O LEIGO NA IGREJA E NO MUNDO
- Leigo é aquele que juntamente com os religiosos, sacerdotes e bispos, faz parte do Povo de Deus. 
- Leigos são todos os cristãos, homens e mulheres, exceto os religiosos, sacerdotes, bispos ou membros de ordens sacras. 
- Leigos são os fiéis, que pelo batismo foram incorporados a Cristo, constituindo-se no Povo de Deus, que exercem suas atividades no mundo, construindo o Reino de Deus, no mundo. Vivem, portanto, no mundo, não fora dele, atuando em todas as profissões e atividades, Vivem nas condições ordinárias da vida familiar e social. Lá são chamados por Deus para que, exercendo seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, a modo de fermento, contribuam para a santificação do mundo. Manifestam, assim, aos outros, o Cristo, especialmente pelo testemunho de sua vida resplandecente em fé, esperança e caridade. A eles cabe, de maneira especial, iluminar e ordenar de tal modo as coisas do mundo às quais estão intimamente unidos. Cada leigo deve ser perante o mundo, uma testemunha da ressurreição e vida do Senhor Jesus e sinal de Deus vivo. Todos juntos, e cada um na medida de suas possibilidades devem alimentar o mundo com frutos espirituais. Devem difundir, no mundo, aquele espírito pelo qual são animados os pobres, os mansos e os pacífico que o Senhor, no Evangelho, proclama bem-aventurados. “O que a alma é para o corpo sejam os cristãos para o mundo”. 
- O leigo não foge do mundo, das realidades temporais, para buscar Deus; pelo contrário, ele assume o mundo e essas realidades e aí ele encontra o seu Deus pelo testemunho de sua vida. Pela inspiração da fé, descobre nessas realidades, um sentido de caridade cristã; pela luz da fé, descobre nessas realidades a presença do Senhor; em meio à sua missão, muitas vezes conflitivas e cheia de tensões procura renovar sua identidade cristã, no contato com a palavra de Deus, na intimidade com o Senhor pela Eucaristia, nos sacramentos e na oração. (Lumen Gentium – Cap. 4; Puebla 634). 
“A igreja é o Povo de Deus em marcha para a eternidade. E constituída por todos aqueles que estão ligados a Cristo, para o qual todos os homens são chamados. Fazem porém, plenamente parte da igreja aqueles que “tendo o Espírito de Cristo, aceitam a totalidade de sua organização e todos os meios de salvação nela  instituídos e na sua estrutura visível, regida por Cristo através do Sumo Pontífice e dos Bispos, se unem com ele pelos veículos da profissão de fé, dos sacramentos do regime e da comunhão  eclesiástica. A pala leigo, significa povo. Assim, leigo que aceita Cristo, faz parte do Povo de Deus. É função dos leigos, por sua própria vocação, construir o Reino de Deus, exercendo funções do mundo, ordenando-as segundo Deus. Entende-se, assim, que bom leigo é bom profissional. Procura através de seu trabalho profissional, melhorar o mundo, com o espírito evangélico. Deve agir em todos os setores de atividade: na indústria, no comercio, nas profissões liberais, na política, no ensino, etc... Fará seu trabalho com a mentalidade cristã, com amor, para construir um mundo melhor, mais fraterno, mais justo, mais cristão. O leigo tem no mundo, moderno, uma importante missão de evangelização. É um mundo em que o clero não pode atuar. Assim o leigo deve estar atuando em todos os setores, em todas as atividades, em todas as parcelas da sociedade e do mundo. Também, a ação dos leigos na Igreja é ampla. A parte organizada através de associações ou outras atividades oficiais é a menor. Inicia em casa, na manutenção e orientação da família, no amor de Cristo. Alarga-se para todo o ambiente de vida: vizinhança, trabalho, em toda a influência que puder conseguir na vida social, impregnando-a do espírito evangélico. O trabalho apostólico dos leigos pode ser representado por 4 círculo concêntricos: o primeiro contém as atividades no quadro da Igreja: culto, ensino, assistência social; o segundo, o meio de vida próprio de cada um: casamento, família, desembocando nos movimentos e serviços familiares; o terceiro o meio de trabalho, podendo-se falar até de carismas profissionais; o quarto, a sociedade: o mundo dos negócios, da técnica, da cultura, da política, com suas leis e condições próprias. Ali, bem como no domínio profissional, os leigos devem assegurar a cristianização. Cabe pois aos leigos a tarefa da inserção do Cristianismo no desenvolvimento. O Cristão é  constituído sal da terra e luz do mundo. A hierarquia serve à comunidade através da palavra, dos sacramentos e da orientação. O leigo porém, através de seu trabalho profissional, transforma o mundo e lhe imprime concretamente a marca cristã. É um trabalho de Igreja, de suma importância em todo o mundo pluralista. Ali se manifesta os autênticos cristãos, capazes de viver sua fé e imprimir sua característica em seu âmbito de trabalho” (Religião e Cristianismo – ITCR – PUC pags. 185/196)
 “A igreja não está fundada verdadeiramente, nem vive plenamente, nem é o sinal perfeito de Cristo entre os homens, se, com a hierarquia, não existe e trabalha e um laicato autêntico.” (Decreto “Ad Gentes”)