O fim
I
Você cuspiu na minha emoção
E em tudo escrito de coração
Você assoou o nariz
Com as cartas que um dia eu fiz
Ignora meus telefonemas
(Nossas vãs promessas viraram poemas)
Palavras mudas que ainda digo
Cravadas na lápide do meu jazigo
E tudo o que nós sonhamos
Talvez cicatrize com os anos
Conseguiu matar num segundo
O que agora é o fim de um mundo
Você esqueceu tudo o que VIVEMOS
Me pergunto se um dia FOMOS
A minha ruína sei que SOMOS
Do futuro, nada SABEMOS
II
Se paixão é veneno
Seu “Te amo!” é a dose
Nossa ilusão de amizade
Se perde na verdade de uma separação
Minha casa já não é a sua,
Nem o quarto, a varanda e o colchão
O tempo é o inimigo dos sentidos
E só invalida nossa razão
E agora o meu “Te amo!” já não é mais a questão
III
Você tem mil caras,
Me apaixonei por uma delas,
Acabei quebrando a minha
Você se vendeu como ninguém
Mas no fim das contas
Acho que EU estou valendo bem!
Um carro, casa e faculdade
Não sabia que esse era o preço da SUA felicidade
Nada que eu pudesse comprar
Só tinha meu sexo e carinho para lhe dar
E todo meu amor não valeu a pena
Você julgou minha fidelidade muito pequena
Morreu e esqueceu de me avisar
Saia do meu mundo e me deixe respirar
Carinho igual a esse, não mereço
Afinal, não valemos o mesmo preço.
Taís Cavalcanti 19/04/99