NAS CADEIRAS DE BUÍNHO

EIS SENTADAS NAS CADEIRAS DE BUÍNHO

DISPERSAS À MANEIRA DE ARQUIPELAGO

SEIS MULHERES ILHAS VESTIDAS DE PRETO

ANCIÃS À ESPERA DO SOL NA MARÉ DOS DIAS

COM A CAVADA CLAREIRA DAS FACES

E AS MÃOS TECENDO RENDAS FUGIDIAS

NO MAR DO LARGO COM PAREDES BRANCAS

TROCANDO OLHARES E PALAVRAS MACIAS

DIZ UMA DELAS

NESTA BAINHA ATO MAIS UMA CARREIRITA DE FLORES

ATRÁS DAS JANELAS

VOU PENDURÁ-LAS E HÃO-DE FICAR UNS AMORES

EIS DEBRUÇADA DO SEU PARAPEITO

DISCRETA CEGONHA NO TOPO DO EUCALIPTO

VAIS ÀS VEZES LENTA DEITADA NO AZUL

SÓ O SILÊNCIO NOS CAMPOS DOMINA

ERRAM CIGANOS PELA ESTRADA DESERTA

NA BUSCA DE ÀGUA QUE A SEDE FULMINA

E DE RODAS PARADAS NO MEIO DO ASFALTO

CONVERSAM COM AS ILHAS NO LARGO EM SURDINA

DIZ A MAIS VELHA

TRAGAM O CÂNTARO QUE TEMOS EM CASA NO POIAL

BELISCANDO A ORELHA

VENHAM DE LÁ GOMOS DE BOAS LARANJAS NO AVENTAL