Titulo: "Você Nunca Mais Vai Estar Sozinha, Ally McBeal"
Autor: Fabiana Chryssovergis
(fabs@matrix.com.br)
Categoria: Ally/Larry
Disclaimer: Todos os personagens, exceto Christine, pertecem
ao DEK e a 20th Century Fox...Christine Ward-Campbell é
criação minha...quem não a conhece e quiser
conhecer, leia "Quando Você Estiver Sorrindo".
A personagem Bria Tolson é do episódio "In
Dreams" e a música "Goodnight my Someone",
de Meredith Willson, que Ally canta em "The Promise",
faz parte do musical "The Music Man".
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Email: fabs@matrix.com.br (Fabiana Chryssovergis)
Nota: Eu comecei a escrever essa fanfic antes de passar Falling
Up. Então, é como se esse episodio não tivesse
existido, já que a história é exatamente
sobre a volta de Larry. Aliás, pode-se considerar essa
ff como uma espécie de continuação de "Coincidências".
"Ally!"
"Meu Deus... isso só pode ser um sonho... você..."
"Ei... isso não é um sonho...eu voltei... Eu
disse pra você que eu voltaria."
"Eu não sei o que dizer...Eu to... tão feliz,
que eu não sei o que fazer...o que dizer..."
"Diz que me ama. Só isso. Isso já basta pra
mim."
"Eu te amo...Eu te amo... Eu te amo..."
"Ally!!!" "Ally...Ally, acorda... você tá
beijando o travesseiro... Ally!! Pega pelo menos o boneco inflável,
que tem uma anatomia mais humana..."
"Hum?? Renee? O que você tá fazendo no meu quarto?
Onde tá o Larry?"
"Larry?"
"Larry... Paul... lembra dele? Larry!!!! Onde você
ta? Renee, você afugentou o Larry... Larry!!!"
"Ally... foi só *mais* um sonho... Larry não
tá aqui... ele não voltou..."
"Claro que voltou... Ele..."
"Ally... ele não voltou..."
É impressionante como às vezes, mesmo um sonho bom
pode estragar nosso dia. Aliás, alguém me disse
uma vez que é muito melhor ter um pesadelo do que um sonho
bom... quando você acorda de um pesadelo, você sente
alívio... quando acorda de um sonho bom, sente tristeza...vazio...
e nem adianta querer dormir de novo e continuar sonhando, porque
a essa altura, você já sabe que é um sonho
e que não vai ser real. De certa forma eu invejo Bria Tolson.
Ela ganhou o direito de permanecer dormindo,
pois dormindo, podia sonhar, e sonhando, tinha a vida que havia
se tornado perfeita para ela. O mundo real era apenas um encargo
que a vida lhe proporcionara e que ela não podia mais aguentar.
Eu não posso seguir o mesmo caminho. Eu sonho com Larry
todas as noites. Mas preciso me manter acordada, para quando Larry
voltar.
"Ally!"
"Ahn?...Ah...Elaine. Oi..."
"Algum problema?"
"Problema? Não...nenhum...problema..."
"Deve ter algum problema...você tá estática,
olhando pra esse telefone há 15 minutos... eu contei..."
Eu e minha fixação pelo telefone... isso já
tava criando ares de patológico.
"Eu só tava...admirando o telefone, Elaine. É
novo... e eu... preciso mudar o modelo do meu telefone..."
"É Larry, não é?
Elaine podia mudar o cabelo... mas o resto continuava igual.
"Não... quer dizer... você não tem
nada melhor pra fazer, Elaine?"
"Respondona!! Eu só quero ajudar..."
"Quem quer ajudar quem?"
Ling.
"Ling... É Ally que nao pára de pensar
em Larry."
"Larry?"
"É...Ele não voltou."
"Coitada!"
"É..."
"Ele deve ter arrumado outra..."
Ei!! É impressão minha ou elas estão falando
de mim como se eu não estivesse aqui?
"Vocês querem pa..."
Fui subitamente interrompida por uma das minhas mais remotas alucinações.
UGA TCHAKA!!! UGA TCHAKA!!!
Fiquei estática mais uma vez. Ele estava de volta!! Mas
onde? Eu ouvia, mas não conseguia ver...
UGA TCHAKA!! UGA TCHAKA!!
"MEU DEUS!!!!!!!!!!!!!!! ELE VOLTOU!!!!!!!!!!!!!!!!"
