Em 10 de maio de 1808, nasceu em Conceição do Arroio Rio Grande do Sul, MANUEL LUIZ OSÓRIO, filho de MANUEL LUIZ DA SILVA BORGES, oficial comandante no Rio Grande do Sul, que sempre manifestou o desejo de que o filho seguisse a carreira militar. Considerava muito importante o fato de ver seu filho vestir uma farda do nosso exército.
Em 1822, contava Osório 14 anos de idade, quando o Brasil proclamou sua independência, e parte da guarnição portuguesa sediada em Montevidéu não aceitou esta emancipação, o que gerou, no sul, a guerra da independência.
O regimento de Salto, no Rio Grande do Sul, comandado por Silva Borges, pai de Osório, preparava-se para entrar em ação. Antes de partir, Silva Borges comunicou ao filho que decidira levá-lo. O menino Osório chorou, pois não desejava abandonar os estudos. No entanto, o pai convenceu-o de que não havia meios para ele continuar os estudos numa cidade grande, e que a sua aptidão para a vida militar poderia proporcionar-lhe uma brilhante carreira no exército. Osório obedeceu ao pai e seguiu-o, conforme confessaria mais tarde, sem contrariedade, mas também sem entusiasmo.
Entretanto, à medida que a campanha prosseguia, Osório ia se empolgando pela luta. Embora não participasse diretamente dos combates, sentia que lutava pela independência de seu país, o que o fez decidir-se, poucos dias antes de alcançar a idade regulamentar de 15 anos, Osório inscreveu-se como voluntário da Legião de São Paulo, com a predestinação de lutar pela paz e pela soberania do nosso povo. Logo depois, o novo soldado teve seu batismo de fogo, enfrentando a cavalaria portuguesa próximo a Montevidéu. Sua habilidade em manejar as armas colocou-o entre os melhores soldados da Legião, e com a derrota dos portugueses Osório já conquistara duas promoções: primeiro, Cadete, e depois, Alferes no 3° Regimento de Cavalaria.
O pai de Osório tinha razão em querer que ele seguisse a carreira militar. Foram muitas as suas glórias. Comandou e participou de lutas memoráveis, como os combates no Uruguai, Paraguai, Revolução Farroupilha, Humaitá, Tuiuti, Caçapava, Avaí e, a mais importante, a batalha do Herval em 3 de maio de 1838, ande se destacou pelo heroísmo e habilidade, sendo logo após promovido a Capitão.
O pai morreu logo nos primeiros combates e lhe deixou como encargo sua mãe, muito pobre. Osório, em combate, via morrer seus camaradas de farda e seus amigos, mas era, acima de tudo, Maçom, um idealista e patriota e sabia que aquele que morre no cumprimento do dever vai com glória ao Oriente Eterno e sob o resplendor da gratidão humana.
Em 1842, Caxias foi nomeado presidente do Rio Grande do Sul e, em agradecimento pelos relevantes serviços prestados ao Brasil por Osório, Caxias promoveu-o a Tenente-Coronel. As vitórias nos campos de batalhas, bem como as promoções nos degraus da fama, eram uma constante que o seguiam a cada passo da vida. Em junho de 1865, Osório foi promovido a Marechal de Campo e lutou heroicamente ao lado de outros brasileiros, expulsando os paraguaios do nosso território. Em 1866, cumprindo mais um dever de soldado e de patriota, participou ativamente da batalha do Tuiuti, tendo posteriormente recebido o título de Barão do Herval. Doente, viu-se obrigado a retornar ao Rio Grande do Sul, deixando o comando de sua tropa, a fim de se submeter a tratamento de saúde. Logo após sua recuperação, regressou e reassumiu o comando.
Em 1866, quando os generais brasileiros discutiam o plano de invasão do Paraguai, Osório permanecia ao lado dos mesmos, ereto e calado. Alguém lhe perguntou: "Que pensa disso general?". Respondeu Osório: "Discutam como quiserem, mas quem há de passar primeiro o Passo da Pátria hei de ser eu". Na noite de 15 de abril desse mesmo ano, Osório entrou no Paraguai e, ao iniciar o avanço, definiu sua tarefa: "É fácil a missão de comandar homens livres: basta mostrar-lhes o caminho do dever".
Sua ascensão na vida militar foi das mais gloriosas, conforme vemos a seguir, sucintamente, apenas a título de ilustração. Assentou praça em 01 de maio de 1823 no Rio Grande do Sul; jurou bandeira no dia 18 do mesmo mês; em 01 de outubro de 1824 tornou-se 1° Cadete; em 21 de dezembro de 1824, Alferes; em 12 de outubro de 1827, Tenente; em 21 de outubro de 1939, Capitão de Linha; em 27 de maio de 1842, Major; em 23 de julho de 1844, Tenente-Coronel; em 03 de maio de 1852, Coronel; em 18 de junho de 1859, Brigadeiro Efetivo; em 17 de junho de 1865, Marechal de Campo; em 01 de julho de 1867, Tenente-General; e em 27 de julho de 1877, Marechal do Exército. De 05 de janeiro de 1878 a 1879 atuou como Ministro da Guerra e em 1879, tornou-se Senador da República.
Não sabemos exatamente quando Osório entrou para a Maçonaria; entretanto, é possível que tenha acontecido antes de 1835, quando ainda era Tenente, pois seus biógrafos dizem textualmente: "Foi proclamada nos pampas a República de Piratiny; Osório, liberal e MAÇOM, tinha simpatia pelo movimento, mas permaneceu fiel às forças imperiais em cujas hostes também lutava seu pai".
Em 1872, era membro ativo nº 169 da Loja Honra e Humanidade, de Pelotas, Cadastro Nº 116 do Grande Oriente do Brasil. Na ocasião, possuía o grau 18, mas pouco depois, em 01 de setembro de 1873, na mesma Loja, foi exaltado no grau 33.
Conquistou três títulos nobres: Barão, em 01 de maio de 1866; Visconde, em 11 de abril de 1869; em 29 de dezembro de 1869, foi-lhe então,
concedido o Brasão de Armas; e Marquês, em 29 de dezembro de 1870.
Faleceu em 04 de outubro de 1879, às 06:10 horas, com 71 anos, no Rio de Janeiro, em sua residência no Caminho do Mata Cavalo, atualmente Rua do Riachuelo, num prédio ainda ali existente.
Como preito de gratidão, pelos muitos e relevantes serviços prestados em defesa da soberania nacional, foi erguida, em sua homenagem, uma estátua eqüestre na Praça 15 de Novembro, na cidade do Rio de Janeiro, em 21 de julho de 1892, inaugurada em 12 de novembro de 1894.
Em 08 de julho de 1965, foi instituído patrono da Aug. Resp. Loja Simb. Marquês do Herval N° 1624, pelo Conselho Federal da Ordem, conforme o Decreto Nº 1990.
Osório foi um homem que conquistou muitas glórias, apesar de ter pago caro por todas elas. Mesmo com a morte de seu pai, de sua mãe e com os ferimentos recebidos em combate, teve uma velhice pontilhada de glórias por ter, conscientemente, cumprido com o seu dever.