FRATERNIDADE DE CARMELITAS LEIGOS  Minha alma engrandece o Senhor,  e meu espírito exulta em Deus meu Salvador (LC1, 47).

 Estiveram presentes os grupos das Fraternidades de Marimbá, Viçosa e Belo Horizonte, e, no dia 17, também participaram membros da Ordem Secular dos Carmelitas Descalços de BH (Planalto, João Pinheiro e Monsenhor Messias) e de Caratinga/MG. Foram momentos de alegre convívio fraterno, de oração, partilha e intensa participação de cada um dos presentes. Como sempre, pudemos contar com a presença amiga e atuante das nossas assessoras, Irmã Natalícia e Irmã Liza Helena Ramos.

 Também no dia 17, alegrou-nos a carinhosa visita da Irmã Marlene Frinhani, Superiora Geral das Irmãs Carmelitas da Divina Providência, acompanhada da Irmã Ilma Duarte Martins. Irmã Marlene, com suas palavras expressivas de simplicidade e carinho, manifestou-se a alegria por "estar conosco", caminhando no mesmo ideal Carmelitano participando do crescimento espiritual dos leigos.

 No encerramento, a missa de domingo, às 16:00, tivemos a culminância do encontro, com a celebração da Assunção de Maria. Frei  Emanuele enfatizou a importância de lembrarmos duas páginas queridas de Deus, na história do Carmelo: Maria, glorificada por sua vida de total entrega a Deus e aos irmãos, e Teresa do menino Jesus, proclamada "Doutora da Igreja", por sua dinâmica de doar-se inteira, para testemunhar, no amor solidário, mesmo na clausura, o grande amor de Deus.

 Difícil "secretariar" um encontro tão rico de tesouros espirituais... Difícil recolher cada gota do orvalho divino que bebemos avidamente, das palavras do Frei Emanuele Boaga, e que nos vem irrigando a missão cotidiana de leigos, em nosso mundo tão árido e tão sedento de Deus...

 Por isso, o que aqui oferecemos são uns pobres versos, à maneira do nosso contador popular de cordel, que, repentista e espontâneo, deixa transbordar em gotas a Poesia inesgotável que o amor de Deus inspira... Mas nossa pobre imaginação pouco recolhe da Palavra Divina, viva e perfeita, quando nos defrontamos nos limites da palavra humana. Por isso, desculpem-nos a ousadia de lavrar em versos, o registro dos momentos de nosso encontro com o Essencial, o Poeta, por excelência...
 
 

 

De novo, em teus caminhos nos reunimos no Senhor,   pra construir fraternidade e crescer no teu amor,   como leigos carmelitas em convívio de irmãos,   buscamos tua mensagem na partilha e na oração.   Bebemos tua Água Viva, repousamos em tuas mãos,   procurando no Carmelo nossa identificação.  Ser um carmelita leigo é ser do Reino um sinal;   é assumir, neste mundo, um carisma especial;   é viver anunciando a mensagem do Senhor.   É viver em obséquio de Jesus, o Salvador,  (IICor 10,5)   obediente à Palavra de justiça e de Verdade,   testemunhando a ternura que nos tem o Deus Trindade.   A visão do carmelita deve se centrar em Deus,   tudo mudando com os olhos sempre voltado  pros céus.   Dá-nos, Pai, teu coração e o olhar bem mais profundo,   e faze-nos chegar, perfeitos, àquela maturidade   capaz de nos transformar, e assim, mudar o mundo;   mudando a nossa vida, construímos fraternidade.   No obséquio do Senhor, aprendemos, já da História,   do Carmelo, a lição dos que alcançaram a glória,   e o exemplo hoje nos dão: com o Cristo, cada dia   as armas interiores, a Bíblia e a Eucaristia,   no combate desta vida, dão coragem pra lutar.   Em Maria e Elias, os modelos a imitar.   No Batismo, recebemos o alimento espiritual,   os proféticos valores na busca do essencial:   Ser um leigo carmelita é assumir a condição   de viver o dia-a-dia com o olhar contemplativo,   sempre fixo no Senhor, capaz de, mesmo na ação   ver em tudo e em todos a imagem do Deus Vivo.

Ser carmelita é, também, ser amigo e fraternal,   acolher Cristo no irmão com um jeito especial,   e mais ainda, é vivenciar os valores diaconais,   deixando sempre a serviço nossos dons, e, com alegria,   fazer crescer o Reino, neste mundo, a cada dia,   ser presença, ser Igreja, para Deus ser sempre mais   Neste mundo conturbado, onde tudo é ruído   ser carmelita é escutar Deus em meio ao alarido,   é ser capaz do diálogo, dum silêncio tão sonoro,   na oração, que só acolhe a presença do Senhor.   É ter reta consciência e mais, o coração puro,   ser criança pequenina que se entrega com amor.   No Carmelo encontramos um caminho especial,   a força que nos renova o compromisso inicial,   de espelhar-nos, cada dia, na imagem de Jesus,   e assim, esvaziar-nos, como tão bem fez Maria,   assumindo a vida eterna já presente em cada dia,   e a buscar o tudo no Nada que culmina com a cruz...   (2 Cor 12,5-10)   Hoje que nós prosseguimos a jornada da esperança,   tenhamos, sempre atento, um coração de criança:   vamos seguir a caminho com a Santa Teresinha   santa irmã que, do Carmelo, tanta coisa nos ensina.   No mundo modernizado, a estrela de Deus vivo,   que, em sua pequena via, cresceu, sendo pequenina...      (Francis Paulina Lopes Silva)   FCL/BHTE