"Quem voltou da onde?"
"Richard... Shhh... Ally não está bem... ela
ta achando que o Lar... *ele*... voltou... É melhor não
contrariar...Pode ser perigoso na situação dela...
Sabe? Enlouquecer de saudades..."
"Elaine, acho que o cara tá em outra. Parece que faz
1 semana que ele não telefona."
"Foi isso que eu disse."
"Claro, nós pensamos da mesma forma, docinho."
Eu não conseguia nem ouvir o que aqueles doidos falavam.
Eu sabia que falavam de mim. Mas eu não sabia o que. Tudo
o que eu ouvia era
UGA TCHAKA!! UGA TCHAKA!!
I CAN´T STOP THIS FEELING
DEEP INSIDE OF ME
BOY YOU JUST DON´T REALIZE
WHAT YOU DO TO ME!!
La estava ele... dançando de novo.. querendo que
eu dançasse junto... E quando eu percebi, estava dançando
com ele. Eu sabia que todos em volta me olhavam, mas era como
se eu estivesse em transe. E naquele momento, éramos só
nós dois. Eu, e aquele bebê.
YOUR LIPS ARE SWEET AS CANDY
THE TASTE STAYS ON MY MIND
YOU JUST KEEP ME THIRSTY
FOR ANOTHER CUP OF WINE
"Ela enlouqeceu? Ahn, esqueçam a minha pergunta. Ela
*é* louca."
"Não fala assim, Nelle. Ally está sofrendo."
"Desse jeito? Parece que baixou um espírito nela.
Olha só...
"Será que é o Billy?"
"O que?"
"O espírito que baixou nela."
"Ling, o Billy não faria... isso... talvez o novo
Billy... que agora já seria o velho Billy... enfim... esquece."
"Richard... uma coisa que eu aprendi depois que vim trabalhar
com vocês. Na Fish & Cage, tudo é possível
."
De repente ele parou. Eu parei. Ele me olhou e eu soube o que
ele estava querendo me dizer. Uma vez Tracy me disse que meu relógio
biológico estava me alertando de alguma coisa. E eu estava
sozinha na época. Meu relógio biológico só
podia estar quebrado. Mas eu não estava mais sozinha.
WHEN YOU HOLD ME
IN YOUR ARMS SO TIGHT
YOU LET ME NOW
EVERYTHING´S ALL RIGHT
Eu tenho Larry. Por que ele não me telefona mais?
Será que eu ainda tenho Larry?
I´M HOOKED ON A FEELING
I´M HIGH ON BELIEVING
THAT YOUR IN LOVE WITH ME.
Você nunca mais vai estar sozinha, Ally McBeal. Nunca
mais.
"O q...q...que?"
"O que ela ta falando???"
"Fica quieta, Ling, senão a gente não vai conseguir
ouvir direito."
"Fica quieto você, Richard!"
"Ai, meu Deus!!! ALLY!!!
E então eu apaguei. Tudo ficou escuro e eu não
vi mais nada. Perdi o bebê de vista. Ele havia desaparecido,
da mesma maneira como tinha aparecido. Do nada...pro nada. E sem
que eu pudesse entender. *Você nunca mais vai estar sozinha*.
Por que ele disse isso?
"Ally!! Ally! Acorda!!!"
É muito estranho quando você desmaia, e todas
as pessoas ficam a sua volta tentando te fazer despertar.
"Ally!!"
"Ally, está tudo bem. Nós somos seus amigos,
não ligamos pros seus surtos de loucura. É compreensível.
Larry foi embora, não telefona há dias...Você
está sozinha."
"Eu nunca mais vou estar sozinha. Nunca mais... Ele me disse..."
"Viu o que você fez, Elaine? Ela acordou, mas continua
a delirar."
"Mas pelo menos *eu* consegui acordar a Ally. Euzinha, Nelle!"
Eles insistiam em falar como se eu não estivesse ali.
"Elaine..."
"Sim, Ally?"
"O que foi que aconteceu? Onde ele..."
"Ally, você não estava se sentindo muito bem..."
"E ele? Ele foi embora de novo... Droga!! Eu precisava saber..."
"Ally, ele está em Detroit."
"Eu não to falando do Larry."
Senti novamente todos os olhos voltarem-se para mim.
"Não????"
