poemas, de clarice
colaboradora de bizarrona

  Menina

ainda sou uma criança
correndo, pelos campos
cercados de ruas casas prédios torres

fujo, mas para onde?
o que posso encontrar,
correndo pelos campos?

não quero a felicidade
morna, como leite;
sou apenas uma menina.

Tempo

perco a manhã
sentindo a tristeza.
lágrimas nos olhos,
sem derramar.

percorro o dia,
escolhendo sonhos.
fruto da imaginação,
que derrama.

percebo a noite,
ficando em casa.
com minha solidão,
que ama amar.

Vidas

hoje cruzaram meu caminho
caminho estreito e sem saída
pelo qual levo meus pesares

outras vidas passam por ele
sem notar a multidão
homens e mulheres no vazio

encruzilhadas repletas de almas
que vagam em busca do sentido
que só pode ser desejado

vidas cruzadas no tempo
espaço que não se move
hoje, te encontrei no caminho.

Frágil

frágil mão que me sustenta
peço a ti apenas um olhar
um sorriso talvez
até um beijo.