O gênero Equisetum consta de 29 espécies
de plantas perenes robustas, reproduzidas por esporos, que ocorrem em lugares
frescos e úmidos no mundo inteiro, menos na Australásia.
Equisetum arvense e Equisetum hyemale são
encontrados principalmente na Europa, América do Norte e Ásia.
Os Equisetum quase não mudaram desde os tempos pré-históricos
quando eles formavam uma grande parte da vegetação que acabou
se decompondo e formando as jazidas de carvão. Algumas espécies
são ervas daninhas perniciosas. De forma geral, uma vez que as plantas
produziram os cones do quais os esporos se esparramam, os talos férteis
morrem e são substituídos por estéreis.
As Cavalinhas têm uma química incomum, contendo alcalóides
(inclusive nicotina) e vários minerais. Elas são ricas em
sílica que lhes dão propriedades abrasivas usadas nos tempos
Medievais e até o 18º século para esfregar panelas,
vasilhas e outros utensílios. A cavalinha holandesa (Equisetum
hyemale) foi durante muito tempo exportada pelos Países
Baixos onde era cultivada abundantemente para este propósito. Certas
Cavalinhas concentram ouro nos seus tecidos (embora em quantidade não
suficiente garantir extração), mas são indicadores
seguros para os prospectores.
Equisetum
arvense é uma planta perene sem flores, com rizoma subterrâneo
negro, dando origem a dois tipos de caules: os da Primavera, articulados,
sem clorofila, terminados por uma espiga esporangífera; os de Verão,
verdes, verticilados. A cavalinha é uma adventícia vulgar
sobre os solos ligeiros, arenosos, onde indica a presença de um
lençol de água pouco profundo.
São colhidos, durante todo o Verão, os caules verdes.
Depois de cortados secam rapidamente, à sombra, a uma temperatura
de 40°C. Contêm uma baixa proporção de ácido
silícico (esta proporção aumenta com a idade da planta),
vestígios de alcalóides como a nicotina e a equisetina, glicosídeos,
flavonas e saponinas. É uma erva adstringente, curativa que age
principalmente no sistema genito-urinário e controla hemorragia
interna e externa. O caule da cavalinha constitui um dos componentes principais
das tisanas diuréticas, tendo ao mesmo tempo como efeito reduzir
a transpiração excessiva. Tem igualmente uma ação
anti-inflamatória (usava-se antigamente uma decocção
de 5 g de caules secos por dia contra as afecções pulmonares
e mesmo a tuberculose). Simples ou em mistura, a cavalinha exerce uma ação
eficaz contra a arteriosclerose e como hemostático quer interno
quer externo (hemorragias nasais, por exemplo). É também
adicionado aos gargarejos contra as laringites, às compressas e
lavagens de feridas que cicatrizam dificilmente, de erupções
cutâneas, de úlceras. As outras espécies de cavalinha,
exceto Equisetum hyemale, não são colhidas
para uso medicinal. |