PARALAMAS DO SUCESSO

ARQUIVO
OS GRÃOS
VAMO BATÊ LATA
9 LUAS


ARQUIVO

Caleidoscópio
Letra e Música: Herbert Vianna

Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num caleidoscópio sem lógica

Eu quase posso ouvir a tua voz
Eu sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa

Quem vai pagar as contas deste amor pagão
Te dar a mão, me trazer à tona pra respirar
Quem vai chamar meu nome
Ou te escutar

Me pedindo pra apagar a luz
Amanheceu, é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita

Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Pra gente não ter nunca mais que terminar


Óculos
Letra e Música: Herbert Vianna

Se as meninas do Leblon não olham mais p'rá mim
Eu uso óculos
E volta e meia eu entro com meu carro pela contramão
Eu tô sem óculos
Se eu tô alegre eu ponho os óculos e vejo tudo bem
Mas se eu tô triste eu tiro os óculos
Eu não vejo ninguém

(Refrão 1)
Por que você não olha p'rá mim?
Me diz o que é que eu tenho de mal
Por que você não olha p'rá mim?
Por trás dessa lente tem um cara legal

Eu preciso te dizer que eu nunca fui o tal
Era mais jogo se eu tentasse fazer charme de intelectual
Se eu te disser periga você não acreditar em mim
Eu não nasci de óculos
Eu não era assim não

(Repete Refrão 1)

(Refrão 2)
Por que você não olha p'rá mim?
Por que você diz sempre que não?
Por que você não olha p'rá mim?
Por trás dessa lente também bate um coração

(Repete Refrão 2)

(Repete Refrão 1)


Cinema Mudo
Letra e Música: Herbert Vianna

Amor sem palavras
Cinema mudo
Não falo nada
Você sabe tudo

A noite chega
Me dá um toque
Melancolia
Não dá ibope

Eu tenho que aprender
A dizer tudo o que eu sinto por você
Eu tenho que aprender
Num desses seriados de TV


Alagados
Letra: Herbert Vianna
Música: Herbert Vianna/Bi Ribeiro/João Barone

Todo dia
O sol da manhã vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia

E a cidade
Que tem braços abertos num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Lanterna dos Afogados
Letra e Música: Herbert Vianna

Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Uma noite longa
P'ruma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Uma noite longa
P'ruma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando ...


Vital e sua Moto
Letra e Música: Herbert Vianna

Vital andava a pé
E achava que assim estava mal
De um ônibus pra outro
Aquilo pra ele
Era o fim
Conselho de seu pai:
"Motocicleta é perigoso, Vital
É duro de negar filho mas isto dói bem mais em mim"
Mas Vital comprou a moto
E passou a se sentir total
Se sentir total
Vital e sua moto
Mas que união feliz
Corria e viajava
Era sensacional
A vida em duas rodas
Era tudo o que ele sempre quis
Vital passou a se sentir total
Com seu sonho de metal
Vital passou a se sentir total
Com seu sonho
Vital passou a se sentir total
Com seu sonho de metal
Vital passou a se sentir total
Com seu sonho

Os Paralamas do Sucesso iam
Tentar tocar na capital
Na capital
E a caravana do amor então pra
Lá também se encaminhou
Ele foi com sua moto
Ir de carro era baixo astral
Minha prima já estava lá
E por isso eu também vou
Os Paralamas do Sucesso
Vão tocar na capital
Vital e sua moto que união feliz


O Beco
Letra: Herbert Vianna
Música: Herbert Vianna/Bi Ribeiro/João Barone

No beco escuro, explode a violência
Eu tava preparado
Descobri mil maneiras de dizer o teu nome
Com amor, ódio, urgência
Ou como se não fosse nada

No beco escuro, explode a violência
Eu tava preparado
Ruínas de igreja, seitas sem nome
Paixão, insônia, doença
Liberdade vigiada

No beco escuro, explode a violência
No meio da madrugada
Com amor, ódio, urgência
Ou como se não fosse nada

Mas nada perturba o meu sono pesado
Nada levanta aquele corpo jogado
Nada atrapalha aquele bar ali na esquina
Aquela fila de cinema
Nada mais me deixa chocado
Nada!


