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De fato, a composição iconográfica da Ressurreição
mostra-nos a descida de cristo aos infernos. Às vezes a Ressurreição
é retratada, mas isso é raro. Em sua maioria, os ícones
silenciam sobre o verdadeiro momento da Ressurreição. As
representações de um Cristo vestido de branco saindo do sepulcro
são mais recentes e resultaram da influência ocidental.
Este ícone é fiel ao modelo estabelecido durante séculos. Sendo um ícone russo, contém não apenas as letras usuais para designar Cristo, mas também a inscrição estava em vermelho para designar seu nome: Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. O centro está ocupado pelo Salvador em um círculo (símbolo da divindade) com uma intensidade escura que clareia em direção ao contorno exterior. O branco da túnica e do manto de Cristo recorda a cor observada pelos evangelistas na Transfiguração do Senhor: é um envolvimento de luz, atributo do corpo glorificado e símbolo da glória divina. Na mão esquerda, Jesus segura uma cruz, sinal de sua vitória, e com a direita Liberta da região dos mortos Adão, que simboliza toda a humanidade. Atrás do protopai estão Davi e Salomão, João Batista e o profeta Daniel. À esquerda de Cristo apresenta-se Eva, que, com as mãos respeitosamente envoltas nas dobras das vestes, espera sua vez de ser libertada. Atrás dela estão outros justos do Antigo Testamento. Embora incluída no Credo, a descida aos infernos não tem sido tema freqüente nas artes do Ocidente, mas ocupa lugar importante nas tradições litúrgicas e iconográficas do Oriente bizantino. |