Casa da Cultura de Câmara de Lobos
Uma das primeiras referências conhecidas relativamente à criação de
uma Casa da Cultura em Câmara de Lobos, data de 11 de Janeiro de 1989,
por ocasião de uma reunião do Governo Regional da Madeira com a
edilidade camaralobense, com o objectivo de definir as obras a serem
efectuadas no concelho. Nessa altura, para além da decisão de instalar
uma Casa da Cultura no último piso do mercado municipal de Câmara de
Lobos, seria deliberado a criação da zona Industrial nos Socorridos, a
construção dos novos paços do concelho, a construção do polidesportivo
do Curral das Freiras e o estudo da construção de uma zona do litoral
do concelho, para guardar canoas que só pontualmente seriam
utilizadas.
Contudo, apesar de inicialmente prevista para o mercado, a Casa da
Cultura de Câmara de Lobos, acabaria por ser transferida para a rua de
São João de Deus. Disso mesmo dá conta o Boletim Municipal de
Junho/Julho de 1995, ao referir que a Câmara Municipal de Câmara de
Lobos iria adquirir para o efeito, nessa rua um prédio.
Em Abril de 1997, é apresentado no Boletim Municipal de Câmara de
Lobos o estudo prévio do respectivo edifício.
O edifício a construir, no local onde se encontrava instalado o posto
do guarda-fiscal, estender-se-ia entre a Rua Padre Eduardo Clemente
Nunes Pereira e a Rua de São João de Deus, teria uma área de 500
metros quadrados e seria composto de 4 pisos.
Na cave seria instalado um parque de estacionamento com capacidade
para nove viaturas ligeiras, assim como espaços para arrecadação e
arquivo. O andar seguinte seria dividido em pequenos espaços
destinados a exposições temporárias. Neste piso a restante área seria
ocupada por um auditório com capacidade para 210 pessoas,
destinando-se à realização de conferências e outras actividades
culturais e recreativas.
O piso seguinte seria ocupado pelo museu de pesca e do pescador,
estando ainda reservado um espaço para ensaios das colectividades
locais e os serviços administrativos.
Finalmente, no último piso seria instalada a biblioteca municipal,
assim como espaços reservados à restauração, nomeadamente uma
esplanada e um bar, havendo ainda lugar para estacionamento.
Em Dezembro de 1997, o Governo Regional aprova o programa de concurso,
caderno de encargos, projecto e abertura do concurso público para a
empreitada de "construção da Casa da Cultura de Câmara de Lobos"
pelo valor base de 190 mil contos
[1].
Em Setembro de 1998 é anunciado que o início das obras teria lugar no
ano seguinte
[2].
Em Janeiro de 1999, a imprensa refere que no centro da cidade de
Câmara de Lobos já se havia iniciado a construção da Casa da Cultura
em Câmara de Lobos, prevendo-se que as obras estariam concluídas dois
anos depois.
Sobre a Casa da Cultura e seus objectivos, Gabriel Ornelas, então
presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, diria: "Vamos
transformar este espaço cultural num edifício que inclui uma galeria
de exposições, um pequeno museu e outros serviços ligados à cultura
deste concelho", adiantando que neste concelho "há muito que se
vinha justificando um edifício desta natureza, não só para lançar
novos valores artísticos existentes neste concelho, que devido à falta
de espaços não podem aprofundar os seus dotes artísticos".
Gabriel Ornelas diria ainda que no centro da construção deste
edifício, estão essencialmente dois aspectos: a promessa eleitoral do
actual executivo camarário assegurando, no entanto, um espaço
alternativo a um dos edifícios existentes no centro da cidade que se
encontrava em avançado estado de degradação
[3].
No dia 6 de Dezembro de 2001, a Casa da Cultura de Câmara de Lobos
viria a ser inaugurada pelo presidente do Governo Regional da Madeira
[4].
Algum tempo depois da sua inauguração e com a entrada do novo elenco
camarário em funções, presidido por Arlindo Gomes, a Casa da Cultura
haveria de ser alvo de uma significativa intervenção estética. Na
fachada deveriam ser integrados alguns elementos escultóricos e, na
entrada, seria feito um arranjo geral. Para os trabalhos foram
solicitados os serviços do escultor Ricardo Velosa
[5].
Da mesma forma, a utilidade a dar às suas instalações viria a sofrer
algumas alterações.
Sessão Camarária de 11 de Dezembro de 1997.
Diário de Notícias, 30 de Janeiro de 1999
Jornal da Madeira, 7 de Dezembro
de 2001.
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