Bateria do Pico
O
Pico da Torre albergou em tempos um reduto de defesa de Câmara de
Lobos, denominado de bateria ou forte do Pico. A referencia mais
antiga conhecida relativamente a esta bateria é de 1817, altura em
que segundo Paulo Dias de Almeida uma peça de 12 ali se encontrava
abandonada e sem reparo, peça essa que ali permaneceu nessas condições
até 1981, altura em que foi recolhida para o museu da artilharia do
GAG 2, em São Martinho [1].
Ainda
que se coloque em causa a existência desta defesa [2],
a verdade é que o próprio Paulo Dias de Almeida quando descreve a
peça de artilharia aí existente confirma a sua existência ao
dizer que lhe chamavam bateria do Pico.
Em
1852, João Fortunato de Oliveira confirma a existência do forte do
pico da Torre quando, ao descrever o convento de São Bernardino, em
Câmara de Lobos, tece algumas considerações sobre a paisagem
susceptível de poder ser observada a partir deste local e refere
que ao chegarmos ao cimo do
monte, e ao aproximarmo-nos da beira da pequena muralha que fora
construída para um forte, parece que como por encanto se nos rasga
aos olhos uma cortina, e vemos diante de nós uma paisagem
encantadora e pitoresca que lá em baixo se nos estende aos pés - são
telhados irregulares das casas da vila; é a longa mas estreita baía,
cujas vagas azuladas e tranquilas vêm quebrar-se com longínquo murmúrio
na pequena praia...[3],
[4]
Por
outro lado, num excerto de uma carta militar de data não
especificada e publicada, em 1907, no Heraldo da Madeira [5],
o pico da Torre encontra-se assinalado como pico do Forte, o que vem
reforçar a ideia da existência de uma bateria neste local. Apesar
do texto acompanhante da carta referir que na altura não existiam
quaisquer vestígios do forte, não deixa também de assinalar a
existência de uma velha peça de 12 e 1/2, enterrada no cimo do
pico com a boca aberta para o céu.
Ainda
relativamente a esta bateria ou forte, em 1879, o Diário de Notícias,
a propósito dos limites de uma propriedade, em Câmara de Lobos,
uma vez mais ao se referir ao pico do Torre, aponta-o como antigo
forte do Pico [6].
[1]
CARITA, Rui. As defesas de Câmara de Lobos. Girão
Revista de Temas Culturais do Concelho de Câmara de Lobos, nº5,
2º semestre/1990: 181-184.
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