Fontenários
O
mesmo que fontanários. Estruturas de pedra, argamassa ou de ferro,
para onde é canalizada água, por forma a constituir uma fonte
artificial destinada abastecimento público
de água.
O
abastecimento de água potável à população, foi ao longo dos
anos não só um problema de difícil solução, como atravessou várias
fases. O fontenário surge como o primeiro meio de abastecimento público
às populações, dependendo o seu número não só da população a
servir, mas também e, sobretudo, das disponibilidades das
autarquias na aquisição das águas e seu transporte desde a
nascente até eles.
Este
facto fazia com que só os principais núcleos populacionais
estivessem dotadas de fontenários, obrigando as pessoas residentes
nos restantes, a recorrer quer a fontenários situados noutras
localidades quer a nascentes privadas ou de utilização comunitária,
donde transportavam em aguadores, às vezes de grandes distâncias,
a água de que necessitavam principalmente para a alimentação ou
para os actos de higiene, recorrendo, por outro lado, às ribeiras,
aos poços, às levadas ou a lavadouros públicos quando existiam,
para lavagem das roupas.
Ainda
que não reflectido a verdadeira dimensão das dificuldades de
abastecimento de água, o conteúdo da resposta dada pela Câmara
Municipal de Câmara de Lobos a um abaixo assinado a si dirigido, em
1941, pelos habitantes do sítio da Vargem, no Estreito de Câmara
de Lobos, pedindo a construção de marcos fontenários, por não
haver água potável e ser perigoso beberem água da levada,
permite-nos ter uma noção mais real desta problemática. Refere a
Comissão Administrativa na sua resposta, sentir-se
sensibilizada pelo interesse do bem público tomado pelo promotor do
abaixo assinado, e até hoje não tem descorado o problema da água
potável no concelho. Já adquiriu esta comissão algumas penas de
água potável (56 penas) sendo cinco com auxílio da Junta Geral, 4
oferecidas, pelo Sr. João Joaquim Henriques (de Belém); já
iniciou a sua canalização abastecendo a freguesia da Quinta Grande
e Cruz da Caldeira, que a não tinham e pretende abastecer os sítios
do Rancho, Caldeira, Caminho Grande e Preces, cujos habitantes bebem
água estagnada guardada em poços no inverno, poços que são
cavados na rocha e abertos, sujeitos por isso a receberem todos os
germens e detritos levados pelas crianças, poeiras, etc. Estes
trabalhos de distribuição de água potável estão suspensos
devido ao elevado preço da canalização, à dificuldade da sua
aquisição, em vista da guerra internacional. Estejam portanto
esperançados os signatários do abaixo assinado que a Comissão
logo que lhe seja possível abastecerá de água os referidos sítios
[1].
Por
aqui também se compreende, a grande alegria, vivida pela população
e as grandes festas que se faziam por ocasião da inauguração de
um fontenário.
Na
ausência de um serviço público de distribuição domiciliária de
água e perante a escassez de fontenários públicos, algumas
pessoas, de maiores posses, recorriam à aquisição de água,
chamada de nascente ou de pena, proveniente de nascentes privadas.
Ainda
que seja extremamente difícil e também fastidioso enumerar os
fontenários construídos no concelho de Câmara de Lobos, uma vez
que muitos deles, com o abastecimento de água ao domicílio
acabaram por ser desactivados e destruídos, não poderemos deixar
de recordar alguns, não só pela importância que tiveram na altura
em que foram construídos, como fonte de abastecimento de água à
população, mas também por terem conseguido resistir ao tempo.
Com
excepção do ainda hoje existente na rua de Nossa Senhora da Conceição,
em Câmara de Lobos e de dois que existiram no centro da freguesia
do Estreito de Câmara de Lobos, nenhum possui, no entanto,
qualidade arquitectónica de registo, o que não quererá dizer que
não constituam marcas da história camaralobense.
