Bichos Escrotos
Comida
Domingo
Eu Não Vou Dizer Nada (Além do Que Estou Dizendo)
Eu Vezes Eu
Família
Flores
Go Back
Homem Primata
Marvin (Patches)
Não Vou me Adaptar
O Pulso
O Quê
Os Cegos do Castelo
Palavras
Polícia
Pra Dizer Adeus
Querem meu Sangue (The Harder They Come)
Será que é Isso o que Eu Necessito?
Sonífera Ilha
32 Dentes
Tudo o que Você Quiser
Bichos, saiam dos lixos
Baratas, me deixem ver suas patas
Ratos, entrem nos sapatos
Do cidadão civilizado
Pulgas, que habitam minhas rugas
Onçinha pintada,
Zebrinha listrada,
Coelhinho peludo,
Vão se foder!
Porque aqui na face da terra
Só bicho escroto é que vai ter!
Bichos escrotos, saiam dos esgotos
Bichos escrotos, venham enfeitar
Meu lar,
Meu jantar,
Meu nobre paladar
Bebida é agua
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
Bebida é agua
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
Não sei o que fazer
Não sei o que fazer
Eu saio por aí
Sem ter aonde ir
Não é sete de setembro
Nem dia de finados
Não é sexta-feira santa
Nem um outro feriado
E antes que eu esqueça aonde estou
Antes que eu esqueça aonde estou
aonde estou com a cabeça?
Tudo está fechado
Tudo está fechado
Domingo é sempre assim
E quem não está acostumado?
É dia de descanso
Nem precisava tanto
É dia de descanso
Programa Silvio Santos
E antes que eu confunda o domingo
Antes que eu confunda o domingo
O domingo com a segunda
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo passar
Até o proximo, até o proximo, até o proximo domingo
Eu Não Vou
Dizer Nada (Além do Que Estou Dizendo)
(Sérgio Britto/Paulo Miklos/Charles Gavin/Tony Bellotto/Marcelo
Fromer/Nando Reis)
Eu não vou falar de amor
E nem vou falar de tempo
Eu não vou dizer nada
Além do que estou dizendo
Eu não vou dizer
O que realmente penso
Até mesmo porque
Não tenho nada a dizer
Eu não vou dizer
O que realmente sinto
Até mesmo porque
Não é o que eu quero fazer
Eu não vou falar de culpa
E nem de arrependimento
Mas só do que eu digo agora
E aqui neste momento
Eu não vou falar
De novo o que falei
Eu não vou falar
De mim nem de ninguém
Eu não vou falar
De coisas que eu não sei
E nem vou falar
Do que eu conheço bem
Eu não contar uma história
E nem vou dar explicação
E não vou falar de flores
E nem da televisão
Eu não vou falar de nada
Eu não vou falar de nada
É isso e só o que basta
Pra fazer esta canção
Eu vezes eu
Espelhados em mim
Eu mínimo
Múltiplo comum
Eu menos eu
Do que resta de mim
Eu máximo
Único - Nenhum
Ela, ele, vocês
Vezes eles, os outros
Eu e eu outra vez
Nervo, músculo e osso
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família ê
Familia á
Família
Família, família
Vovô, vovó, sobrinha
Família, família
Janta junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando o nenê fica doente
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenê é estridente
Assim não dá pra ver televisão
Família ê
Familia á
Família
Família, família,
Cachorro, gato, galinha
Família, família,
Vive junto todo dia,
Nunca perde essa mania
A mãe morre de medo de barata
O pai vive com medo de ladrão
Jogaram inseticida pela casa
Botaram um cadeado no portão
Família ê
Familia á
Família
Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar estes cortes
FLORES
FLORES
As flores de plástico não morrem
Go Back
(Sérgio Britto/Torquato Neto)
* Trecho do poema Farewell Y Sollosos de Pablo Neruda
Versão: Martin Cardoso
Aún que me llames
Aún que vayamos al cine
Aún que reclames
Aún que ese amor no camine
Aún que eran planes y hoy yo lo siento
Si casi nada quedó
Fue sólo un cuento
Fue nuestra historia de amor
Y no te voy a decir si fue lo mejor
Pues
Solo quiero saber lo que puede dar cierto
No tengo tiempo a perder
* Ya no se encantaran mis ojos en tus ojos, Ya no se endulzará
junto a ti mi dolor.
Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada Y hacia donde camine
llevarás mi dolor.
