Nunes, Padre Jacinto da
Conceição
O padre Jacinto da Conceição Nunes, que nasceu no dia
4 de Dezembro de 1869. Era filho de Jacinto Faustino Nunes e de D.
Carolina Augusta Jasmins Nunes, naturais, respectivamente, de S.
Pedro e de Santo António.
Sentindo a vocação eclesiástica, que lhe foi
afervorada pelo saudoso e sábio padre Ernesto Schmitz, entrou para o
Seminário em 1 de Outubro de 1879.
Em 1889 concluiu o curso e, no mesmo ano, recebeu as
cinco Ordens menores.
De essa época até 1893 dedicou-se, no colégio do seu
distinto professor Alfredo Bettencourt da Câmara, ao ensino da
língua francesa.
Em 1891 recebeu a ordem de subdiácono e, em 1892, a
de diácono, tendo nesse ano feito a sua estreia como orador sagrado
na igreja do Bom Jesus.
No dia 25 de Fevereiro de 1893 recebeu a sagrada
Ordem de presbítero.
Nos anos de 1891 e 1892 fez parte da redacção do
«Diário do Comércio», em colaboração com Manuel Pires Taborda e
Octaviano Soares.
Em 1893 exerceu o lugar de capelão da cadeia de S.
Lázaro.
Em 1894 [a 23 de Setembro de 1893 ?], foi
nomeado vice-vigário do Curral das Freiras, onde fundou uma escola
paroquial que a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, por
proposta do
malogrado Luís
Soares Henriques, subsidiava com 6 mil reis mensais.
Em 1895, no dia 1 de Maio[Em 2 de Maio de 1894?]
,voltou, por motivo de doença, da paróquia do Curral das Freiras e,
nesse mesmo ano, foi nomeado cura de Santa Luzia.
Em 1896 [19 de Maio de 1895?], por falecimento do
respectivo vigário, cónego honorário Joaquim Mendes de Gouveia, foi
nomeado vice-vigário de Santa Luzia, onde instituiu a Irmandade do
S. S. Coração de Jesus e realizou na respectiva igreja alguns
melhoramentos materiais.
Em 1897, pela colação do padre Jardim Neto, voltou a
ser capelão da Sé, lugar que, em anos anteriores, já exercera
durante pouco tempo.
Em 1897 e 1898 dirigiu o «Correio do Funchal», de que
foram colaboradores, o cónego António Homem de Gouveia e os padres
Fausto Lopes Ribeiro e Boaventura Estêvão de Orneias.
A 19 [19] de Julho de 1899 tomou posse da igreja de
Machico, para que foi despachado por carta régia(
assinada por D. Carlos I e pelo, então ministro da Justiça, Dr. José
Maria de Alpoim Cerqueira Borges Cabral.
Em Machico construiu a casa paroquial, promoveu
melhoramentos na igreja matriz e nas capelas de S. Roque e da Graça
e instituiu a Obra de S. Francisco de Sales e a Irmandade de Nossa
Senhora do Monte do Carmo.
Em 1 de Março de 1906 principiou a paroquiar na
freguesia da Sé, para que fora despachado pelo Governo do referido
Rei e em que fora apossado por alvará de D. Manuel Agostinho
Barreto.
Na Sé
instituiu a Irmandade do Puríssimo Coração de Maria.
Durante alguns anos desempenhou função de Provedor da Santa Casa da
Misericórdia do Funchal, a cuja Mesa Administrativa vinha
pertencendo; desde longa data.
In Eco
do Funchal, 25 de Fevereiro de 1943
In
O Jornal, 25 de Fevereiro de 1943.
|