Brazilian Stock Market Report

Relatório do Mercado de Ações Brasileiro

No. 11 - 14/7/1997

Paulo Romero Zanconato Pinto


SEÇÕES DESTA EDIÇÃO


CURSO DE BOLSA - OPÇÕES:

Devido ao grande número de mensagens que recebemos solicitando explicações sobre o mercado de opções decidimos resumir os conceitos e mecanismos essenciais sobre este tipo de derivativo.

Em bolsa de valores são negociadas diversos tipos de títulos e por isso existem diversos tipos de bolsas de valores. Nas Bolsas de Valores Mobiliários são negociadas as ações de companhias de capital aberto, obrigações, diretos de subscrição, bônus de subscrição e derivativos destes ativos. Existem também bolsas especializadas em derivativos que são conhecidas como Bolsas de Mercados Futuros. Existem ainda bolsas de mercadorias (commodities) e ações individuais além de inúmeras combinações destes tipos de mercados.

Vamos nos limitar neste artigo a discutir sobre as ações e suas opções.

Procurando criar mecanismos de proteção para os investimentos no mercado de ações foram criados os contratos de "opção de compra" e "opção de venda" de ações. O funcionamento deste tipo de proteção (Hedge) é muito parecido com um contrato de seguros.

A OPÇÃO é "o direito de comprar ou vender um bem, concedido mediante pagamento de uma quantia acordada entre as partes, lançadora ( que oferece o direito) e titular (que adquire o direito). Se este direito não for exercido depois de um período especificado, a opção termina pelo vencimento e o titular perde a quantia paga pela opção."

No sistema adotado pelas bolsas brasileiras as operações com opções devem inicialmente ser autorizadas pela bolsa que tem a prerrogativa de definir os preços de exercício e as datas de vencimento destes contratos. Assim vejamos o seguinte exemplo:

A Bolsa de São Paulo autoriza a negociação do contrato de opção de compra de ações da TELEBRAS ao preço de R$ 180,00 (preço de exercício) e com vencimento em 18/08/97 que recebe o código OTC1. Assim um possuidor de 10.000.000 de ações da TELEBRAS decide no dia 11/07/97 que precisa proteger seu patrimônio pois acredita que estas ações vão cair. Para tentar garantir um preço mínimo de venda no futuro este investidor decide vender 10.000.000 de OTC1 ao preço de R$ 4,00 sendo que a TELEBRAS neste momento estava sendo negociada no pregão a R$ 170,00. Aquele que comprou estas opções pode tê-lo feito por diversos motivos. Suponhamos que o comprador destas opções acreditasse que em 18/08/97 a TELEBRAS estaria a R$ 190. O direito de comprar as ações por R$ 180 seria razoável mesmo pagando o prêmio de R$ 4,00.

Vamos admitir, numa primeira hipótese, que o lançador das opções estivesse certo:

No dia 18/08/97 a TELEBRAS está sendo negociada a R$ 160,00. O lançador teve seu prejuízo minimizado pois recebeu R$40.000,00 a mais de um mês que puderam ser aplicados reduzindo assim suas perdas com a queda das ações que foram de R$100.000,00. Já o comprador das opções (o titular) perdeu R$40.0000 pois não vai querer pagar R$180,00 por um papel que está valendo R$160,00 no pregão.

Admitindo agora que o titular estivesse certo:

No dia 18/08/97 a TELEBRAS está sendo negociada a R$ 190,00. O lançador será obrigado a entregar suas ações ao preço contratado de R$ 180,00 ao titular deste direito. Assim o titular teve lucro pois comprou a ação por um preço abaixo do mercado mesmo somando-se o valor pago pelo direito de compra (corrigido por um mês pela taxa de juros que seria seu custo de oportunidade). O lançador também pode ter tido lucro já que recebeu o prêmio da venda das opções e vendeu as ações com um retorno superior ao que ganharia em renda fixa.

Existem ainda uma grande variedades de operações com opções que podemos realizar. A escolha entre as várias alternativas de proteção depende do que acreditamos. Por exemplo:

Para cada situação existe uma operação especifica e proporções adequadas para o capital aplicado e para a posição em ações.

Recomendamos muito cuidado com as opções por são extremamente voláteis principalmente nas vésperas dos vencimentos quando chegam a subir mais de 100% em alguns instantes ou mesmo cair quase 100% (virando pó na gíria do mercado). Não devem ser vendidas sem acompanhamento de um profissional e não devem ser compradas sem um cuidadoso acompanhamento diário de suas variações. Um leigo tem apenas 2% de chance de sucesso com operações de opções. A chance de sucesso aumenta quando a operação é iniciada e concluída no mesmo dia (day-trade) ou no máximo 5 dias. Procure não comprar opções muito fora do preço de mercado por um prazo maior que 5 dias. Jamais venda opções a descoberto às vésperas do vencimento.

Existem ainda métodos matemáticos para calcular o preço justo de uma opção dadas as seguintes variáveis: preço de exercício da opção, preço atual da ação, número de dias que faltam para o vencimento, taxa de juros livre de risco prevista para o período futuro e a volatilidade futura anualizada da ação. É claro que, de todas as variáveis, a volatilidade futura é a mais difícil de ser estimada.

Como seria impossível esgotar o assunto opções num único artigo preferimos parar por aqui e deixarmos para nos aprofundar um pouco mais no futuro.

Recomendamos à aqueles que se interessaram neste tipo de título que procure adquirir um livro sobre o assunto para um maior aprofundamento.


CORREIO

From: "fabio luiz biagini" <biagini@domain.com.br>

Subject: Ações de Fertilizantes

Date: Mon, 07 Jul 97 07:52:01 PDT

Se você esta' comprado desde os R$ 3,00 parabéns ! Foi uma arrancada espetacular. Agora o papel esta passando por uma fase de distribuição e pode retomar um novo ciclo de alta rompendo o nível de R$ 7,25.

No curto prazo recomendo sair do papel caso o preço caia abaixo de R$ 6,5 e recompra-lo abaixo de R$ 6. No longo prazo continua sendo um bom papel e recomendo mante-lo estando entre as nossas recomendações de compra (Fertilizantes).

Como este papel esta num nível de preços sem equivalente nos últimos 5 anos se torna um pouco difícil projetar preços futuros com segurança.

Já a ARTEX está num nível de preço bem abaixo de suas medias históricas o que lhe confere um risco menor. Teria sido melhor que sua compra tivesse sido realizada no momento onde os indicadores técnicos estavam mais favoráveis para compra. Isto ocorreu no dia 11/6/97 a R$ 0,45 quando ocorreu um indicação clara de compra deste papel. Resta avaliar a saúde financeira desta empresa. Existe um grande espaço para alta neste papel podendo projetar no médio prazo uma valorização maior que 50%. Basta que o setor receba algum tipo de incentivo, o que acho bastante provável. Acho entretanto que existirão outras oportunidades para um posicionamento mais consistente e talvez mais lucrativo, após uma possível queda no curto prazo.


RECOMENDAÇÕES

CURTO PRAZO: (DE 1 A 2 MESES)

MÉDIO PRAZO: (DE 3 A 12 MESES)


FIM

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