CURSO DE BOLSA: EXERCÍCIO DE OPÇÕES
Nesta segunda-feira, 18/08/97, ocorrerá o próximo exercício de opções na bolsas brasileiras. Conforme explicamos anteriormente (Relatório 11) o lançamento deste tipo de contrato é regulado pelas bolsas que também define a data para o exercício dos direitos adquiridos pelos titulares na forma de opções de compra (calls) e venda (puts).
As bolsas brasileiras estabeleceram que a cada terceira segunda-feira dos meses de número par ocorrerá um exercício de opções.
O exercício geralmente se encerra no período do pregão da manhã (até as 12:30 hs).
Geralmente nestas datas são observados grandes volumes de negociações pois o exercício dos contratos de compra e venda promovem uma grande troca de ações entre os titulares e lançadores.
Existem entretanto alguns exercícios onde nenhum ou poucos direitos são exercidos. Isto ocorre porque os titulares dos direitos tem a possibilidade de comprar ou vender a ação contratada por um preço melhor do que o preço de exercício da opção. Neste caso o mercado diz que os diretos "viraram pó" ou seja passaram a ter um valor igual a zero.
Existe também outro tipo de exercício onde o número de opções de compra lançadas supera o número de ações em poder dos lançadores. São as chamadas opções descobertas. Neste caso, se o mercado estiver em determinados níveis que permitam o exercício de todas as opções ocorre o chamado "corner dos lançadores". Geralmente esta situação provoca uma explosão nos preços da ação em questão.
O exercício de opções pode assumir uma importância maior ou menor sobre a tendência do mercado dependendo dos tipos de estratégias montadas pelos grandes investidores. Quando o volume negociado no mercado se reduz demasiadamente. os grandes investidores podem aproveitar para promover grandes oscilações nas ações de forma a lucrar com suas posições alavancadas em opções.
A grande queda ocorrida nesta sexta-feira tanto na bolsa de NY e quanto nas bolsas brasileiras foram explicadas como sendo efeito de grandes posições formadas em opções e índices futuros.
Nas vésperas dos exercícios ocorrem as maiores oscilações nos preços da opções que podem apresentar variações astronômicas de alta (> 1000%) ou quedas próximas a 100%.
Isto nos leva a concluir que nunca devemos tomar posições vendidas em opções às vésperas de seu exercício pois isto pode significar um prejuízo irrecuperável.
Da mesma forma não devemos tomar posições compradas exageradamente alavancada pois podemos ter toda a posição reduzida a zero.
Pretendemos futuramente continuar este
comentários sobre o mercado de opções e assim
tentar, aos poucos, transmitir aos nossos leitores todos os riscos
e possibilidade deste fantástico mercado de derivativos.
CORREIO - PERGUNTAS E REPOSTAS
Qual é a definição
de volatilidade ?
O modelo de Black&Sholes que permite a avaliação de preços de opções possui como parâmetro a chamada volatilidade. A principio ela pode ser calculada simplesmente a partir
do desvio padrão de um preço
ao longo de um período de tempo. Existem entretanto uma
enorme variedade de metodologias e definições do
que seria a volatilidade de um ativo. Existem as chamadas volatilidades
implicitas das opções, a volatilidade futura, volatilidade
histórica, volatilidade projetada, etc
Ela também
é utilizada nas metodologias de cálculo de risco
x retorno. Existe formulações que consideram as
oscilações intraday tanto em tempo continuo quanto
descontinuo.
O que é na prática,
comprar ou vender volatilidade?
Quando esperamos grandes variações de preços numa certa direção (forte alta ou forte queda) mas não podemos prever com certeza qual a direção, então montamos uma trava com opções que nos oferece ganho caso o mercado siga qualquer uma destas tendências.
Esta operação é
chamada de compra de volatilidade. Assim se o mercado oscilar
acima de um certo percentual, seja ele positivo ou negativo, a
operação oferece ganho caso contrário oferece
prejuízo.
Ex.: Trava com 3 calls (opções de compra)
Venda OPC (165) + Compra 2 x OPC (160)
+ Venda OPC (155)
Esta Trava é uma operação de compra de volatilidade.
Se no vencimento da ação estiver entre 155 e 165 esta operação oferece prejuízo.
Abaixo de 155 ou acima de 165 a operação oferece lucro.
A outra ponta desta operação acredita que o mercado não vai sofrer fortes variações e por isso seria mais vantajoso vender volatilidade.
Existem um outra infinidade de tipos
de travas que permitem este tipo de operação com
a volatilidade.
No Brasil este tipo de operação
ainda não é muito utilizado devido a:
Tendo apenas arranhado o assunto, espero
que tenha pelo menos sido simples e claro nesta primeira abordagem
sobre o assunto.
Qual a sua opinião sobre montar uma operação
de compra ações combinada com a venda de opções
para o próximo exercício ?
Pessoalmente eu não gosto deste
tipo de operação para os períodos de baixa.
Os principais motivos que me levam a não indicar o financiamento
de "ação com opção" como
estratégia de investimento são:
Existem ainda outros fatores que devemos levar em conta no caso da Telebras:
O tipo de operação que
está sendo proposto é adequado somente para grandes
investidores (acima de R$10.000.000) que em geral precisam de
um tempo maior para montar suas posições compradas
e por isso utilizam este tipo de hedge como estratégia.
Eventualmente estes investidores vendem uma quantidade tal de
opções que lhes permitam criar o chamado hedge perfeito
(variação zero da posição para uma
queda ou alta da ação).
Os demais investidores, quando já
estão posicionados em um determinado ativo. devem lançar
opções para proteger sua posição somente
quando:
Caso contrário, a melhor alternativa
é vender a própria ação o que oferece
100% de segurança e desmobiliza o capital.
Quando estamos a princípio fora
do mercado não indico este tipo de estratégia.
Na verdade esta operação
é tática e não estratégica pois só
deve ser adotada como correção ou medida temporária
de proteção para que o objetivo estratégico
seja atingido.
Qual a sua opinião sobre a venda das ações
da Petrobras pelo governo ?
A tendência natural do preço
de um ativo, quando este é vendido, em grandes proporções,
é de cair. Basta que o governo defina a data do leilão
das ações e o seu preço de venda que o mercado
se definirá.
RECOMENDAÇÕES
CURTÍSSIMO PRAZO: (DE 1 A 4 SEMANAS)
CURTO PRAZO: (DE 1 A 3 MESES)
MÉDIO PRAZO: (DE 3 A 12 MESES)
FIM