Na
hoje cidade de Câmara de Lobos, um dos mais antigos meios de
abastecimento público de água à sua população terá sido um poço
que se localizava no largo do Poço, hoje largo Dr. Eduardo Antonino
Pestana, cuja água haveria de, em 1875 ser transferida e
aproveitada para um fontenário ou chafariz
nesse ano construído, nas suas proximidades, à margem da
rua da Conceição [2].
Em
1856, existia também um fontenário denominado fonte de São
Sebastião, ao que supomos junto à igreja matriz de Câmara de
Lobos, muito provavelmente junto ao largo de São Sebastião, nas
proximidades do local onde hoje tem início a rua Padre Eduardo
Clemente Nunes Pereira [3]
e que terá sido desactivado e destruído em finais de 1957, princípios
de 1958 [4]
ou então em 1960 [5].
Com efeito, na reunião da CMCL de 14 de Setembro de 1960, por
proposta do seu presidente, a Câmara aprovou por unanimidade
encarregar o empreiteiro Estevão da Silva de proceder à demolição
do fontenário existente no Largo de São Sebastião" [6].
Provavelmente
em 1857, Henri Veitch terá sido construído um fontenário junto à
sua casa, em Câmara de Lobos, no mainel da ponte sobre a ribeira do
Vigário, como uma das contrapartidas pela cedência de água pública
para a sua habitação [7].
É
provável que, em 1863, ano que Joaquim Pestana refere com tendo
sendo um ano em que a Câmara iniciara uma série de melhoramentos,
tenha sido construído um Chafariz na rua da Portada, junto ao Ilhéu
[8].
No ilhéu seria inaugurado um fontenário no dia 28 de Maio
de 1938.
Em
Setembro de 1897, a Câmara é autorizada a reparar as ruas da vila
bem como os seus dois chafarizes [9],
provavelmente numa alusão à fonte de São Sebastião e ao fontenário
do largo do Poço.
Em
1913, um órgão de informação, referindo-se ao estado do
abastecimento de água em Câmara de Lobos referia que Câmara de
Lobos, poder-se-ia dizer que não possuía água. Com efeito, nos sítios
afastados do Rancho e Caldeira não existiam fontes e, na vila, a
população ia-se alimentando de água da rocha de Belém, isto numa
alusão à fonte da Rocha que no inverno era turva e não dava para
consumo da população. Para além disso no sítio do poço existia
um marco fontenário, que por desgraça era um acumulador de águas
de rega de todos os quintais que se ia infiltrando através dos
terrenos, formando no poço um depósito donde uma parte importante
da população se abastecia [10].
Em
1935 uma carta publicada na imprensa uma vez mais denuncia a falta
de água em Câmara de Lobos. A
freguesia de Câmara de Lobos possui cerca de 11 mil almas e apenas
tem dez penas de água que vai canalizada do Estreito. A Câmara tem
quatro fontenários naquela freguesia, os quais são abastecidos com
a referida água. Apenas seis penas vão para os habitantes da vila
e arredores, até à Torre.
Tal escassez não chega
para uma pequena parte das necessidades daquela gente que se vê
obrigada a usar água conspurcada. Pedem-se providências às dignas
instituições administrativas - Junta Geral e Câmara - para
socorrerem aquela população [11].
Em
Junho de 1925, a Junta Geral do Distrito, estava na posse dos
projectos de construção de um fontenário na Torre, outro no
Serrado da Adega e ainda outro no sítio do Espírito Santo tendo
mesmo anunciado a praça para arrematação das sua construção [12].
Em
Abril de 1926, a imprensa anunciava a construção de um fontenário
no sítio do Convento [13],
o que poderá corresponder ao do Serrado da Adega.
De
acordo com o Diário da Madeira de 6 de Fevereiro de 1926, a Junta
Geral do Distrito havia deliberado fornecer meia pena de água de
vinha da freguesia do Estreito para abastecimento de um marco fontenário
municipal no sítio do Convento, na freguesia de Câmara de Lobos.
