LEMBRETE: JAMAIS SE LIMITE AO
CONTEÚDO DOS RESUMOS
Aula 14 -
Inflamação
A inflamação é
um processo multifatorial e integrado de defesa, desencadeado por uma lesão tecidual e
que tem por finalidade a reparação da lesão.
Os agentes da lesão e por consequência do próprio processo inflamatório podem ser
agentes físicos (calor, frio, traumas),químicos (ácidos ou álcalis, subst. irritantes)
ou biológicos (microrganismos patogênicos ou oportunistas e outros parasitas).
A intensidade da reação inflamatória é proporcional à intensidade da lesão que deu
origem à ela.
Durante um processo inflamatório são originados fenômenos exsudativos (relacionados com
a saída de elementos solúveis do sangue para o local da lesão) e proliferativos
(relacionados com a proliferação e ação de células do sistema imune no local da
lesão).
De modo geral os fenômenos de maior importância em uma reação inflamatória são:
1. QUIMIOTAXIA: é um conjunto de estímulos químicos que tem por objetivo agir sobre os
vasos próximos à lesão e atrair células do sistema imune ao local da lesão. Os
mediadores químicos deste fenômeno, entre outros são: C3a e C5a do sistema Complemento,
formil peptídeos, leucotriene B4, TGF beta,Interleucina-8,Trombina,Fator de Ativação de
Plaquetas(PAF), Peptídio quimiotáxico de Monócitos (MCP-1) e as proteínas do tecido
conjuntivo (fibronectina,colageno,laminina e fragmentos de elastina).
2. VASO DILATAÇÃO: Por ação de alguns fatores, entre eles a própria histamina,
liberada por mastócitos sob estímulo de uma ligação de antígeno com IgE, ocorre um
aumento do calibre dos vasos na região da lesão. Além da simples
dilatação as paredes vasculares também se tornam permeáveis.
3. EXSUDAÇÃO DO PLASMA: Devido à permeabilidae vascular, o plasma sai do interior do
vaso e leva ao local da lesão, importantes elementos, tais como: complemento, anticorpos,
enzimas, fibrinogênio.
4. MARGINAÇÃO DE LEUCÓCITOS E DIAPEDESE: Devido à diminuição da velocidade da
corrente sanguínea nos vasos dilatados os leucócitos tendem a trafegar pelas margens e
sob estímulo dos mediadores inflamatórios, ativam moléculas de adesão à parede do
vaso. Deste modo, trafegando junto à parede e se aderindo às células destas estruturas,
os leucócitos acabam por sair do interior do vaso no processo chamado de diapedese.Numa
etapa posterior saem também os monócitos que após alguns dias no tecido se transformam
em macrófagos e os linfócitos do sangue (agentes da resposta específica).
5. FAGOCITOSE: Os leucócitos polimorfonucleares, no local da lesão fagocitam células
mortas e eventualmente microrganismos presentes. Normalmente este processo é bem sucedido
e a limpeza do local é feita, porém se existirem fatores limitantes da ação destas
células, como por exemplo a proliferação de microrganismos patogênicos, a lesão tende
a aumentar e consequentemente o processo inflamatório também. Neste caso pode ocorrer um
aumento justificado da presença destes leucócitos que ao agirem fagocitando acabam
produzindo substâncias citotóxicas, bem como ao se lisarem no local da lesão, liberam
substâncias também citolíticas e o resultado é o aumento (ao invés da diminuição)
da lesão e dificilmente a lesão será reparada sem auxílios terapêuticos, tais como
por exemplo: limpeza do local, uso de antissépticos, drogas antimicrobianas ou
antinflamatórias.
6. CICATRIZAÇÃO: Os macrófagos dos tecidos passam a realizar uma limpeza final, ainda
produzindo fatores indutores da formação de tecido fibroso cicatricial.
Concomitantemente à produção deste tecido cicatricial, conforme o tecido e o tamanho da
lesão também ocorre a regeneração tecidual, ou seja a substituição das células
lisadas por outras identicas. Com estes dois processos em conjunto, temos a reparação da
lesão.
Considerando-se este mecanismo inflamatório,
podemos citar os principais sinais clínicos de um processo inflamatório, como sendo:
TUMOR: Causado pelo acúmulo anormal de líquido exsudado na região da lesão.
CALOR: Causado pelo aumento de sangue (vasodilatação) na região da lesão.
RUBOR: Idem
DOR: Causada pela compressão do edema e pela liberação de substâncias como a
prostaglandina no local da inflamação.
Nas formas clínicas agudas da inflamação a
lesão e o processo são intensos e de rápida instalação e evolução. Nos processos
crônicos a instalação não é abrupta, os sinais podem ser menos intensos e a lesão de
per sí também, porém é um processo contínuo e portanto leva à lesões constantes.
É possível a cronificação de um processo agudo, bem como a agudização de um processo
crônico.
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