
Vivendo um sonho
- Autora: Audrey Fischer
- E-mail: agente.fischer@terra.com.br
-
- Disclaimers:
Tios da Fox, sei que vocês devem estar imaginando que estou
ficando muito abusada, uma vez que agora estou expandido as minhas
pequenas fanfictions para Ally McBeal mas, assim como Arquivo
X, ela e todos os personagens da serie são de vocês.
Por favor não me processem!! Mas se vocês estiverem
num mau dia, quiserem descontar em alguém e eu for a primeira
da lista, tenho que continuar avisando que os meus únicos
bens valiosos são : Uma camisa de Arquivo X, uma caneta
(que para meu desespero não escreve mais) de Arquivo X,
um calendário de 2001 de Arquivo X e o livro "Devaneios",
ambos ganhei da minha tia virtual Wanilda.
-
- Dedicatória: Quero agradecer a todos que não me mataram
até hj, ao pessoal da lista de Ally_McBeal q aturam as
minhas maluquices..
-
-
-
- Vivendo um sonho
-
- "Algumas vezes imagino como seria
a minha vida se tivesse tomado um rumo diferente. Se por exemplo
não tivesse me formado em advocacia.. será que
seria mais feliz? Talvez agora fosse casada.. ou talvez eu.."
-
- Os pensamentos de Ally são bruscamente
interrompidos com o impacto do corpo dela ao chão.
-
- - Ahh!! Hei.. seu.. seu.. idiota!! Não
olha por onde anda, não?
- - Você que não olha por onde
anda!! Achei que 10 meses de namoro tinham te dado alguma lucidez...
vejo que não!!
-
- Ao ouvir aquela voz que tanto amava, Ally
rapidamente levanta o rosto e fica a fitá-lo.
-
- - Oh, Larry!!! Me desculpe!!
- - Só se você me der um beijo!
- - Só um beijo?
- - Na verdade, o beijo é só
para consolo.. depois você vai me recompensar com um jantar.
- - Perai!!! Deixa eu ver se entendi.. Você
me derruba e ainda por cima eu tenho que te recompensar?
- - Exato!!
- - Hum.. não sei..
- - O que você não sabe?
- - Tenho que verificar a minha agenda..
sabe como é, não é? Meu namorado anda ocupando
muito o meu tempo.. tenho que perguntar a ele..
- - Hum.. mas a gente pode dar um jeito
nisso.. peraí!!
-
- Larry faz uma cara de serio e fica imóvel
por alguns segundos.
-
- - Tudo bem!! Já falei com ele e
não tem problema.. ele vai aproveitar para sair com uma
moça muuuuito bonita..
- - Diga para ele que morre se o fizer!!!
- - Nossa.. que agressiva!!
- - Você não viu nada!! - diz
dando um sorriso malicioso.
- - Às 8 está bom?
- - Tudo bem!! Às 8 então!!
- - Então passo no seu escritório.
-
- Eles se beijam levemente e se despedem
em seguida.
-
- Ally continua a andar pela rua. Caminha
distraída, pensando em como a sua tinha mudado desde que
começara a namorar Larry. Ele tinha dado nova vida a ela.
Finalmente, mesmo que resistindo um pouco, Ally abaixou as armas
e se permitiu amar intensamente, sem barreiras, sem defesa. Larry
teve uma paciência incrível com ela, vencendo sua
resistência aos poucos, sem que ela mesma se desse conta
disso. Ally estava feliz, simplesmente feliz!!
- Ally sonhava alto, lembrando de alguns
momentos que passou com Larry, quando seus pensamentos são
novamente interrompidos, mas dessa vez não com o impacto
do corpo dela ao chão e sim com o corpo de outra pessoa.
-
- - Ai, seu idiota!!! Não olha por
onde anda, não??
- - Você que não olha por onde
anda, sua idiota!! Você derrubou a minha pasta!!
- - O que?
- - É isso mesmo!! Você devia
olhar por onde anda! Por acaso é cega?? Só me faltava
essa!! Uma louca e ainda por cima cega!!
-
- Ally pega a bolsa e começa
a bater na cabeça do homem que a interrompera. A cada
vez que batia na cabeça dele, dizia "Me desculpe!!
Eu sou um pouco desastrada!! Foi sem querer!!"
-
- - Sua louca!! Socorro!! Essa mulher é
louca!! Socorro!!