Na
edição do Diário da Madeira de 6 de Março de 1926 é deliberado
pela Junta Geral do Distrito ceder as sobras do marco fontenário do
sitio do convento para o abastecimento do internato infantil,
localizado no ex-convento de São Bernardino.

Em
Outubro de 1927, numa iniciativa da Câmara Municipal de Câmara de
Lobos, o antigo passeio da vila de Câmara de Lobos junto à praça
de peixe, estava a ser transformado num largo, — o largo de Camões
— onde seria instalado um marco fontenário e cujos trabalhos de
encaminhamento para água já se tinham iniciado, obra da iniciativa
da Câmara Municipal de Câmara de Lobos [14].

Em
finais de Janeiro de 1928, estava já concluído o rebaixamento do
seu pavimento ou chão
[15]
e, em Março de 1928 já estaria em funcionamento o fontenário [16].
Em
1954, na sequência da construção do edifício da lota do peixe,
este fontenário seria deslocado alguns metros, para a localização
que hoje possui [17].
Em
finais de Junho princípios de Julho de 1934, a Câmara Municipal de
Câmara de Lobos resolveu construir um fontenário à porta do Colégio
da Preservação para utilidade pública. Esta iniciativa, para além
de servir a população local iria também servir o Colégio da
preservação que às vezes sentia dificuldades para preparar a sopa
que administrava às suas alunas [18].
Em
Junho de 1934, num abaixo-assinado dirigido à Junta Geral, a população
do sítio da Palmeira e Voltas, solicita a entrada em funcionamento
de um marco fontenário existente nesta localidade [19].
No
dia 28 de Maio de 1941, foi inaugurado no sítio de Jesus Maria José,
um marco fontenário, em cantaria vermelha, mandado construir pela Câmara
Municipal de Câmara de Lobos com a colaboração dos habitantes
locais, que para além de terem oferecido o terreno, trabalharam na
sua edificação [20].
Este fontenário de rara beleza, acabaria por mais tarde ser
desactivado e depois destruído, na sequência de alteração do
trajecto do troço de estrada regional, onde se encontrava
implantado. Em sua substituição viria a ser construído mais
tarde, provavelmente em 1961, o chamado fontenário da Bela Vista.
Na
sessão de 13 de Julho de 1955, a Câmara Municipal de Câmara de
Lobos, considerando que na rampa do vigário da vila se encontravam
desperdiçados cerca de 15 penas de água da nascente dos Regos e
considerando a grande falta de água que se vinha notando na vila,
deliberou mandar construir por administração directa, um pequeno
fontenário naquela rampa e canalizar a água sobrante para o depósito
junto ao posto da polícia [21].

A
9 de Outubro de 1957 a Câmara deliberou construir um fontenário no
sítio do Ribeiro Real [22],
fontenário que em Novembro de 1957 já se encontrava concluído [23].
Supõe-se que este fontenário corresponda ao que esteve implantado no
muro de vedação da propriedade do Dr. Marcelino Pereira e que terá
sido posteriormente retirado na sequência das obras de construção da
via de saída da via rápida para a ponte dos Frades.
Em
Março de 1958, Manuel Fernandes Dantas Faria, oferecer-se-ia para
doar à Câmara o terreno necessário para a construção de um
fontenário no sítio dos Lamaceiros [24].
Em
Fevereiro de 1960, os proprietários da Casa Torre Bela,
provavelmente a pedido da Câmara Municipal de Câmara de Lobos,
oferecem uma área de 32 metros quadrados de terreno para a construção
de um fontenário ao sítio da Torre, freguesia de Câmara de Lobos [25].
A
25 de Janeiro de 1961, a Câmara deliberaria abrir concurso limitado
para construção de um fontenário no sítio de Jesus Maria José
freguesia de Câmara de Lobos [26]
e que certamente corresponderá ao fontenário também chamado da
Bela Vista que a 8 de Junho de 1961, já se encontrava ao serviço
da população [27].
