Faúlha
O mesmo que
fagulha. Ainda que este termo seja mais
frequentemente utilizado para definir partícula que se liberta de um
corpo incandescente e que pode originar fogo, no Estreito, tal como
no Minho, tem sobretudo o sentido de caruma, ou seja, serve para
designar as folhas secas dos pinheiros caídas ao chão. No tempo em
que as pessoas utilizavam a lenha de
conta ou outra, como combustível para confeccionar as
refeições, recorriam muitas vezes à faúlha, para, mais
facilmente lhe atear fogo. Uma outra utilização da faúlha ou moitas
era a da sua colocação em chiqueiros e palheiros, com a finalidade
de criar uma espécie de cama aos animais e, simultaneamente, criar
substrato para adubo (constituído pela sua decomposição em
associação com os excrementos dos animais), que posteriormente
era utilizado na agricultura. Algumas vezes era também utilizada para
almofadar as prateleiras, onde eram guardadas ou armazenadas
semilhas, batatas ou fruta.
Dada a sua
utilização em significativa escala, muitas pessoas dedicavam-se à
sua recolha nos pinheirais, transportando-a depois em corsas ou às
costas, para os
potenciais clientes.
Para designar as
folhas secas dos pinheiros caídas ao chão, ou seja a faúlha ou
fagulha, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, também se
utilizava o termo de moitas. Amanhã vamos à serra apanhar moitas
(ou faúlha) para deitar debaixo do gado (dos animais).
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