ÉS MINHA INSPIRAÇÃO
Às vezes quando muito penso em ti
Em inspiração contigo converso
E sem querer escrevo lindo verso,
Que junto c"outros que assim produzi
Em simples versos um soneto cria
Que como este fala de meu amor
Mas não indica que eu seja escritor
Ou que saiba fazer linda poesia,
Porque só a consigo escrever depois
De muito tempo em ti pensar, pois
És para mim a menina dileta
Que eu amo com todo o meu coração
De eu fazer versos só esta é a razão
Pois te amando qualquer um é poeta!..
Pres.Venceslau (SP), 09.02.68
RENASCIMENTO
De repente, sinto dentro de mim
Algo muito forte em meu peito ardendo.
Gosto, me sinto bem, vivendo assim
Mesmo ainda desilusão sofrendo.
Amada minha, como é bom sentir
Renovar em minha alma os sentimentos...
Sozinho reflito no meu porvir
Onde a vejo alegrando meus momentos.
Nem acredito no que me acontece,
Hoje de amor meu coração padece.
Ouço em êxtase o que ele me diz:
"Meu sonho é ela sem outro depois!"
E eu tenho certeza disso, pois,
Um só sorriso seu... fico feliz!
Nova Esperança (PR), 28.09.94
Chorando filho e mãe se despediram,
Quando soluçando no trem subia
Junto dele também muitos subiram...
O filho amado pra guerra partia...
A mãe sofreu muito com a partida
Do único filho que ela muito amava
Ela o chorou para o resto da vida,
No entanto, revê-lo ainda esperava.
Muitos e muitos anos se passaram,
Os soldados pros seus pais escreveram
No entanto aquela mãe não recebera
Uma carta do filho com notícias
Pois, depois de muitos e duras perícias
Crivado de balas ele morrera.
Pres.Prudente (SP), maio/67
A GOTA VAIDOSA
O vento açoita a terra fortemente,
Nuvens tapam o sol e escurece,
O frio coagula o vapor quente:
Água e mais água em gotas desce.
No meio daquele grande aguaceiro
Cheia de si mesma, muito vaidosa,
Uma pequena gota também veio,
As delícias da descida ela goza...
Vinha ela sonhando com coisas mil,
Pensava ser grande como o Brasil,
Quando caiu e desapareceu.
Assim é com as pessoas vaidosas:
Quando pensam que são as mais grandiosas,
Sua fama há muito, muito morreu.
Pres.Prudente (SP), junho/67
VERMELHO
Cor, entre as cores, a mais assanhada,
Cor que dentre as cores é a mais berrante,
Cor, entre as cores, a mais realçada
Cor, entre as cores a mais ofuscante.
Vermelho tens vários significados:
Simbolizas a vida no apogeu
Dos que pela fé foram trucidados,
Fé ao Deus que no calvário morreu.
Lembras da guerra os combates cruentos,
Onde em grandes ataques sangrentos
O sangue dos heróis encharca a terra.
Embelezas os grandes bailes também,
Para onde toda sociedade vem...
Vermelho, és a cor da alegria e guerra.
Pres.Prudente (SP), setembro/67
A TI...
E foi num dia, sem ao menos esperar,
Linda te vi, e de repente em mim notei
Isto que comentam ser o sublime amar...
Sim, compreendi que naquela hora te amei!
Amei e ainda continuo te amando
Mais do que tua mente possa conceber,
Inda agora em tua pessoa estou pensando
Num doce enlevo que mais me faz te querer!
Há dias que me entristeço e sofro bastante,
A causa é não poder ter te olhado um instante:
Vendo-te, cada vez mais fico apaixonado...
Imaginar nunca poderás quão te quis
Dia talvez virá em que serei feliz:
Amando muito mais e por ti sendo amado!...
Pres.Venceslau (SP), 16.01.68
ÉS MINHA LUZ
Tenho na minha vida uma luz:
Ela é bela, iluminando-me a vida,
Amo-a pois ela é tu que, oh querida
Maravilhosamente me conduz.
Onde encontro alguma dificuldade
Em busca de ti, sublime pessoa
Logo todo o meu pensamento voa
Isto porque só me inspiras bondade...
Zelosa te vejo estendendo a mão
Até serenar-me o coração...
Bendigo-te por tudo, oh querida,
E aqui nestes versos que te dedico
Tremendo de emoção eu te suplico:
Habita para sempre em minha vida!
Pres.Venceslau (SP), 18.01.68
O FUGITIVO
No vórtice vesano que rugia,
A jangada nas ondas oscilava
Dentro da qual se encontrava
Pobre homem que do exílio fugia.
Fazia três dias que assim vagava,
Estava com frio, com fome e sede
Já no alvorecer co"as ondas lutava
E para descansar nem simples rede.
Lutara contra os muros da prisão,
Agora contra as vagas do turbilhão.
Com sua coragem, tudo vencia...
Mais tarde, depois de mui delirar
E em miragens a praia ver chegar,
O inocente desterrado morria.
Pres.Prudente (SP), abril/67