Meu Erro
Letra e Música: Herbert Vianna

Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou

(Refrão 1)
Você quis não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria
Ah! Meu Deus, era tudo que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone (, jamais)

(Refrão 2)
Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás

(Repete Refrão 1)

(Repete Refrão 2)

(Repete Refrão 1)


Me Liga
Letra e Música: Herbert Vianna

Eu sei, jogos de amor são pra se jogar
Ah, por favor, não vem me explicar
O que eu já sei, e o que eu não sei

O nosso jogo não tem regras nem juiz
Você não sabe quantos planos eu já fiz
Tudo que eu tinha pra perder eu já perdi
O seu exército invadiu meu país

Se você lembrar, se quiser jogar
Me liga, me liga

Mas sei que não pode terminar assim
O jogo segue e nunca chega ao fim
E recomeça a cada instante
(A cada instante)

Eu não te peço muita coisa, só uma chance
Pus no meu quarto seu retrato na estante
Quem sabe um dia eu vou te ter ao meu alcance
Ah, como ia ser bom se você deixasse.


Romance Ideal
Letra: Herbert Vianna/Martin Cardoso
Música: Herbert Vianna

Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
Que eu nem sei se eu cometi
Ela é só uma menina
E eu deixando que ela faça
O que bem quiser de mim

Se eu queria enlouquecer
Essa é a minha chance
É tudo o que eu quis
Se eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal

Não pedi que ela ficasse
Ela sabe que na volta
Ainda vou estar aqui
Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
Que eu nem sei se eu cometi


OS GRÃOS

Sábado
Letra e Música: Herbert Vianna

Gotas de amor sobre as feridas
Como um bálsamo
Ondas de amor pelas cortinas
Como um sábado de sol
Eu só queria te dizer
Que aquela dor já passou
Ô, ô, ô

Fingir que não, passar por cima
Nunca me ajudou
Onda de amor me contamina
Como um sábado de sol
Eu só queria te dizer
Que aquela dor já passou
Ô, ô, ô


VAMO BATÊ LATA

(DISCO 1)

A Novidade
(João Barone/Bi Ribeiro/Herbert Vianna/Gilberto Gil)

A novidade veio dar à praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa maia
Metade um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia

Ó mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ôôôô
De um lado este carnaval
De outro a fome total
Ôôôô

E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado


Dos Margaritas
Letra e Música: Herbert Vianna

Fazer um desenho nas costas da mão
Despir a consciência das dores morais
Jogar uma vaca do décimo andar
Viajar sob a lua que varre os sertões
Uma ostra chilena, um beijo em Paris
Se cortasse o cabelo e mudasse o nariz
Se Vital escrevesse a Constituição
Se eu nunca quisesse quem nunca me quis

Ser dois e ser dez e ainda ser um
Se a vingança apagasse a dor que eu senti
Ser seco, ser reto, isento amoral
Se eu nunca lembrasse o estrago que eu fiz

Tudo isso me faria feliz
Absurdos me fariam feliz
Pero nada me hará tan feliz
Como dos margaritas


Vamo Batê Lata
Letra e Música: Herbert Vianna

Vamo batê lata, tonel, garrafa d'água
Vamo batê pulso da artéria da rua
Vamo batê palma até de madrugada
Vamo pr'aquela praça da verdade nua

Vamo de tamanco pro cubango
No aperto do abraço do suvaco no pão
Quatro sete sete cinco meia no batuque samba-funk
Da alegria arrastão

Tá desorientada, você não sabe nada
Moleque de rua e a nova língua de Brown
Pega no meu braço, aperta a minha mão
Vamo no balanço funk do lotação
Di di diz


(DISCO 2)

Uma Brasileira
Letra: Herbert Vianna/Carlinhos Brown
Música: Carlinhos Brown

Rodas em sol, trovas em dó
Uma brasileira, ô
Uma forma inteira, ô
You, you, you

Nada demais
Nada através
Uma légua e meia, ô
Uma brasa incendeia, ô
You, you, you

Deixa o sal no mar
Deixe tocar aquela canção
One more time
One more time
One more time...

