Dom Casmurro


 

Dom Casmurro, obra publicada em 1899, constitui, juntamente com Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891), a trilogia mais significativados romances de Machado de Assis.

O romance tematiza o adultério sob a ótica de seu personagem-narrador, o solitário Dom Casmurro, que acredita ter sido traído por sua mulher, Capitu. Vizinhos um do outro quando adolescentes, crescem juntos e cedo começam a se amar. Bentinho, porém, é destinado ao seminário por uma promessa de sua mãe. O compromisso é desfeito e Bentinho pode escolher uma carreira liberal e casar-se com Capitu. Têm um filho, Ezequiel, e mantêm estreita amizade com o casal Escobar e Sancha. Morre Escobar, e Capitu sofre tanto que Bentinho começa a suspeitar que ela o tivesse amado. A desconfiança aumenta à medida que Ezequiel cresce e se parece cada vez mais com Escobar. O casamento é desfeito, e eis agora Bentinho, solitário, a querer, com o livri, "atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência".

Em Dom Casmurro, Machado de Assis veicula, a seu modo, um dos mais explorados motivos da prosa literária - o triângulo amoroso - por meio das personagens Bentinho, Capitu e Escobar.

É, entretanto, pela fala de Bentinho que conhecemos os fatos e é pelo filtro de sua visão que formamos o perfil psicológico de cada uma das personagens.

Com isso, Machado de Assis cria uma narrativa ambígua, que oscila entre dois pólos:Capitu teria ou não traído Bentinho?

Defender um dos pólos da ambigüidade do romance Dom Casmurro, eis um bom motivo para ler integralmente o livro.

 

FONTE: CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Portugês:Linguagens.Literatura, gramática e redação vol.3. ed.2. São Paulo:Atual Editora,1997.