Natural da freguesia de
Câmara de Lobos, onde nasceu ao sítio do Caminho Grande e
Preces, 24 de Fevereiro de 1831
[1]. Faleceu, aos 80 anos, a 18 de Março de 1911,
na sua residência ao sítio do Caminho Grande e Preces, na
freguesia de Câmara de Lobos. Era filho do Alferes Luís Soares
de Sousa e de Joaquina Luísa Henriques
[2], naturais de Câmara de Lobos, em cuja igreja
paroquial casaram a 26 de Junho de 1828. Era neto materno do
Capitão Francisco Figueira Henriques, natural de Câmara de Lobos
e de Maria Rita Assunção, natural da Ribeira Brava.
Casou em
28 de Novembro de 1862, na igreja de São Sebastião, com Caetana
Maria Gonçalves, falecida no dia 21 de Março de 1901, natural do
Campanário, filha do capitão Francisco Joaquim Gonçalves de
Andrade natural do Campanário e de Caetana Maria Gonçalves
Macedo, natural do Estreito de Câmara de Lobos de quem teve:
1.
Dr.
Luís Soares de Sousa Henriques Júnior, médico, falecido em
1939, em Lisboa e casado com Frederica Ribeiro, filha do barão
de Uzel, Luís Alexandre Ribeiro de Mendonça, de quem teve:
2.
Dora Soares Henriques, violinista, natural do Brasil. Casou com o pianista Prof. Lourenço Varela Cid.
Lourenço Varela Cid (1898-1987) foi um pianista português do século XX, um dos nossos mais
conhecidos artistas, de renome mundial; dedicou grande interesse
à divulgação da boa música, tanto a antiga como a moderna; foi
bom executante, bom mestre e um erudito respeitado (in
MARTINS DOS
SANTOS, A MÚSICA EM PORTUGAL,
BRAGA - 1999).
A
constituição do primeiro corpo docente da Academia de Música da
Madeira cuja sede foi inaugurada oficialmente a 13 de Novembro
de 1946 foi feita com base numa escolha do Professor Lourenço
Varela Cid que
desde o primeiro momento se interessou e empenhou
incansavelmente pela Sociedade de Concertos e pela Academia de
Música da Madeira.
Deste casamento houve:
3.
Vera Varela Cid.
3.
Graça Varela Cid, falecida no dia 19 de Novembro de 1977, no
Funchal, em consequência da queda do avião onde viajava e
trabalhava como hospedeira.
3.
Sérgio Varela Cid,
pianista, natural de Lisboa, onde terá nascido à rua do Salitre
no dia 5 de Outubro de 1935. Casou por duas vezes, a primeira com Luísa Bravo,
de quem houve três filhos e de quem se haveria de divorciar.
Casaria posteriormente pela segunda vez, havendo desta união um
filho. Faleceu no Brasil a 31 de de Outubro de 1981 em
circunstâncias não completamente esclarecidas.
Sérgio Varela Cid
foi um músico de excepção; herdou de seu pai a técnica pianística e de sua mãe, - Dora Soares Varela Cid (Séc. XX),
tomou o gosto pelo violino; a estremada perícia de Sérgio tem
sido galardoada com variados e valiosos prémios, que honram tão
distinta e renomada família
(in
MARTINS DOS SANTOS, A MÚSICA
EM PORTUGAL,
BRAGA - 1999).
3. (?)
2.
Eng. Luís Soares.
1.
Caetana Nicolina Gonçalves de Sousa, 1ª mulher do major
Guilherme Quintino Pinto Prado, de quem teve:
2.
Ilda Celeste Gonçalves Prado de Almada, que casou em 1907,
com o Dr. João Francisco de Almada,
de quem teve:
3.
António Prado de Almada, falecido solteiro e sem geração.
3.
Manuel Prado de Almada, falecido solteiro e sem geração.
3.
Maria Prado Almada, que em 17 de Dezembro de 1936 casou, no
Funchal, com Dr. Agostinho Gabriel Cardoso, de quem teve:
4.
Rita Prado de Almada Cardoso que casou no Funchal com o eng.
Luís Veiga da Cunha, com descendência.
4.
Maria João Prado Almada Cardoso que casou no Funchal, com o
Dr. Vasco Proença de Oliveira, com geração.
4.
Luísa Prado Almada Cardoso, que casou no Funchal, por duas
vezes: a primeira com o Dr. José Manuel da Cunha Tavares da
Silva e a segunda com Erskine Wiliam Leacock, com geração.
4.
Teresa Maria Prado Almada Cardoso que casou com o Eng. Perry
Vidal, com geração.
4.
Emília Prado Almada Cardoso que casou, no Funchal, com
Charles Jeremy Zino, com geração.
4.
António Prado Almada Cardoso, casada com Isabel Maria
Portugal.
4.
Margarida Maria Prado Almada Cardoso, casada com José Rapazote
Fernandes, com geração.
4.
João Francisco Prado Almada Cardoso, solteiro.
