Paulinas. São Paulo. 1982. 7. FOULKES, Francis. Efésios - introdução e comentário. Vida Nova. São Paulo. 1993. 8. HERNANDEZ, A. Santos. Teologia Bíblico-patrística de las Misiones. Sal Terrae. Santander. Espanha. 1962. 9. HESSELGRAVE, David A. A Comunicação Transcultural do Evangelho - vol. 3. Vida Nova. São Paulo. 1996. 10. NEILL, Stephen. História das Missões. Vida Nova. São Paulo. 1989. 11.SHEDD, Russel P. (Editor). O Novo Dicionário da Bíblia - vol. 2. Vida Nova. São Paulo. 1986. 12. STEUERNAGEL, Valdir (coordenador). Igreja: Comunidade Missionária. ABU. São Paulo. 1978. 13. STUHLMUELLER, Carrol / SENIOR, Donald. The Biblical Foundations for Mission. Orbis. Maryknoll. New York. EUA. 1983. 14. TENNEY, Merril C. O Novo Testamento - sua origem e análise. Vida Nova. São Paulo. 1972. Voltar ao índice
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