-
-
- Os dois causaram tanto estardalhaço
que chamaram a atenção de uma dupla de guardas
que estava tomando café num posto próximo do local.
A dupla de guardas se aproximaram rapidamente.
-
- - O que esta acontecendo aqui?
- - Você não está viu?
Essa maluca me atacou com a bolsa!!
- - Mas que mentira!! Seu guarda, eu estava
andando calmamente para o trabalho quando esse senhor esbarrou
em mim e começou a me agredir!! Eu estava me defendendo!!!
- - Hei!! Você não é
aquela mulher que foi processada por agredir um cidadão
que passava pela rua?
- - Essa foi outra injustiça comigo..
- - Eu quero ir a delegacia prestar queixa!!
- disse o cidadão já exaltado por tamanha confusão.
- - O que?? Você me agride e ainda
quer prestar queixa!! Seu.. seu.. idiota!! Você vai ver
só!!
-
-
- Ally pega a bolsa novamente e quando se
prepara para acertar novamente o homem que a importunara, um
dos dois policiais ali presentes segura a sua mão e dizendo:
-
- - Já chega de arruaça!!
Vamos resolver isso na delegacia!! Para a viatura, os dois!!!
- - Mas..
- - Sem mais nem menos, senhora!! Não
quero saber quem tem ou não razão!! Para a viatura,
OS DOIS!!!
-
-
-
- Estação de Policia
- 11: 45 a.m.
-
- Ally anda de um lado para o outro da cela,
quando finalmente o carcereiro a abre e diz que ela pode sair.
-
- - Finalmente!! - reclama ao sair
- Ao andar alguns passos chega a sala do
detetive, visto que a delegacia não era grande. Ao chegar
lá viu John e Larry parados, fitando-a com olhares de
reprovação.
-
- - Ally!! Pelo amor de Deus!! Onde você
estava com a cabeça?? Não bastava espancar o pedestre,
você ainda tinha que agredir o delegado!?
- - Mas ele me ofendeu!! Eu fui obrigada
a me defender!!
- - Ally!!! Sabe o que isso causa para a
imagem da firma? Conversei seriamente com o delegado, e ele concordou
em não processa-la, desde que nunca mais visse a sua cara,
e ele não verá, não é?
-
- Ally até pensou em dizer algo,
mas somente abaixou a cabeça numa atitude de aceitação
do erro que havia cometido. Tudo bem que ela havia se descontrolado,
mas não era para tanto!! Talvez ela tivesse atingindo
o delegado uma ou duas vezes e dito algumas palavras não
muito cultas, mas ele a tinha provocado!!
-
- - Vamos sair daqui, Ally.
-
- Desde que entrara na sala, essa era a
primeira vez que ouviu Larry pronunciar alguma coisa. Ela esperava
um certo sermão, mas não. Ele simplesmente colocou
a mão nas costas dela, e disse para saírem daquele
lugar horrível. Ally concordou, afinal não era
um dos ambientes dos mais agradáveis.
- Os três saíram da estação
policial e Larry pediu para que John o deixasse a sós
com Ally por algum tempo. Ally temeu um pouco a atitude dele,
acreditando que por causa da maluquice dela, ele iria terminar
com ela.
- John se retirou dizendo que estaria no
escritório aguardando por ela, afinal todos ainda teriam
um dia cheio.
- Ally e Larry seguiram caminhando em silêncio
até a cafeteria. Ele estava extremamente pensativo. Ally
nunca o vira tão serio.
- Ao entrarem na cafeteria, acomodaram-se
numa mesa próxima a porta e Larry pediu dois cafés
para a garçonete. Enquanto aguardava o pedido, se mantia
fitando profundamente os olhos de Ally, como se quisesse saber
tudo que se passava dentro da mente dela, como se tentasse ler
o que estava escrito por trás daqueles olhos tão
especiais. Ia começar a falar, mas foi interrompido pela
garçonete que trazia gentilmente os pedidos. Assim que
ela os deixou sozinhos, Larry respirou fundo e começou
a falar.
-
- - Ally esses dez meses foram incríveis
para mim. Eu ainda não disse isso antes por que queria
ter certeza que era um sentimento verdadeiro, e hoje de manhã
eu tive certeza. Eu te amo!! Não consigo mais viver sem
você!! E de repente você age dessa forma! Eu não
quero te ver num hospício ou qualquer coisa parecida!!