Fui tuyo, fuiste mia. Que más? Juntos hicimos. Un recodo en la ruta
donde el amor pasó
Fui tuyo, fuiste mia. Tu será del que te ame. Del que corte en tu
huerto lo que he sembrado yo
Yo me voy. Estoy triste. Pero siempre estoy triste. Vengo desde tus brazos.
No se hacia donde voy.
...Desde tu corazón me dice adiós un niño y yo le
digo adiós.
Homem Primata
(Sérgio Britto/Marcelo Fromer/Nando Reis/Ciro Pessoa)
Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz o que o macaco fazia
Eu não trabalhava, eu não sabia
Que o homem criava e também destruía
Homem primata
Capitalismo selvagem
ô ô ô
Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer e não vai pro céu
É bom aprender, a vida é cruel
Homem primata
Capitalismo selvagem
ô ô ô
Eu me perdi na selva de pedra
Eu me perdi, eu me perdi
I'm a cave man
A young man
I fight with my hands
With my hands
I'm a jungle man, a monkey man
Concrete jungle!
Concrete jungle!
Marvin (Patches)
(R. Dunbar/G.N. Johnson)
Versão: Sérgio Britto e Nando Reis
Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro, era um grande coração
Ganhava a vida com muito suor
Mas mesmo assim não podia ser pior
Pouco dinheiro pra poder pagar
Todas as contas e despesas do lar
Mas Deus quis vê-lo no chão
Com as mãos levantadas pro céu
Implorando perdão
Chorei, meu pai disse: "Boa sorte",
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse
"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"
Três dias depois de morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda hora
Todo dia antes do sol sair
Eu trabalhava sem me distrair
Às vezes acho que não vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu estiver
Eu sei muito bem o que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer
Ele disse
"Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor".
E então um dia uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho de um ano inteiro
E aos treze anos de idade eu sentia
todo o peso do mundo em minhas costas
Eu queria jogar mas perdi a aposta,
Trabalhava feito um burro nos campos
Só via carne se roubasse um frango
Meu pai cuidava de toda a família
Sem perceber segui a mesma trilha
Toda noite minha mãe orava
"Deus, era em nome da fome que eu roubava"
Dez anos passaram, cresceram meus irmãos
E os anjos levaram minha mãe pelas mãos
Chorei, meu pai disse: "Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer.
Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor".
Eu não caibo mais na roupas que eu cabia,
Eu não encho mais a cara de alegria.
Os anos se passaram enquanto eu dormia,
E quem eu queria bem me esquecia.
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar.
Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
No espelho essa cara não é minha.
Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho,
A minha barba estava desse tamanho.
Será que eu falei o que ninguém dizia?
Será que eu escutei o que ninguém ouvia?
Eu não vou me adaptar.
O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa
Peste bubônica cancêr pneumonia
Raiva rubéola tuberculose anemia
Rancor cisticircose caxumba difteria
Encefalite faringite gripe leucemia
O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa
Hepatite escarlatina estupidez paralisia
Toxoplasmose sarampo esquizofrenia
Úlcera trombose coqueluche hipocondria
Sífilis ciúmes asma cleptomania
O corpo ainda é pouco
O corpo ainda é pouco
Reumatismo raquitismo cistite disritmia
Hérnia pediculose tétano hipocrisia
Brucelose febre tifóide arteriosclerose miopia
Catapora culpa cárie câimbra lepra afasia
O pulso ainda pulsa
O corpo ainda é pouco
Que não é o que não pode ser que
Não é o que não pode
Ser que não é
O que não pode ser que não
É o que não
Pode ser
Que não
É
O que não pode ser que
Não é o que não pode ser
Que não é o que
O quê?
O quê?
O quê?