"Você tá falando de quem então?"
Finalmente consegui me levantar. Não aguentava mais
ficar deitada no chão com um bando de curiosos respirando
em cima de mim.
"Eu... de ninguém. De ninguém... Vocês
me dão licença, eu preciso dar um telefonema."
Eu fui pro meu escritório, mas continuava ouvindo.
"Ela definitivamente enlouqueceu."
"Ela sempre foi louca."
"Piorou."
"E essa obsessão pelo telefone? Aposto que vai ficar
lá sentada só esperando o Larry ligar."
"Ele não liga há uma semana."
"Gente... será que é seguro deixar a Ally sozinha?"
"Por que, Elaine? Você acha que ela vai tentar se enforcar
com o fio do telefone?"
"Não, Ling... mas a janela tá aberta. E se
ela achar que viu o Larry na rua e quiser encontrá-lo...pulando
a janela?"
"Vocês querem saber? Eu vou lá... fechar a janela."
"Richard!!"
"Ling. Você imagina a publicidade negativa pra minha
firma, se uma das minhas advogadas se estatela na calçada?"
"Ally..."
"Richard... eu quero ficar sozinha um pouco. Se você
me permite"
"Você melhorou?"
"Hum-hum. Só preciso telefonar... pra uma pessoa.
Eu falei. E sozinha..."
"Claro. Eu sou vou...fechar a janela... rapidinho."
"Richard!! Eu nao vou pular."
"Claro que não Ally. Eu só não quero
que você sinta frio."
"Tudo bem, Richard. Agora, sai. Por favor."
"Saindo... Ally...só...não tranca a porta."
"SAI!!!"
Demorou 1 hora até que eu conseguisse descobrir o endereço.
Mas eu não ia desistir. Eu tinha que decifrar aquela mensagem.
E só ela poderia me ajudar.
"Com licença. eu queria falar com a... Hey!! Tracy!!!"
"Hum? Quem é você?"
"A...Ally...Ally McBeal..."
"Ally quem? Ahn, Ally... Uga Tchaka...Billy...Ally McBeal...como
você me achou aqui?"
"Isso não importa. Eu preciso da sua ajuda."
"Casou com o Billy?"
"Billy morreu."
"Caramba. Que reviravolta na sua história, heim?"
"Eu estou amando, Tracy."
"O morto?"
"Não, o Larry."
"Larry? Interessante. Quem é Larry?"
"Meu namorado. Nós nos conhecemos e nos apaixonamos,
e..."
"E o que você está fazendo aqui, Ally?"
"É uma longa história... "
"Bom, você está aqui, eu não tenho nenhum
cliente agora, o que indica que qualquer história é
história pra eu não perder uma hora de sessão
sem ganhar um dinheiro."
"Larry...tem um filho... Sam. Ele mora em Detroit."
"Larry?"
"Não, Sam."
"Espera, deixa eu anotar esses nomes todos."
"Então... Larry foi pra Detroit, ficar com Sam...
por um tempo... e...ele ainda não voltou. E eu..."
"Quem não voltou? Sam?"
"Larry...Larry Paul."
"Ally, você precisa fazer um balanço com tantos
homens na sua vida... é Billy, Sam, Larry, Paul, John,
Ringo..."
"Tracy, Larry Paul...é meu namorado."
"Claro. Ele te ama?"
"Muito."
"E por que não voltou?"
"Eu... eu não sei... faz uma semana que ele não
telefona."
"hummm..."
"O que?"
"Nada não. E você veio aqui por isso?"
"Não exatamente... você lembra daquele bebê...
que aparecia pra mim... e dançava... e você me disse
pra chutar o bebê e..."
"Uga Tchaka...alguém poderia esquecer disso, Ally?"
"Talvez não... mas... ele voltou."
"Uau!! Depois de quanto tempo?"
"Muito..."
"Você sentiu saudades?"
"O...que?"
"Do bebê."
"Nunca parei pra pensar nisso...Não, eu acho... ele
nunca fez falta na minha vida."
"Mas Larry faz falta na sua vida..."
"Muita."
"E qual é mesmo a sua canção tema?"
"Tell Him."
"Certo. E você disse a ele?"
"Ao bebê?"
"Ao Larry. Que ele faz falta na sua vida."
"Fui eu que o incentivei a ir pra Detroit...ficar com o filho...
por um tempo. Eu não poderia..."