A
de 2 de Março de 1961, a Câmara delibera mandar construir por
administração directa um fontenário público
no sítio da Caldeira, freguesia de
Câmara de Lobos [28],
[29].
Em
Junho de 1966, a Câmara delibera mandar construir, por administração
directa, um fontenário no Ribeiro de Alforra e Fonte Garcia (Tabaibas),
na freguesia de Câmara de Lobos [30],
encontrando-se já concluído em finais de Julho do mesmo ano [31].
Na
freguesia do Curral das Freiras, em Setembro de 1904, Luís
Soares de Sousa Henriques, havia vendido 7 penas de água à Junta
Geral para esta abastecer um fontenário que pretendia construir nas
Casas Próximas, na freguesia de Curral das Freiras [32].
Em
1953 existia no Curral das Freiras um único fontenário público [33].
A
12 de Janeiro de 1966, a Câmara deliberou a construção, por
administração directa um fontenário no sítio da Seara Velha,
freguesia do Curral das Freiras [34].
Na
freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, em Abril de 1913,
a imprensa dá conta da necessidade de construir um fontenário no
Salão [35].
Se
foi ou não construído, não sabemos. Aquilo que se sabe é que,
dez anos depois, na sua sessão de 5 de Julho de 1923, a Junta Geral
manda proceder ao estudo da construção de um marco fontenário no
sítio do Salão, no Estreito de Câmara de Lobos [36]
.
Em
Fevereiro de 1925, a Junta Geral do Distrito deliberaria autorizar o
presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos a adquirir uma
pena de água para o marco fontenário a construir junto ao passal
da igreja do Estreito de Câmara de Lobos [37],
fontenário que efectivamente haveria de ser construído. Situado no
largo do Patim, este fontenário tinha significativa beleza artística,
mas viria a ser destruído, por volta de 1964, a quando da construção
do salão paroquial e ampliação do adro da igreja e substituído
por outro, localizado no mesmo largo, mas que apesar de apresentar
alguma beleza arquitectónica, de forma alguma era comparável ao
primitivo. Com efeito, em de Fevereiro de 1964,
um pedido da Comissão encarregada da obra de ampliação do
adro da igreja de Nossa Senhora da Graça na freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos, requerendo uma comparticipação da Câmara dá
a entender que o projecto incluía a construção de sanitários e
deslocação do fontenário [38].
Construído
o novo fontenário, a Câmara, deliberaria em 10 de Novembro de
1965, mandar proceder por administração directa à ligação de água[39].
Contudo, esta ligação ter-se-á atrasado o que leva o zelador,
dois meses depois, a informar que o fontenário já se encontrava
concluído estando em necessidade a ligação da respectiva água [40],
[41].
A
construção, em 1925, deste fontenário, no largo do Patim, não
deixa de surpreendente dadas as dificuldades financeiras que
caracterizava as Câmaras, uma vez que, nas suas proximidades, mais
propriamente na rua da Igreja, sensivelmente em frente da porta
leste do adro da igreja, existia um outro fontenário, provavelmente
o mais belo exemplar, desde sempre construído no concelho de Câmara
de Lobos.
Sem
sabermos precisar a data da sua construção, é provável que o
fontenário existente na actual rua da Igreja, tivesse sido construído
em data anterior a 1920. Em Junho de 1925, a imprensa anunciava que
José Fernandes de Azevedo havia oferecido das suas
propriedades uma pena de água para abastecimento deste fontenário situado
em frente à igreja paroquial do Estreito e que desde há anos não
deitava água [42],
[43].
Aliás,
já em Maio de 1898, o chafariz municipal do Estreito era apontado
como não deitando água, havia meses, isto porque se encontrava
arruinado, facto que mereceria uma deliberação da Câmara no
sentido da sua reparação [44],
tendo a arrematação das respectivas obras ficado agendado para o
dia 25 de Janeiro de 1899 [45].
Nos primeiros dias de Maio as obras de reparação do fontenário
que terão fundamentalmente incidido no seu depósito já estavam
concluídas e foram pagas [46].