Você é importante demais para mim!! Quero você
ao meu lado, sempre!! Quando você faz esse tipo de coisa,
eu fico inseguro.. te sinto longe.. fora do meu alcance..
- - Larry, eu...
- - Me deixa terminar de falar, por favor!
Será que você não percebe como você
me deixa inseguro? O quanto você me preocupa? E não
sou só eu.. seus amigos também tem um certo medo
de você.. todos gostam muito de você Ally, mas não
sabem até que ponto você está sã ou
não!!
-
- Larry faz uma pausa, como se desse um
tempo para que ela associasse o que ele havia dito e pensasse
também em como prosseguiria.
-
- - Eu quero ter algo mais serio com você,
por que te amo muito!! Hoje depois que nos encontramos, eu me
peguei imaginando como seria nosso casamento.. e eu quero deixar
de imagina-lo para poder, quem sabe, vive-lo.. mas para isso
eu preciso te sentir comigo!
-
- As lagrimas se faziam donas do rosto de
Ally. Não eram lagrimas de tristeza ou de solidão
como o de costume. Eram lagrimas de alegria, de amor. De um amor
correspondido.
-
- - Eu também te amo!! E como eu
te amo!!
-
- Ally se inclina um pouco sobre a mesa
e Larry faz o mesmo. Suas bocas se encontram num beijo apaixonado,
que representava exatamente o que estavam sentindo. Todo amor
e paixão que os dois sentiam um pelo o outro.
- Ao saírem do beijo, Ally ficou
a fitar os olhos de Larry por algum tempo, até que tomou
coragem e disse o que realmente estava pensando.
-
- - Estou com medo.
- - Medo de que, meu amor? - pergunta Larry,
enquanto acaricia levemente o rosto dela.
- - E se não der certo? E se você
descobrir que eu sou extremamente chata e resolver me largar?
Tenho medo de sofrer novamente.. eu não ia agüentar
te perder. Você sabe o quanto eu sofri com o Billy.. não
quero passar por isso de novo.
- - Ally, olha bem no fundo dos meus olhos.
-
- Mesmo um pouco hesitante Ally obedece.
-
- - Nós faremos dar certo. Nós
dois, juntos. Mas eu preciso te sentir ao meu lado!! Prometa
que você não vai desistir de nós dois por
medo. Nós temos que ser um só.. eu preciso saber
o que você sente.. prometa que vai ser completamente honesta
comigo, prometa que seja qual for o problema, iremos enfrentar
juntos, como um casal.
- - Prometo.
-
- Larry continua a acariciar o rosto dela
enquanto a fita apaixonadamente. Assim ficam algum tempo, simplesmente
namorando.
-
- Fish & Cage
- Boston York
- 4:10pm
-
- Podemos ouvir o apito do elevador
ao abrir a porta. Logo depois disso, vemos Ally sair do mesmo.
Não caminha, flutua. Em seus ombros há dois passarinhos
que a carregam e seus pés são rodeados por uma
nuvem branca. Ally tem o pensamento longe.. pensava em tudo que
tinha acontecido aquela tarde, e em como as coisas podem mudar
rapidamente. Era impossível para ela deixar de ouvir a
musica "Because you loved me" até por que, ela
não queria deixar de faze-lo. Estava feliz e isso era
ótimo.
- - Ally!! AAAAAALLLLLLLYYYYYYYY!!!!
-
- Subitamente Ally despenca, causando um
certo barulho. Logo após podemos ver novamente seu rosto.
-
- - Oh, Richard..
- - Ally em que mundo você está?
- - Ahn? Eu..
- - Não tem importância. Temos
um caso muito importante e preciso de você. A nossa cliente,
Sra. Fowley, não confia em homens, por isso você
vai ajudar Mark no caso. Ela é acusada de tentativa de
assassinato. E o mais importante de tudo isso, ela tem dinheiro.
-
- Richard falava rápido tão
que Ally mal conseguia compreender o que ele falava.
- Pelo pouco que entendeu, a Sra. Fowley
era muito solitária. Durante o caso chegou a sentir pena
dela. Nunca havia visto uma mulher tão infeliz. Ela simplesmente
não tinha esperança. Concentrava toda a sua vida
em um homem que amava outra mulher e a desprezava.
- O caso teve um verito contrario ao escritorio.