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
"O que...Tracy!!!"
"O mundo está rindo de você agora, Ally McBeal..."
"Não... eu deixei qualquer egoísmo de lado
porque..."
"Você é louca, Ally. Mas eu entendo, e você
também...afinal, você está aqui. E ninguém
é perfeito. Nem o Larry."
"Tracy..."
"E o bebê? Só dançou? Continua dançando
bem? Você dançou com ele?"
"Era a mesma música de todas as outras vezes..."
"A mesma? Hum...Que coisa sem graça."
"E eu dancei com ele...no meio do meu local de trabalho...e
todo mundo achou que eu era louca, provavelmente."
"Ally, como você é repetitiva. A essa altura,
todos eles já estão mais do que acostumados com
você."
"Mas dessa vez ele falou comigo."
"Quem falou?"
"O bebê."
"E o que ele disse?"
"É exatamente por isso que eu vim. Só você
poderia decifrar o que ele me falou. Eu desmaiei e ele sumiu antes
que eu pudesse perguntar o que significava aquilo."
"Desmaiou? Tudo isso pelo Larry ou pelo bebê?"
"O bebê disse: Você nunca mais vai estar sozinha."
"Ele disse isso?"
"Disse."
"Você ama Larry, que te deixou..."
"Ele *não* me deixou!!!!"
"Que seja. Você ama esse Larry, que está em
outra cidade. Você está carente e doente de saudade.
Você ainda sonha com a vida perfeita?"
"Hum hum."
"Você é óbvia Ally."
"Eu o que?"
"Você é mais do que óbvia, Ally McBeal.
Não sei como você ainda não entendeu o que
seu amiguinho dançarino quis te falar. Qualquer mulher
entenderia."
"Eu não sou qualquer mulher... Tracy!"
"Claro que não... Ally, você está grávida."
"Gra...Não!! Não pode!!!!"
"Vai dizer que você e o Larry nunca..."
"Já, quer dizer..."
"Não existe mesmo nenhuma possibilidade? Faça
um retrospecto das últimas semanas. Não há
mesmo nenhuma chance de que esse bebê tenha apenas te alertado
pra aquilo que você já sabia?"
"Ai, meu Deus!!!!!!!!!! Eu... eu... eu..."
"Ally McBeal... você está grávida. Meus
parabéns. Agora você terá para sempre um bebê
na sua vida. Pelo menos até ele crescer. Mas por favor,
não o chute. Enfim. Lembre-se de ensina-lo a dançar.
Claro, se ele já não nascer dançando."
"O que eu faço?"
"Um teste, pra começar. Mas nós já sabemos
o resultado. Depois conte pro Larry. E tenha a sua vida perfeita."
"Eu...ahn...eu..."
"Querida, sua hora acabou."
De repente, tudo parecia fazer sentido. Eu não sei porque,
mas tudo parecia certo. E só faltava uma única peça
no quebra cabeça da minha vida. Larry. Eu não precisava
fazer um teste de gravidez para saber. Eu sabia. Sam ia ter um
irmaozinho. E eu...eu iria ser mãe.
Lembrei daquela garotinha que eu havia conhecido há um
tempo atrás, Christine. Ela me disse que eu seria uma ótima
mãe, e que teria muito orgulho em ser minha filha. Sorri
pensando naquela menina. Nunca mais tivera notícias dela,
mas sabia que ela estava bem. Assim como eu também ficaria
bem.
E eu me vi invadida por uma onda tão intensa de felicidade,
que a minha vontade era de sair correndo pelas ruas, gritando
pra todo mundo... eu vou ter um bebê! Ally McBeal vai ter
um bebê.
Então eu percebi que minha felicidade era incompleta demais
sem Larry. E agora? Eu não poderia fazê-lo voltar
só por causa dessa criança.
Será que o destino tinha resolvido brincar comigo mais
uma vez? Será que Larry teria que escolher entre Sam e
esse novo bebê?
Tentei não pensar nisso naquele momento. Eu nem sabia como
dizer a Larry. Fazia uma semana que ele não telefonava.
Eu não tinha coragem de ligar e ouvi-lo dizer que não
me amava mais....
E se ele não quisesse mais voltar?
"Ally!!"
"Agora não, Elaine!"
"Ally, é importante, você..."