4.
Ilda Maria Prado Almada Cardoso, casada com o Dr. Francisco
Xavier Esteves.
4.
Maria Benedita Prado Almada Cardoso, casada com o Dr. José
António Sousa Câmara.
1.
Constantina Soares (Henriques) Proença, que casou com o
capitão José Bernardo Proença, de quem teve:
2.
Dra. Eulália Celeste Soares Proença de Oliveira que casou em
Lisboa com o Dr. João Cândido de Oliveira, de quem teve:
3. Dr.
Rui Fernando Proença de Oliveira.
3. Dr.
Vasco Proença de Oliveira, que casou com Maria João Prado
Almada Cardoso, de quem depois se divorciou e de quem teve
geração:
3.
Dra. Maria Isabel Proença de Oliveira.
2.
Hermínia Soares Proença Neto, que casou com o prof. Luís
Neto e de quem teve:
3.
Helena Maria Proença Neto, que casou com Eng. Álvaro.
2.
Luís Soares Proença.
2.
Gracinda Soares Proença.
1.
Hermínia Celeste Soares Henriques, que casou com Maurício
Gonçalves (ou Narciso de Sousa), de quem teve dois filhos, ambos
falecidos solteiros e sem descendência.
1.
Dr. João Artur Soares
Henriques, médico, natural da freguesia de Câmara de
Lobos, onde nasceu a 1 de Fevereiro de 1972, tendo falecido a 6 de Dezembro de 1956.
Casou com Maria Isabel de França Jardim de quem teve:
2.
Julieta Soares Henriques, casada com João Zacarias de
Freitas.
2.
Luís Jardim Soares Henriques, que casou com Ariete Macedo,
sem descendência.
2.
Eng. Ag. João Jardim Soares Henriques, que casou com Maria
Álvares Vasques Rego Soares Henriques, tendo falecido sem
descendência.
1.
António Tito Soares Henriques, natural de Câmara de Lobos.
Faleceu no dia 21 de Agosto de 1906, aos 30 anos de idade, de
tuberculose.
Luís
Soares de Sousa Henriques foi um influente político em Câmara de
Lobos, onde militou no partido Regenerador.
Foi
presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos entre 1870 e
1873; em 1976; entre 1902 e 1904 e entre 1909 e 1910. Para além
da presidência da Câmara exerceu durante vários períodos o cargo
de Administrador do Concelho.
Tomou
posse no dia 2 de Janeiro de 1870, no cargo de presidente da
Câmara para o biénio de 1870/1871. Da sua equipa faziam parte:
José Figueira da Silva do Covão; José Figueira de Araújo; Luís
Francisco Mendes Corrêa e José Francisco (Figueira ?) da Silva,
da Ribeira Fernanda.
Na sessão
de 31 de Março de 1870 comparece como vereador substituto Manuel
Figueira da Silva e na sessão de 14 de Setembro de 1870 surge
também o nome de Izidoro Gonçalves Figueira como vereador
substituto.
No dia 2
de Janeiro de 1872, Luís Soares de Sousa Henriques é eleito para
mais um mandato. Deste elenco camarário para o biénio de
1872/1873, faziam parte José Figueira de Araújo que era o
vice-presidente, João Joaquim Gonçalves Henriques; Luís
Francisco Mendes Corrêa e José Figueira da Silva.
No dia 10
de Abril de 1876, Luís Soares de Sousa Henriques assume
novamente a presidência da Câmara. Do seu elenco faziam parte:
Luís Francisco Mendes Correia; José Figueira da Silva
(vice-presidente); João Joaquim Gonçalves Henriques e João
Baptista de Araújo. Luís Soares de Sousa Henriques conjuntamente
com os restantes vereadores havia sido excluído do cargo de
vereador para que fora eleito em finais de 1875, por acórdão do
Conselho Distrital de 28 de Dezembro de 1875, que seria
posteriormente anulado pelos acórdãos de 4 e 22 de Março de
1876, assumindo então em 10 de Abril a presidência da Câmara.
Contudo,
Luís Soares de Sousa Henriques só permanecerá nesse cargo poucos
meses, sendo na sessão de 2 de Agosto de 1876 substituído por
José Figueira da Silva, isto porque entretanto havia sido
nomeado Administrador (?). No dia 9 de Agosto de 1876, Luís
Soares de Sousa Júnior toma posse no cargo de vereador,
preenchendo assim a vaga deixada por Luís Henriques.
De acordo
com o Diário de Noticias de 11 de Fevereiro de 1897, Luís Soares
de Sousa Henriques, do partido regenerador havia pedido a
demissão do cargo de administrador quando os progressistas
chegaram ao poder. Em sua substituição foi nomeado o Dr. António
Silvino Macedo.
No dia 24
de Fevereiro de 1902, volta à presidência da Câmara para o
triénio de 1902-1904. Da sua equipa faz parte o Pe. Eduardo
Jacinto Gonçalves que é vice-presidente, António Joaquim de
Freitas Henriques, Januário de Freitas Barreto e Manuel António
Nunes.
