Episódio: A Despedida de Larry - Hats off
to Larry
Data: 05/03/2001
- A Despedida de Larry - Hats off to
Larry
- Por Telma Pontes
-
- Quando Larry apareceu eu já sabia
que seu destino era ser o namorado de Ally. Não qualquer
namorado mas aquele possível príncipe encantado
que poderia vir acompanhado com os sinos da igreja. Roberto Downey
Jr. contribuiu para transformar seu personagem em alguém
bastante carismático, tanto para Ally quanto para os outros.
- Mesmo assim, bem lá no fundo, eu
sabia que não seria tão fácil assim. Larry
trouxe consigo sua história de vida o que significava
duas mulheres e um filho. Seria difícil passar por cima
disso e além de tudo, tem o fato significativo que Ally
teria apenas um amor em sua vida, Billy (recordo com saudades
as cenas de tensão existentes entre eles e as dúvidas
com relação a Georgia, esposa de Billy).
- E, sabendo de tudo isso, algo me dizia
que Larry não seria para sempre. E, mesmo sabendo disso...
ainda me pergunto porque não pude resistir à cena
de despedida entre Larry e Ally.
- Creio que, por mais que se saiba o que
vai acontecer, David E. Kelley sempre arranja um jeito de reunir
as emoções necessárias em palavras para
demonstrar toda emoção de uma cena.
- Estava com o coração partido
quando o episódio terminou.
Agora vamos à explicação de porquê
Larry foi embora. Como sabemos até este momento Larry
tem um filho com Jamie, o que não sabíamos ou não
conhecíamos ainda era o próprio filho, Sam. E este
foi um golpe bem mais certeiro para separar (pelo menos temporariamente)
Larry e Ally. O próprio Sam aparece no escritório
de Ally com um pedido de processo contra os pais por causar transtornos
emocionais.Ally fica espantada e Larry mais ainda porque o filho
simplesmente arrumou as malas e foi até onde o pai estava.Sam
foi bastante incisivo em todos os comentários sobre o
relacionamento dos pais e diz claramente que deseja a volta do
pai para casa. Deve ser difícil para alguém aceitar
amplamente a vida de outra pessoa, visto que existem coisas que
não se pode fazer pelo outro, muito menos tomar decisão!
Mesmo assim é preciso dar um apoio e, se realmente amamos
o outro, aceitar as adversidades. É um tipo de escolha
difícil para Larry, que é um pai e é o namorado
de Ally. Para continuar o relacionamento com Ally teria que deixar
Sam com a mãe e manter-se afastado. Para continuar sendo
pai teria que deixar o relacionamento com Ally. Ninguém
gosta de falar em separações e, muito menos, as
deseja. É algo que dói e, mesmo assim, necessária.
Nossas escolhas fecham portas e abrem janelas, sempre! Mas nada
nos marca mais do que deixar alguém a quem ama.
Separar-se fisicamente é um golpe mais duro e também
um exercício de resistência para qualquer pessoa.
Não é fácil suprir as necessidades, nem
os costumes já existentes. Mesmo que por algum tempo tenhamos
a novidade da escolha no fim, algo faz falta.
As despedidas nos fazem chorar e desejar que aquilo nunca mais
aconteça. E pensando assim Larry quase não se despediu
de Ally... ficou um suspense até o final onde ele aparece
com o filho para dar um último beijo... um último
abraço... e um desejo enorme de ficar!!!!
Foi assim que eu me senti, como se estivesse deixando alguém
a quem amo.
- Em todos os momentos falou-se que a condição
de Larry seria apenas temporária e, se tudo ficasse mais
complicado, Ally iria encontrá-lo em Detroit. Mesmo assim...
a separação ainda dói.
Pode-se pensar, existe o telefone, os correios, a internet,
mas nenhum desses recursos de comunicação realmente
supre o toque, o cheiro, o jeito, a presença de quem se
ama.
Dentre todos os motivos dados para o fim dos namoros de Ally
este foi o mais sólido e o que me deixa com uma sensação
de injustiça, porque ela não pode lutar contra
o filho nem pode escolher por Larry.
- E embora este seja o episódio de
despedida de Larry também foi o que me trouxe alegria.
Porque Cindy conheceu alguém que aceitou completamente
sua condição de homem e decidiu se casar (aleluia!).
Foi uma bela oportunidade para ver Richard defender o direito
de Cindy ao casamento com unhas e dentes (havia me esquecido
o quanto Richard é sempre bastante eficaz em seus comentários
na corte, mesmo sendo os mais absurdos). Mark também estava
lá, demonstrando ainda algum interesse em Cindy e, no
fim, apoiando decisivamente o direito ao casamento diante do
juiz.
Mesmo perdendo em juízo Richard fez algo que dificilmente
pode-se ver: tomou a iniciativa de celebrar o casamento sem ganhar
nada em troca!!! E assim aconteceu, Cindy casou-se, todos estava
celebrando! Inclusive Richard que, PASMEM, quis beijar a noiva!
- Gostei muito desse casamento, colocou
um final feliz para Cindy (que realmente merecia) e fez com que
Richard descobrisse um pouco mais de si mesmo (e eu que pensei
que isso nunca fosse possível).
- Quase ia me esquecendo. Lembram-se do
professor de dança da Nelle, aquele com síndrome
de amante latino? Estava lá novamente! Lutando na justiça
para conseguir o direito de reaver seus exclusivos passos de
dança de uma antiga parceira! Nelle estava totalmente
envolvida no caso, pra não dizer outra coisa! O gênero
amante latino do convidado Chayene seduziu a advogada que, embora
tenha provado do tempero não se deixou levar.
- Enfim, foi, para mim, o melhor episódio
até agora. Porque desenvolveu as histórias secundárias
com firmeza e sem nenhum prejuízo à despedida de
Larry.