Machado de Assis



 
 
 

Considerado por muitos como o maior escritor brasileiro, Joaquim Maria Machado de Assis teve uma existência relativamente estável e conheceu em vida o prestígio e a fama que lhe cabiam. Foi um dos fundadores, em 1896, da Academia Brasileira de Letras e eleito seu presidente vitalício. Ao morrer, em 1908, recebeu honras de chefe de Estado.

Nada poderia contrastar mais vivamente com seu nascimento, em 1839, no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, e com sua infância de menino órfão e pobre. A cor escura revelava sua ascendencia negra. Entre nascimento e morte, Machado percorreu um duro caminho de quem se faz pelas próprias mãos — mulato pobre do subúrbio, ele se transformaria num dos mais respeitados intelectuais da Corte. Pelo que indicam os registros, Machado de Assis não frequentou a escola, embora tenha aprendido a ler antes dos 10 anos. Órfão ainda criança, vendeu doces na rua para ajudar a sustentar a casa. Caixeiro de uma livraria, tipógrafo e revisor foram algumas profissões que excerceu antes de se tornar jornalista e escritor. A estabilidade econômica, porém, veio de outras fontes. Como uma boa parcela da intelectualidade brasileira da época, Machado ingressou no funcionalismo público. Chegou a fazer carreira, foi oficial-de-gabinete de ministro e diretor de órgão público. Em 1889, ano da proclamação da República, dirigia a Diretoria do Comércio. Nessa época, já era escritor consagrado.

Trabalhou a vida toda na burocracia na qual vai galgando posições até ser ministro substituto. Mas a carreira burocrática é apenas uma forma de ganhar o sustento, ainda que humilde, que possibilita a ele escrever. Contribui com diversos jornais e revistas e, com a publicação de seu livro de poesias, contos e romances, só vai ganhando em notoriedade e respeito. Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, enfrentando forte preconceito racial da família da noiva. Em 1876, é um dos principais responsáveis pela fundação da Academia Brasileira de Letras, do qual é eleito presidente vitalício. Em 1904, morre Carolina. Quatro anos depois, Machado de Assis, consagrado como o maior escritor brasileiro, é enterrado com pompa no Rio de Janeiro. O mulato paupérrimo do morro do Livramento tornara-se um dos homens mais respeitados do país.
 
 

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