sem título, de Karl Von Hollermann
Eles andavam pelo centro da cidade,
iam comprar livros didáticos, eles mal se olhavam... O
pai pensava na empresa em que trabalha; o filho, que
poderia ter amado mais o seu pai... Em casa, por falta de opção, eles dormem no mesmo quarto. O filho sai do banho, no quarto encontra seu pai lendo Eça de Alencar à luz de um abajur; o filho coloca o pijama e deita enquanto seu pai apaga a luz e vira para o canto. Pensativo, corajoso e sem sono, o filho arrisca a dizer algo que nunca, até então, havia dito: _ Boa noite. Por se arriscar tanto, ele ouve algo que jamais queria ter ouvido: _ Boa noite, filho. |