Tatibitate
Trate-me, trate
Como um candeeiro, ô
Somos do interior do milho

E esse ão de são
Hei de cantar naquela canção
One more time
One more time
One more time...


Saber Amar
Letra e Música: Herbert Vianna

A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo

Saber amar
É saber deixar alguém te amar

Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio

O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar


Luis Inácio (300 Picaretas)
Letra e Música: Herbert Vianna

Luis Inácio falou, Luis Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor

Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jetom
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica a sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída
Pra fazer justiça uma vez na vida
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar, por qualquer trocado
Por um par de sapatos, por um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
E se eu fosse dizer nomes a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão


Esta Tarde
Letra e Música: Herbert Vianna

Alguma invenção
Que faça o tempo parar esta tarde
Quando se for o sol
Que a luz desse dia nunca acabe

Esteja sempre perto, sempre longe dos covardes
O errado e o certo, pra ter raiva e ter piedade

Arcos de toda cor vão escrever teu nome
Na paisagem
Te levo pela mão
E o viajar já é mais que a viagem

Esteja sempre perto
Sempre longe dos covardes


9 LUAS

Lourinha Bombril (Parate y Mira)
(Diego Blanco/Bahiano)
Versão: Herbert Vianna

Pára e repara
Olha como ela samba
Olha como ela brilha
Olha que maravilha

Essa crioula tem o olho azul
Essa lourinha tem cabelo bombril
Aquela índia tem sotaque do sul
Essa mulata é da cor do Brasil
A cozinheira tá falando alemão
A princesinha tá falando no pé
A italiana cozinhando o feijão
A americana se encantou com Pelé

Häagen-dazs de mangaba
Chateau canela-preta
Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta
Caboclo presidente
Trazendo a solução
Livro p'rá comida, prato p'rá educação


Outra Beleza
(Herbert Vianna/Lulu Santos)

Outra beleza
Outra beleza você tem
Que põe cama e mesa
E mais beleza no mundo também

Não tá no frio da pedra, do bronze ou da tela
Tá no olhar, tá no movimento dela
Em cada suspiro de amor
Cada gesto de mão, cada novo sabor
Cada ocasião em que a alma se revela

O sol se põe na paisagem
Se o telefone tocar já sei que é ela
De caras e bocas e marcas
De ostentação, e comparação
Não precisa não Você é muito bela


La Bella Luna
(Herbert Vianna)

Por mais que eu pense
Que sinta, que eu fale
Tem sempre alguma coisa por dizer
Por mais que o mundo dê voltas
Em torno do sol, vem a lua me enlouquecer

A noite passada
Você veio me ver
A noite passada
Eu sonhei com você

Ó lua de cosmo
No céu estampada
Permita que eu possa adormecer
Quem sabe, de novo nessa madrugada
Ela resolva aparecer


De Música Ligeira (De Musica Ligera)
(G. Cerati/Bosio)
Versão: Herbert Vianna

Ela deitou
Seu calor se espalhava
Eu despertei e ainda sonhava
Algum tempo atrás
Escrevi numa carta
Que nunca escolhi
As armas do amor

E daquele amor
De música ligeira
Nada nos livra
Nada mais resta

Não lhe enviarei
Mentiras e rosas
Nem penso evitar
O toque secreto


Capitão de Indústria
(Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle)

Eu às vezes fico a pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais

Eu não tenho tempo a perder
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei

E eu não sei
Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas

Eu acordo p'rá trabalhar
Eu durmo p'rá trabalhar
Eu corro p'rá trabalhar

Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça que
Passa
E polui o ar

Eu nada sei
Eu não vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas


O Caminho Pisado
(Herbert Vianna)

Da cama p'ro banho, do banho p'rá sala
O sono persiste, o sol já não tarda
A vida insiste em servir um velho ritual
Que sempre serve a tantos outros
O mesmo pão comido aos poucos
Se senta e abre o jornal

Tudo parece normal
Um dia a menos, um crime a mais
No fundo, no fundo tanto faz
Já é hora de vestir o velho paletó surrado
E caminhar sobre o caminho pisado
Que conduz rumo à batalha que inicia cada dia
Conseguir um lugar p'rá sentar e sonhar no lotação
E é tudo igual, igual, igual...