Na
década de 70, foi este fontenário destruído a quando da construção
da estrada de acesso ao Covão, hoje denominada, na sua parte
inicial por rua João Augusto de Ornelas, sem que a sua estrutura em
alvenaria tivesse sido alvo de protecção.
Em
Junho de 1925, a Junta Geral estava na posse do projecto de construção
de um marco fontenário para o sítio de Pico e Salões, tendo mesmo
anunciado a praça para arrematação da sua construção [47].
Em
Abril de 1926, referindo-se provavelmente a este fontenário, a
imprensa dava conta da construção de um fontenário à margem da
estrada nacional nº 23 no sítio de Pico e Salões [48].
Posteriormente,
com a construção de uma residência no prédio onde estava implantado,
este fontenário haveria de mudar de localização, situando-se
actualmente nas traseiras do referido prédio. Na transferência do
fontenário perderam-se as suas características primitivas,
conservando-se unicamente a pia.
Em
Finais de Setembro, princípios de Outubro de 1931, a Junta delibera
construir, por administração directa, um fontenário no sítio do
Calvário [49].
Em Junho de 1961, contudo, um comunicado de um zelador da CMCL
refere que este fontenário não tinha água a alguns anos em
virtude não só da canalização se encontrar estragada como também
da nascente não ter água suficiente, sugerindo que fosse
abastecido com parte da água do Ferraz que ia para a vila [50],
sugestão que em Novembro desse ano a Câmara acabaria por aceitar [51].
Nos primeiros meses de 2004, na sequência das obras de alargamento
verificadas no largo do Colvário, por forma a permitir a ligação da
rua do Calvário com a rua Dr. António Vitorino de Castro Jorge, este
fontanário viria a ser deslocado alguns metros para noroeste, para o
caminho do Estreitinho.
A
28 de Fevereiro de 1936, a Câmara deliberaria proceder à captação
e canalização das águas da nascente da levadinha do sítio da
Igreja, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos para abastecimento
dos fontenários dos sítios da igreja daquela freguesia [52].
Ainda que não se saiba se esta obra foi levada a cabo nem quais os
fontenários abrangidos, a verdade é que na sua sessão de 25 de
Setembro de 1936 é autorizado
o pagamento de operários e materiais empregues nos trabalhos
de canalização de águas para os fontenários do Estreito [53].
Na
sessão camarária de 11 de Julho de 1958, é presente um
abaixo-assinado de vários moradores dos sítios da Igreja e Ribeira
da Caixa, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos pedindo para a Câmara
ceder a água para um fontenário que se propunham construir no sítio
da igreja, merecendo parecer favorável [54].
É provável que este fontenário corresponda ao actualmente existente
na Levadinha, uma vez que se situa entre os sítios da Igreja e
Ribeira da Caixa.
Este fontanário foi destruído em
finais de Maio, princípios de Junho de 2004, no decurso das obras de
alargamento do caminho do cemitério e de construção da estrada de
ligação da rua Cónego Agostinho Figueira Faria à rua Francisco
Figueira Ferraz.
A
11 de Outubro de 1961, a Câmara procede por administração directa
à construção de dois fontenários públicos, sendo um no sítio
do Garachico e outro no sítio da Pereira, ambos na freguesia do
Estreito [55].
Na
sua edição de 4 de Agosto de 1965, o Diário de Notícias, dá
conta do grande esforço do padre António Sousa Costa e da população
do Garachico nas obras de construção da sua igreja.
Faz
um historial cronológico das obras e salienta o papel do padre António
Sousa Costa na abertura de uma estrada de acesso à igreja, de um
escola no Garachico de dentro e ainda de um fontenário.
A
12 de Janeiro de 1966, a Câmara deliberou a construção, por
administração directa um fontenário no sítio no Covão,
freguesia do Estreito [56],
deliberação que se repete em Junho do mesmo ano [57].