Com as provas apresentadas e os depoimentos feitos, o juri decidiu
que a Sra. Fowley deveria ir para um hospicio, onde faria um
extenso tratamento psicologico.
-
-
- Restaurante Lords Place
- 40 dias depois
- 9:15pm
-
-
- - Adorei o local, Larry!!
- - É realmente muito bonito.. achei
que era apropriado para a ocasião..
- - Que ocasião?
-
- Larry toma a mão de Ally entre
as suas, respira fundo e então prossegue olhando- a amorosamente.
-
- - Ally.. você .. você sabe
o quanto eu te amo, não é?
- - Lógico!! Eu também te
amo muito!!!
- - Pois bem.. eu quero.. eu quero.. eu
quero te pedir em casamento. Não posso mais viver sem
você!! Por favor.. aceite o meu pedido. Case-se comigo.
-
- Num gesto rápido, Larry tira do
bolso uma caixa de veludo azul e a abre. A mesma contia um anel
de ouro, com alguns diamantes e uma água marinha. Era
simplesmente lindo!! Ally permanecera estática, com os
olhos rasos dágua.
-
- - Eu..
-
- Por um momento um medo súbito tomou
conta do corpo dela. Ela simplesmente não sabia o que
dizer. Ainda tinha medo... Mantia a cabeça abaixada, sem
encarar Larry. Sentia que podia confiar nele, mas ao mesmo tempo..
tinha vontade de levantar-se e sair correndo.. foi então
que lembrou-se da promessa que fizera a dias atrás naquele
bar, e de todo o amor que por ele sentia.
- Levantou a cabeça e olhou nos olhos
dele profundamente. Foi como magica. Todos os seus temores sumiram
por completo. Não conseguia pensar em nada, além
do quanto amava Larry e o quanto precisava dele.
-
- - Eu seria a mulher mais feliz do mundo!!
-
- As lagrimas que antes embaçavam
sua visão, agora passeavam livremente pelo seu rosto.
Larry colocou o anel no dedo dela delicadamente.
-
- - Eu achei que nunca mais seria tão
feliz. Que bom que me enganei!
-
- As palavras se faziam sem significado.
Havia uma comunicação muda, quase imperceptível
a olhares leigos. Passaram o resto da noite praticamente em silêncio,
deixando somente seus olhos falarem. Só se deram conta
do tempo que ficaram ali, quando o garçom passou e perguntou
se desejavam mais alguma coisa, pois estavam fechando a cozinha.
-
- Ally chegou em casa às 4h da manhã,
mas não sentia o menor sono. Seus sentidos estavam entorpecidos
numa alegria gigantesca. Desejava sair gritando aos quatro cantos
do mundo o quanto amava Larry e o quanto estava feliz.
- Ao entrar em casa, percebeu q Renné
já estava dormindo. Sentiu-se tentada a acorda-la para
contar lhe tudo que ocorrera, mas mudou de idéia. Resolveu
que tomaria um bom banho e iria se deitar em seguida. Amanhã,
com mais calma, contaria lhe tudo.
- Depois de tomar banho deitou-se e, ao
contrario do que pensava, dormiu quase que imediatamente.
-
- _*_*_*_*_*_*_*_*_
-
- Ally abrira os olhos, mas continuava sem
enxergar nada. Encontrava-se na mais completa escuridão.
Não sentia o chão, mas sabia que estava de pé.
Gritara por socorro, mas fora completamente em vão. Já
estava em desespero, pois não sabia o que fazer. Foi nesse
exato momento que avistou uma luz forte que parecia chama-la.
Começou a andar em sua direção. Durante
o caminho lembrou-se de varias cenas de sua infância e
de sua adolescência. Sentia tudo como se estivesse acontecendo
naquele exato momento. Chegara então, a cena da morte
do Billy. Uma dor latente tomou conta de sua alma, junto com
um sentimento de impotência que há tanto tempo a
remoía. Lembrava perfeitamente de cada palavra que Billy
proferira antes de morrer. Agora chorava compulsivamente. Começou
a correr o mais rápido que podia, queria esquecer aquelas
cenas que tanto lhe afligiam e lhe causavam dor.
- Começou a viver uma cena que nunca
antes havia acontecido. Ela corria atrás de Billy na rua,
logo após ele terminar com ela. Atravessava a rua descuidadamente,
visto a emoção e o sentimento de dor que estava
sentindo. O motorista tentou desviar, mas foi em vão.