No fim dos dias úteis há os dias inúteis
Que não bastam p'rá lembrar ou
P'rá esquecer de quem se é
O ar pesado nesse bairro pesado em plena barra pesada
A mão pesada vem oferecer
E conta os trocados contando vantagem
E toma uma bola, começa a viagem
E enquanto não chegar a velha hora

Que inicia a cada dia
Em várias partes da cidade, por lazer ou rebeldia
A mão pesada se abrirá
Oferecendo a garantia barata de que tudo vai mudar
E é tudo igual, igual, igual ...


Busca Vida
(Herbert Vianna)

Vou sair p'rá ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver d'aonde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos
Nunca mais serão iguais

Se for mais veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda dor p'rá trás
Perdida num planeta abandonado
No espaço
E volto sem olhar p'rá trás

No escuro do céu
Mais longe que o sol
Perdido num planeta abandonado
No espaço
Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu
A caminhar no céu
E foi o princípio do fim


O Caroço da Cabeça
(Nando Reis/Marcelo Fromer/Herbert Vianna)

P'rá ver
Os olhos vão de bicicleta até enxergar
P'rá ouvir
As orelhas dão os talheres de escutar
P'rá dizer
Os lábios são duas almofadas de falar
P'rá sentir
As narinas não viram chaminés sem respirar
P'rá ir
As pernas estão no automóvel sem andar

E os ossos serão nossas sementes
Sob o chão
E dos ossos as novas sementes
Que virão


Sempre te Quis
(Herbert Vianna)

Todo o meu tempo
Todo o meu zelo
Todo o meu prédio já sabe que eu tenho
Um amor

Todo receio
Todo remédio
Tudo que sempre causava dor e medo
Se foi

Foi por te ver andando reto
Entre tudo que há de incerto em mim

E fui andando, voltei ao zero
Um recomeço é uma forma de se encontrar
Por ser tranqüilo, por ser sincero
Não me preocupa
O que não for é o que vai passar

Foi por te ver andando reto
Entre tudo que há de incerto em mim
Que eu sempre te quis
Sempre te quis assim
Só p'rá mim


Seja Você
(Herbert Vianna)

Vai sempre ter alguém
Com mais dinheiro, mais respeito
Mais ou menos tudo que se pode ter
Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa, somos imperfeitos
E o que falta cega p'ro que já se tem
Eu não te completo
Você não me basta
Mas é lindo o gesto de se oferecer
O que eu quero nem sempre eu preciso
Mas dê um sorriso quando me entender
Seja você
Seja só você


Na Nossa Casa
(Herbert Vianna)

Quando anoiteceu
Nenhuma luz na nossa casa se acendeu
Aonde você estava?
Aonde estava eu?

Se tudo parecia nada, ainda assim
O nada era mais do que o que você deixou
No fim

Quando aconteceu
Quando algo em que a gente acreditava
Se perdeu
Por onde você andava?
Por que não me socorreu?

Não é o fim do mundo é só o fim de tudo que fomos nós
Sem flutuar e sem tocar o fundo
Sempre sós


Um Pequeno Imprevisto
(Herbert Vianna/Thedy Correa)

Eu quis querer o que o vento não leva
P'rá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
P'rá que quem eu amo não mudasse nunca

Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado

Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa
No céu havia nove luas
E nunca mais eu encontrei minha casa


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Copyright © 1998 Fernando Ribeiro Ramos
Última Atualização Feita em 15/01/1998
Online desde 15/01/1998