Com as mesmas características
do que o fontenário do salão, a freguesia do Estreito de Câmara de
Lobos, conserva ainda outros dois fontenários cuja data de
construção se desconhece, mas que se presume poder corresponder a
finais dos anos 20 (1925-1930) e que são o fontenário do Jogo da
Bola, na rua Prof. José Joaquim da Costa, o fontenário da rua
Capitão Armando Pinto Correia e ainda o fontenário existente nas
proximidades da capela de Santa Ana, na rua Prof. José Joaquim da
Costa.
Relativamente ao existente na rua
Capitão Armando Pinto Correia, anos depois da sua construção viria a
ficar incorporado na construção de uma residência, ainda que
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Fontenário rua
Cap. A. P. Correia |
Fontenário rua
Prof. J. J. da Costa |
se mantendo acessível ao público.
Na
freguesia da Quinta Grande, existiam em 1953 unicamente
quatro fontenários, motivo porque em resposta a um ofício da Junta
Geral, relativamente ao abastecimento de água ao concelho de Câmara
de Lobos, a Câmara recomenda um estudo geral [58].
Um
dos primeiros fontenários construídos na Quinta Grande terá sido
em 1923, tendo sido escolhido para o implantar o sítio da igreja [59].
Em
1924, o pároco da Quinta Grande, Padre A. Prazeres dos Santos,
interpretando a alegria e reconhecimento, que tem notado nos seus
paroquianos, agradece de todo o coração, por este meio, a todas as
pessoas que se interessaram na construção de dois fontanários que
a Exma. Junta Geral mandou há pouco executar naquela freguesia.
Essas pessoas entre outras são: Os senhores proprietários da água,
que a cederam gratuitamente; os Exmos. Procuradores à Junta, que
tanto se empenharam nessa realização; o Exmo. Engenheiro Severino
Antunes e empreiteiro José da Corte, que tão competente e
rapidamente fizeram os respectivos trabalhos e duma forma especial
os Exmos. Srs. Drs. Vasco Marques e Reis Costa, que tanta boa
vontade mostraram em mandar executar esse tão desejado e valioso
melhoramento [60].
Contudo,
em 1961, atendendo a que neste fontenário situado junto à igreja,
por várias vezes tinha faltado água devido a deficiências na
canalização, a Câmara deliberou mandar adquirir 280 metros de
cano galvanizado e mandar executar por administração directa a
ligação à rede que abastecia os fontenários dos sítios das
Fontes e Vera Cruz da dita freguesia, cuja água fora adquirida a João
Joaquim Henriques, para reforço do referido fontenário, podendo os
sobejos serem arrematados, a título precário, a qualquer
particular [61].
Em
Fevereiro de 1933 anunciava-se que iria ser construído um fontenário
junto à ermida da Cruz da Caldeira, a expensas da Junta Geral,
visto João de Jesus ter cedido a água necessária, o que era uma
obra de grande alcance dada a dificuldade de se obter água para
tantos forasteiros. Até esse momento, para obviar a sede dos
peregrinos era organizado um serviço braçal de água em baldes.
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Fontenário
das Fontes |
Fontenário
da Vera Cruz |
Na
reunião camarária de 5 de Abril de 1940 é adjudicada a João
Azevedo Nóbrega, a construção de dois fontenários da freguesia
da Quinta Grande [62].
No
dia 28 de Maio de 1940, a Câmara inaugura na freguesia da Quinta
Grande dois fontenários, um no sítio das Fontes e outro no sítio
da Vera Cruz .
Há
muitos anos que os povos daquelas localidades aguardavam a sua
construção, tendo a inauguração tido lugar no dia anterior, num
acto pomposo a que não faltaram as mais altas individualidades do
concelho.
Em
Dezembro do mesmo ano, é colocado no remate do frontispício do
marco fontenário da Vera Cruz, uma cruz de Cristo [64].
A
de 2 de Março de 1961, é deliberado mandar construir por
administração directa um fontenário públicos no sítio da
Ribeira do Escrivão, freguesia da Quinta Grande [65],
[66].
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