Contudo,
no dia 17 de Março de 1902, devido à sua nomeação para o cargo
de administrador do concelho, Luís Soares de Sousa Henriques, já
não preside à sessão da Câmara, responsabilidade que passa a
partir do dia 26 de Março, a pertencer ao Pe. Eduardo Jacinto
Gonçalves. Por outro lado António Tito Soares Henriques é
chamado a ocupar a vaga deixada pelo saída de Luís Henriques do
elenco camarário, ainda que só até ao dia 7 de Maio de 1902.
Efectivamente, nesta data Luís de Sousa Henriques volta a ocupar
o seu lugar na presidência da Câmara Municipal de Câmara de
Lobos, por ter sido substituído no cargo de administrador, por
Artur Leite Monteiro, nomeado para essas funções pelo alvará de
16 de Abril de 1902.
Contudo,
na sessão do dia 28 de Janeiro de 1903, pelo facto de Luís de
Soares de Sousa Henriques ter sido, por alvará de 26 de Janeiro,
nomeado novamente Administrador do concelho, o Pe. Eduardo
Jacinto Gonçalves volta a ocupar a presidência da Câmara e
António Tito Soares Henriques é chamado a ocupar o seu lugar na
vereação.
Por
alvará de 14 de Junho de 1904, João Frederico Rego é nomeado
administrador interino do concelho de Câmara de Lobos,
substituindo, desta forma Luís Soares de Sousa Henriques, que na
sessão de 15 de Junho de 1904, volta a assumir a presidência da
Câmara, saindo António Tito Soares Henriques, da vereação.
Contudo,
por exoneração de João Frederico Rego, ocorrida a 25 de Junho de
1904, tudo volta ao início e na sessão camarária de 30 de Junho
de 1904, Luís Soares de Sousa Henriques já se apresentou como
administrador, o Pe. Eduardo Jacinto Gonçalves, no exercício da
presidência e António Tito Soares Henriques volta à vereação.
No dia 26
de Outubro de 1904, é nomeado administrador do conselho, Manuel
Joaquim Lopes, pelo que Luís Soares de Sousa Henriques volta à
presidência da Câmara, onde se mantém até à sua substituição
pelo novo elenco camarário empossado a 2 de Janeiro de 1905 e
presidido pelo Pe. João Joaquim de Carvalho.
No dia 9
de Dezembro de 1908, Luís Soares de Sousa Henriques, volta a
assumir a presidência, desta vez para o triénio de 1908-1910,
num elenco camarário de que também faziam parte: Manuel Justino
Henriques, como vice-presidente, João Augusto Figueira da Silva,
Joaquim Figueira César, Sabino Teodoro da Silva, João Cassiano
Figueira e Manuel Joaquim Lopes Júnior.
Contudo,
tal como no seu anterior mandato, Luís Soares de Sousa Henriques
volta a ser nomeado Administrador do concelho e na sessão de 20
de Julho de 1910, vêmo-lo já substituído na presidência da
Câmara por Joaquim Figueira César e em sessões seguintes pelo
vice-presidente Manuel Justino Henriques.
Na sessão
do dia 12 de Dezembro de 1910, volta a assumir a presidência da
câmara e surge como Administrador, o oficial de diligências
Gastão Ribeiro Pereira.
No dia 11
de Janeiro de 1911, António Prócoro de Macedo assume, até finais
de Fevereiro de 1911, o cargo de vereador, em substituição de
João Cassiano Figueira.
Na sessão
de 22 de Março de 1911, Manuel Justino Henriques, assume a
presidência da Câmara dado o falecimento de Luís Soares de Sousa
Henriques.
[1]
Registo de baptizados da freguesia de Câmara de Lobos, Livro
304, fls.24 de 10 de Abril de 1831.
[2] Joaquina Luísa Henriques nasceu por
volta de 1804 e faleceu, em Câmara de Lobos, no dia 29 de
Abril de 1889 era filha do capitão Francisco Figueira
Henriques e de Margarida Rita Assunção. Era neta paterna de
Manuel Gonçalves Henriques e de Catarina Figueira e neta
materna de Silvestre de Abreu Pestana e de Maria Abreu
Macedo. Ao que parece, Joaquina Luísa Henriques, tinha como
irmãs: Maria Justino Henriques (falecida no dia 11 de
Outubro de 1860), Vitorina Narcisa Henriques, Justina Rita
Henriques e Ana Rita Henriques, esta casada com o Capitão
António Gonçalves Henriques (Livro de óbitos paroquiais da
freguesia de Câmara de Lobos: Registo de óbitos de Maria
Justino Henriques, no dia 11 de Outubro de 1860; registo do
óbito de Justina Salomé Rita Henriques a 5 de Março de 1864
e registo da morte de Joaquina Luísa Henriques, a 29 de
Abril de 1889).