- Tudo se escurecera novamente, ficando
apenas o ponto de luz distante. Ouvia a voz de sua mãe,
num tom sofrido e cansado a chama-la. Olhou ao redor na tentativa
de encontrar o ponto de onde vinha a voz de sua mãe, mas
de nada adiantou. Queria controlar o choro, mas não conseguia.
- Continuava a andar em direção
a luz que estava cada vez mais próxima. Ao alcança-la
sua visão foi completamente ofuscada. A luz era tão
forte que lhe feria os olhos. Sentia uma dificuldade gigantesca
em abri-los novamente, suas pálpebras pareciam pensar
100kg.
- Aos poucos foi abrindo os olhos e começou
a enxergar tudo que havia a sua volta. Para seu espanto, se encontrava
num hospital. Viu sua mãe, com a cabeça abaixada
segurando sua mão. Tentou chama-la, mas sua voz não
saia. Com muito esforço conseguiu mover a mão que
sua mãe segurava.
- Na mesma hora ela levantou a cabeça.
Ao ver Ally acordada teve um espanto tremendo, saiu correndo
para chamar o médico por Ally responsável.
-
- Voltou acompanhada de um senhor baixinho,
mas que aparentava ser de uma inteligência tremenda.
-
- - Olá!! Você não me
conhece, eu me chamo John, John Cage. Eu e o Dr. Fish somos responsáveis
pelo seu caso. Você consegue falar? Se não conseguir,
não se preocupe é completamente
normal no seu caso.
-
- - On.. Onde eu estou? - a voz de Ally
sai fraca, vacilante.
- - No hospital, querida. Você não
se lembra do que aconteceu? - perguntou sua mãe que já
estava novamente ao seu lado, segurando sua mão.
- - Tudo que me lembro é que sai
com Larry.. ele me pediu em casamento.. eu estava muito feliz..
fui dormir, tive um pesadelo estranho e acordei aqui. John desde
quando você é médico? Que tipo de brincadeira
é essa?
-
- A voz de Ally estava mais forte agora,
mas mesmo assim ainda se mantia rouca e fraca.
-
- - Minha filha, isso não é
possível!! Você sofreu um acidente logo após
uma briga que você teve com Billy.. está em coma
a anos!! E o Dr. Cage desde então está cuidando
do seu caso, juntamente com o Dr. Fish
- - O John e o Richard são advogados,
não médicos!! E o Billy.. ele.. ele morreu!!
- - Lógico que não!! Ele vem
aqui todos os dias visita-la. Se sente culpado pelo acidente..
e acho que foi mesmo. E de onde você tirou essa idéia
que os dois não são médicos, minha filha?
- - Você está mentindo!! Sei
que é mentira!! Eu quero falar com Larry, onde ele está?
- - Por favor, Srta. McBeal, acalmese!
Você não está em condições
de se exaltar.
- - Como não vou me exaltar? Vocês
estão me dizendo que a minha vida não existiu,
ainda querem que eu fique calma e acredite nisso?
- - Acalme-se minha filha.. aos poucos tudo
vai se esclarecer.
- - Eu só quero a minha vida de volta..
-
- Ally chorava desesperadamente. Se sentia
vazia, fraca. Tinha uma vontade simples.. voltar a sua vida,
para o seu trabalho, seu namorado.. Sentia-se uma intrusa naquele
ambiente. Não conhecia nada, a realidade era cruel demais
para encara-la.
- Aos poucos Ally foi se acalmando. Seu
desgaste emocional era tanto que acabou dormindo. Por seu rosto
ainda escorriam lagrimas, que representavam toda a sua dor.
-
- Logo que ficou sabendo que Ally acordara,
Billy se dirigiu ao hospital o mais rápido possível.
Ao chegar lá, a encontrou dormindo. Procurou o médico
e se informara de tudo o que aconteceu. Voltou ao quarto e ficou
lá até que Ally acordasse. Sentiu os movimentos
que ela fazia com a mão, mas ao fita-la percebeu que ela
estava sonhando.
-
- - Como você fica linda dormindo!
Parece um anjo, cheia de vida e graça. Ingênua,
desprotegida, mas ao mesmo tempo inteligentíssima.
-
- Ally abriu os olhos lentamente.
-
- - Oiii.. cantarola ele baixinho.
- - Billy!!