"Elaine, eu não quero saber. Nada agora eh mais importante
do que...LARRY!"
"Eu tentei avisar...Só pra você ter certeza
de que é real. Você não está tendo
mais um de seus colapsos, nem alucinando, ou..."
"Colapsos?"
"Ahn....ha ha ha..ow...e...eu...ELAINE, SAI!"
"Eu só queria ajudar..."
Eu não sabia o que fazer. Larry estava na minha frente,
e eu estava completamente sem ação. Eu não
sabia se ria ou chorava, e nem havia percebido que já estava
rindo *e* chorando...
"Você não imagina como eu senti sua falta..."
"Você que não imagina como *eu* senti a sua
falta...Uma semana sem telefonar, Larry? Eu pensei que... eu nao
sei o que eu pensei... eu..."
"Shhhhhh"
Tudo o que eu precisava naquele momento era me sentir segura.
Sentir a segurança da única realidade que eu queria
pra minha vida. E o beijo daquele momento, daquele reencontro
tão esperado, foi o suficiente pra que eu acreditasse na
vida perfeita que eu um dia queria ter... que eu ja estava começando
a viver...
"Eu te amo, Ally McBeal."
"Eu te amo mais."
"É? Uau, obrigado"
Eu ri. Aquele era Larry Paul. Ele estava de volta. Meu Larry.
"Por...por que você veio pra cá? Podia ter me
esperado em casa..."
"Eu não podia esperar mais...Eu precisava te ver...
aliás, onde você estava? Elaine disse que você
saiu feito um foguete, sem dizer pra onde..."
"Longa história... ela...ela disse mais alguma coisa?"
"Disse... Que você sentiu saudades..."
"Senti. E medo."
"Medo?"
"De te perder pra sempre."
"Eu disse que eu voltaria."
"Eu to sonhando?"
"Se a felicidade for um sonho, você está sonhando.
E eu também. Se a nossa realidade for um sonho, eu quero
mais é sonhar pra sempre."
"Eu te amo."
"Eu sei."
"Bobo"
Eu não conseguia parar de sorrir. Mas precisava contar
sobre o bebê. Só que ainda não sabia como.
"Larry...e Sam? Ele ficou bem?"
"Na verdade, não."
"Não? Larry!!"
"Ally...Sam veio comigo pra Boston."
"O...q...como?"
"Eu não te telefonei a semana inteira, porque queria
fazer um surpresa..."
"Você quase me deixou louca."
"Ninguém nunca te falou que você *é*
louca?"
"Louca por você..."
"A louca mais adorável que eu já conheci...
Eu que eu amo com toda a intensidade..."
"Eu ainda não consigo acreditar que você voltou
mesmo...e Sam? Onde ele está?"
"Com Jamie."
"Mas eu pensei que...você disse que..."
"Ally, Jamie decidiu voltar pra Boston. Meu filho vai ficar
perto de mim. E isso é o que importa. Eu vou poder ter
vocês dois perto de mim."
Eu realmente não estaria mais sozinha. Eu tinha Larry.
E Sam. E nosso bebê.
"Uau!!!"
"É...Uau!"
"Sam está feliz?"
"Ele está radiante! Fala de você o tempo todo.
Devo me preocupar com isso?"
"Bobinho... e eu? Devo me preocupar com a Jamie?"
"Bobinha! Jamie é a mãe do meu filho. De uma
forma ou de outra ela vai estar sempre na minha vida. E é
só. Minha vida é você, Ally. Você e
Sam..."
"La...Larry... eu acho que...cabe mais alguém na sua
vida?"
"Ahn?"
"Eu... ai, meu Deus... eu não sei como dizer..."
"O que?"
"Eu vou ter um bebê... quer dizer, eu acho... eu ainda
não fiz o teste, mas eu sei... não que eu tenha
certeza, mas aconteceu uma coisa que... e eu fui atrás
da Tracy, e ela me disse... eu não acreditei, mas depois
eu acabei acreditando e..."
"Ally!! Calma!!! Devagar...Você tá falando que...É
isso mesmo?"
"Acho que sim..."
"Isso é mais do que viver um sonho."
"Quer dizer que você ficou feliz?"
"Ally, eu *sou* feliz. Tendo você do meu lado, eu só
posso ser feliz. E agora... meu Deus... um bebê! Isso é...maravilhoso...Você
é maravilhosa! MINHA VIDA É MARAVILHOSA!!!"
