Lisboa, 31 de Janeiro de 1999
Na estrada da minha vida
interior e simples
decalcada da real
houve acidentes frequentes
felizmente não mortais
a máquina empanou
quase enferrujou
o nevoeiro frequentou
minha paisagem habitual
a polícia me multou
e os poemas abafaram
os amigos me acompanharam
em bebedeiras d'escrita
nem o desvio foi ideal
o imaginado alcançado
mas ao alcance simulado
esteve sempre a Poesia.
Houve sangue, tédio, alegria
e a estrada infinita correspondia
a uma sabedoria ancestral
visual, transcendental
cuja meta se definia por
POESIA
Lisboa, 13 de Fevereiro de 1999