-
- Ally ergueu o corpo com um certo sacrifício
e o abraçou com toda a força que possuía.
- Novamente, as lagrimas tomavam conta dos
olhos dela, que já estava com os olhos levemente inchados
por tanto chorar.
- Era impossível conter a emoção
ao vê-lo novamente. Achava que nunca mais o faria.
-
- - Oh, Billy!! Achei que você tinha
morrido!!!
- - O que? Por que você pensou isso?
-
- Ally afrouxou um pouco o abraço,
afim de observa-lo melhor.
-
- - O seu cabelo.. você o pintou de
preto novamente!!
- - Meu cabelo sempre foi preto!?!
- - Mas..
- - Deixe para lá!! Como você
se sente?
- - Bem.. só um pouco confusa..
- - Aos poucos as coisas vão se esclareceu.
Falei com seu médico. Daqui alguns dias você terá
alta.
-
- Ally nada disse, ficou apenas a fita-lo.
Era estranho e ao mesmo tempo bom vê-lo ali, na sua frente.
Sentia por ele um amor puro e incondicional, não igual
ao que sentia pelo Larry, mas um amor quase infantil.. que lhe
trazia uma alegria tremenda. Achava que depois de tanto tempo
não se sentiria mais assim com a presença dele.
Agora via o quanto estava enganada.
Os dois conversaram por muito tempo. Ally não falou muito
pois ainda estava muito fraca, mas escutou com atenção
o relato de Billy sobre os últimos anos. Ficou sabendo
que Billy nunca se casara e que vivia somente para o seu trabalho.
Billy falou sobre isso com uma certa amargura e no mesmo instante
Ally percebeu o quanto ele era solitário.
-
- Os dias se seguiram rapidamente e Ally
fora liberada sem mais complicações.
-
- Tudo na rua lhe parecia exatamente igual.
No fundo se sentia extremamente infeliz. Sentia falta da sua
antiga vida. A única coisa que lhe animava um pouco era
Billy, mas mesmo assim sentia que os dois nunca poderiam ter
um relacionamento real. Havia muita coisa entre os dois e Ally
sentia como se traísse Larry, o que era a coisa mais estranha
do mundo, uma vez que ele nem ao menos chegou a existir, mas
para ela de alguma forma isso fazia sentido.
- Aos poucos ela se acostumou a algumas
coisas e aceitou outras. Mesmo assim sentia como se um pedaço
dela faltasse, nem ao menos ouvir música ela conseguia.
- Ao sair do hospital decidira que iria
alugar um apartamento e trabalhar. Queria tentar refazer a sua
vida, descobrir quem realmente ela era.
-
- Algumas noites sonhava com sua antiga
vida, sua vida que nunca existiu fora de sua imaginação.
Lembrava-se de Larry. Amava-o muito.
- Era engraçado, pois em outros tempos
estaria realizando um sonho. Ter Billy sem a Geórgica
e aquela confusão toda. Agora que o tinha, só pensava
em Larry.
-
- Agora deitada em sua cama, tentava compreender
o que estava acontecendo em sua volta.
-
- "Mas afinal de contas o que aconteceu?
O que aconteceu comigo? Amo um homem que não existe, tenho
amigos e um emprego com advogada, que também não
existem. Será que eu existo realmente? Isso seria uma
explicação plausível.. que ótimo
agora estou enlouquecendo por completo! Será que alguém
é realmente normal? Será que tem alguém
nesse mundo imenso que está passando ou sentindo coisas
parecidas das que eu passo e sinto? Seria tão mais fácil
sentir meu coração acelerar quando estou perto
de Billy.. ouvir musica sem que nenhum local estivesse emitindo
o som, por mais que isso pareça estranho... Ver John,
Richard, Elaine, Ling, Nelle, Mark, Renné.. cada um com
suas características próprias, mas que eu amo do
mesmo jeito. Com seus altos e baixos, exatamente como eu.. Onde
foram parar todos vocês agora, na hora em que mais preciso
de vocês? Renné.. minha amiga, morar sozinha é
tão chato... "
-
- Subitamente Ally se levanta e anda até
uma escrivaninha, onde abre algumas gavetas e só para
quando encontra um caderno. Fecha as gavetas que tinha deixado
abertas e se dirigi a cozinha, aonde acende as luzes, senta-se
na mesa e começa a escrever.
-
- 15 meses depois
- Maryland