"Larry, fala baixo..."
"Ally, eu quero é gritar pro mundo que eu sou feliz!!
EU SOU FELIZ!!!!!!!!EU SOU FELIZ!!!!!!!!""
Nem precisei contar até 3 pra ter meu escritório
lotado. Richard, John, Ling, Nelle, Mark, até Jackson,
e é claro, Elaine.
"Oi, todo mundo! Ouviram o que eu disse?"
"Larry, oi!! Acho que nós e todos os habitantes de
Boston ouviram o que você disse."
"Bom, Richard, então eu preciso gritar ainda mais
alto... eu quero que o país inteiro me escute... eu quero
que o *mundo* inteiro saiba o que é ser feliz!"
"Ahn...Larry...Ally... e porque essa felizidade toda?"
"Que bom que você perguntou, Elaine. Ally e eu... eu
e Ally...vamos..."
Lancei ao Larry meu olhar "Não diga nada sobre
o bebê. Não diga nada sobre o bebê. Vamos ter
certeza primeiro."
"...ficar juntos pra sempre."
Ainda bem que ele tinha conseguido entender meu recado.
"Tanta felicidade por isso?!"
"Ling!!"
"Vocês merecem toda a felicidade do mundo."
"Obrigada, John...Obrigada a todos, por fazerem parte da
minha vida..."
"Nós amamos você, Ally!"
"Obrigada Elaine."
"Hey, fale por você!"
"Nelle!"
Enquanto eles discutiam sobre o amor que sentiam - ou não
- por mim, eu já estava em outra freqüência
com Larry. Nossos pensamentos se encontraram em meio a confusão
que havia se tornado meu escritório depois da declaração
de felicidade de Larry - que também era a minha felicidade
- e tudo o que nós queríamos era voltar pra casa.
"E então?"
"Calma, Larry... ainda falta 1 minuto..."
"Eu tô calmo... é só... meu filho depende
desse minuto..."
"Ou...filha..."
"Uma mini-Ally no mundo? Wow!! Essa menina vai ser um sucesso!!"
"Nada mais justo, já que nós já temos
um mini-Larry."
TRIMMMMM!!!!
"A-acho que chegou a hora."
"Vai você ou eu?"
"Que tal os dois?"
"Não...não...você vai."
"Ally!!"
"É que... e se não for verdade?"
"Se não for dessa vez, vai ser da próxima...
ou você pensa que eu vou perder a chance de colocar mais
uma Ally em ação?"
"Mesmo assim... você vai... eu...fico aqui...esperando..."
Foram os segundos mais angustiantes da minha vida.
"Ally..."
"E então?"
Foi quando ele apareceu de novo pra mim... dessa vez ele não
dançava como das outras vezes...não tinha música...
nem Uga Tchaka... ele apenas sorria... de um jeito cúmplice...
como que dizendo... você já sabe a resposta, Ally
McBeal...e então ele desapareceu...mais uma vez.
"Ally..."
"Shhhh...parabéns, papai."
Eu o beijei. Não deixei que ele falasse nada. Não
precisava.
"Você leu...hmmm... meu...hmmm... pensamento?"
"Não... eu simplesmente...soube a resposta..."
"Feliz, mamãe?"
"Eu nunca fui tão feliz...
"Eu amo você, Ally!! E eu amo você também,
bebê. Você tem uma mãe e tanto!"
As palavras haviam se tornado desnecessárias naquele
momento. Nós estávamos juntos.
Tudo tinha acontecido tão rápido... Numa hora eu
tava triste porque Larry estava longe... e então Larry
estava de volta... trazendo Sam... e agora esse bebê.
Eu sempre soube que ter um filho seria resultado de um amor incondicional
que eu sentisse por alguém. Quando eu estava sozinha e
cantava Goodnight my Someone, eu ficava imaginando como seria
esse alguém...Quando eu conheci Larry, eu parei de imaginar...
Ficamos dançando por um longo tempo. Apenas com a música
que tocava em nossos corações... Eu não sabia
como seria o dia seguinte, e o outro... e todos os outros dias...
eu não sabia como seria a reação de Sam,
dos meus amigos...dos meus pais... tudo o que eu sabia, era que
aquela noite, seria uma das mais longas e felizes da minha vida.
Uma vida que estava apenas começando a ser perfeita.