Que não é o que não pode ser que não é
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só trazem dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho
O lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha
explodir
Na minha testa se anunciou
A fé a pé devagar
Foge o destino do azar
que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
Se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim
Palavras não são más
Palavras não são quentes
Palavras são iguais
Sendo diferentes
Palavras não são frias
Palavras não são boas
Os números pra os dias
E os nomes pras pessoas
Palavras eu preciso
Preciso com urgência
Palavras que se usem
Em casos de emergência
Dizer o que se sente
Cumprir uma sentença
Palavras que se diz
Se diz e não se pensa
Palavras não têm cor
Palavras não têm culpa
Palavras de amor
Pra pedir desculpas
Palavras doentias
Páginas rasgadas
Palavras não se curam
Certas ou erradas
Palavras são sombras
As sombras viram jogos
Palavras pra brincar
Brinquedos quebram logo
Palavras pra esquecer
Versos que repito
Palavras pra dizer
De novo o que foi dito
Todas as folhas em branco
Todos os livros fechados
Tudo com todas as letras
Nada de novo debaixo do sol
Dizem que ela existe pra ajudar
Dizem que ela existe pra proteger
Eu sei que ela pode te parar
Eu sei que ela pode te prender
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Dizem pra você obedecer
Dizem pra você responder
Dizem pra você cooperar
Dizem pra você respeitar
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Você apareceu do nada
E você mexeu demais comigo
Não quero ser só mais um amigo
Você nunca me viu sozinho
E você nunca me ouviu chorar
Não dá pra imaginar quanto
É cedo, ou tarde demais,
Pra dizer adeus, pra dizer jamais.
Às vezes fico assim, pensando,
Essa distância é tão ruim.
Por que você não vem pra mim?
Eu já fiquei tão mal, sozinho,
Eu já tentei, eu quis chamar
Não dá pra imaginar quanto
É cedo, ou tarde demais,
Pra dizer adeus, pra dizer jamais.
Querem Meu Sangue
(The Harder They Come)
(Jimmy Cliff)
Versão: Nando Reis
Dizem que guardam um bom lugar pra mim no céu
Logo que eu for pro beleléu
A minha vida só eu sei como guiar
Pois ninguém vai me ouvir se eu charar
Mas enquanto o sol puder arder
Não vou querer meus olhos escurecer
Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.
Meus inimigos tentam sempre me ver mal
Mas minha força é como o fogo do Sol
Pois quando pensam que eu já estou vencido
É que meu ódio não conhece perigo
Mas enquanto o sol quiser brilhar
Eu vou querer a minha chance de olhar
Eu vou querer a minha chance de olhar
Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.
Eu vou lutar pra ter as coisas que eu desejo
Não sei do medo, amor pra mim não tem preço
Serei mais livre quando não for mais que osso
Do que vivendo com a corda no pescoço
Enquanto o sol no céu ainda estiver
Só vou fechar meus olhos quando quiser
Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.
Quem é que precisa
Tomar cuidado com o que diz?
Quem é que precisa
Tomar cuidado com o que faz?
Será que é isso o que eu necessito?
Será que é isso o que eu necessito?
Ninguém fez nada, ninguém tem culpa
Ninguém fez nada de mais, filha da puta!
Quem aqui
Não tem medo de passar ridículo?
Quem aqui, como eu
Tem a idade de Cristo quando morreu?
Quem é que se importa
Com o que os outros vão dizer?
Quem é que se importa
Com o que os outros vão pensar?
Será que é isso o que eu necessito?
Será que é isso o que eu necessito?
Nâo sei o que você quer, nem do que você gosta
Nâo sei qual é o problema,
qual é o problema seu bosta?!
Quem aqui
Não tem medo de se achar ridículo?
Quem aqui, como eu
Tem a idade de Cristo quando morreu?
Sonífera
Ilha
(Branco Mello/Marcelo Fromer/Tony Bellotto/Barmack/Ciro
Pessoa)
Não posso mais viver assim ao seu ladinho
Por isso colo meu ouvido no radinho
De pilha.
Pra te sintonizar
Sozinha numa ilha.
Sonífera ilha
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz.
Eu nunca mais vou dizer
O que eu realmente penso
Eu nunca mais vou dizer
O que eu realmente sinto
Eu juro, eu juro por Deus
Eu juro, eu juro por Deus
Não confio em ninguém
Não confio em ninguém
Não confio em ninguém
com mais de 30
Não confio em ninguém
com 32 dentes
Tudo o que Você
Quiser
(Branco Mello/Charles Gavin/Sérgio Britto)
Pode escolher
Pode escolher por mim
Pode resolver
Pode resolver por mim
O que fazer
O que falar e quando ouvir
O que dizer
Com quem andar e aonde ir
Pode responder
Pode responder por mim
Pode decidir
Pode decidir por mim
O que fazer
O que falar e quando ouvir
O que dizer
Com quem andar e aonde ir
Tudo o que você quiser, tudo o que você disser
Tudo o que você quiser
Tudo o que você quiser, tudo o que você disser
Tudo o que você quiser