O MERCADO DE AÇÕES - QUAL
É O JOGO ?
Para muitas pessoas o Mercado Acionário não passa de um jogo. Realmente existem muitas semelhanças entre os negócios com ações e os jogos. Dependendo do volume de capital aplicado, cada investidor se comporta como um tipo de jogador diferente.
Alguns pequenos investidores, consideram o mercado como uma LOTERIA onde é possível ficar rico rapidamente, conseguindo ganhos de até 1000% em poucos dias. Para isso investem apenas em papéis bastante voláteis, como ações de terceira linha, de preferencia com cotações centesimais (menores que 0,10), ou opções de compra com prêmios baixos e preços de exercícios bem acima do mercado. Como na loteria, eles costumam insistir nos mesmos papeis varias vezes contando que algum dia sua sorte mude.
A ROLETA também é uma analogia para aqueles que gostam de melhores chances para suas apostas, podendo variar entre 3% e 50% de chance e tentar ganhar entre 3500% ou 100% respectivamente.
Existem aqueles pequenos, mais experientes, que consideram o mercado como uma CORRIDA DE CALVALOS. Eles tentam apostar a maior parte das economias nas barbadas e um troco nas zebras, para garantir algum ganho com uma possível alavancagem. O prazo do investimento é sempre curto (como num páreo). Eles acreditam na sorte e também na técnica que desenvolveram com a observação.
A grande maioria dos pequenos e médios investidores preferem as Máquinas Caça-níqueis, onde insistem durante anos, colocando suas economias, e apostando num grande retorno a longo prazo. O risco parece pequeno, mas o retorno pode não compensar as perdas de oportunidade.
Muitos pequenos e médios confundem o mercado com um JOGO DE CARTAS. Costumam se deparar com uma mão cheia, onde existem um os dois trunfos e o resto está esperando alguma possível jogada. Acreditam na sorte e na técnica mas, gostariam de poder apostar mais alto.
Os grandes investidores, principalmente no Brasil, já se consideram numa mesa de POCKER, onde podem dobrar varias vezes suas apostas e conseguir, com um blefe, superar uma boa mão.
Os grandes investidores também gostam de um bom jogo de XADREZ onde cada movimento visa derrotar outro grande adversário. Este jogo pode levar algum tempo e uma jogada errada pode ser fatal para qualquer dos lados.
Resta ao investidor escolher jogo, estudar suas regras, elaborar sua estratégia, executar suas táticas e tentar reduzir o fator sorte com alguma técnica e o máximo informações.
Somente com o crescimento e amadurecimento,
o mercado poderá ser tornar um investimento ou pelo menos
um jogo mais justo para todos os participantes.
COMO ESCOLHER AÇÕES ?
Todo investidor está sempre diante de grande número de papeis com possibilidades de alta e precisa escolher os melhores para sua carteira. Presumindo que todos os parâmetros fundamentalistas tenham sido considerados, tais como:
Além disto, também tenham sido considerados os parâmetros operacionais tais como:
Resta a análise dos parâmetros técnicos. Este últimos, algumas vezes, acabam sendo tão ou mais importantes que os demais, para uma tomada de decisão. Isto ocorre porque como o mercado não é suficientemente eficiente, muitas vezes, as melhores empresas podem ficar esquecidas por algum tempo, enquanto outras, não tão boas, acabam subindo antes. Por outro lado, uma empresa que historicamente sempre esteve bem, provavelmente já está devidamente valorizada e não oferece grandes possibilidades de retorno, enquanto outras empresas consideradas mais fracas, podem estar entrando num processo de restruturação, e oferecendo portanto, melhores oportunidades.
O investidor deve também estar atendo ao "mood" (humor) do mercado. Isto porque, se as principais ações estiverem em queda, em geral, isto desencadeia uma pressão vendedora que costuma derrubar praticamente todos os papeis, mesmo das empresas mais saudáveis. Uma crise aparentemente externa ao mercado, também poderá trazer surpresas desagradáveis.
Devemos tentar detectar o início dos movimentos, tanto de alta quanto de baixa, e em função deles, definir o melhor momento de atuar na compra ou na venda. Para isto devem ser utilizados os indicadores de tendência, os níveis de suporte e resistências das séries históricas dos preços e o comportamento do volume e do número de negócios.
Os parâmetros técnicos são também essenciais para se montar uma carteira equilibrada, no que se refere ao Risco x Retorno x Prazo mais adequados às expectativas de cada investidor.
Evidentemente existe um infinidade de metodologias empíricas e teóricas que permitem a tomada de decisão e a otimização da relação Risco x Retorno. As mais conhecidas são baseadas em modelos que consideram o desvio padrão (volatilidade) das séries históricas de preços num determinado período de tempo. A partir de uma seleção de empresas com boas possibilidades de alta, realiza-se um processo de otimização. Este resulta em uma curva de eficiência que relaciona o risco e o retorno, onde cada ponto da curva corresponde a uma carteira, com uma certa composição, adequada ao perfil de cada tipo de investidor.
Claramente é necessário o auxílio de ferramentas computacionais para este tipo de análise.
Para aqueles que estão querendo se iniciar, sugerimos uma visita ao site:
Financial Trading System
http://www.pgh.net/fts/
Onde podem ser encontradas várias ferramentas e tutoriais, totalmente grátis, que são muito úteis tanto para iniciantes quanto para profissionais no mercado.
PROJEÇÕES TÉCNICAS:
Visando auxiliar aqueles leitores que
não dispõem de ferramentas gráficas estamos
inaugurando esta seção onde serão oferecidas
projeções técnicas para os preços
de algumas ações. Estamos aceitando sugestões
de ações para futuras projeções. Basta
enviar um e-mail para: brstockmarket@oocities.com
No quadro abaixo encontram-se alguns papeis com indicação para compra e suas projeções de alta nos diferentes prazos e os respectivos stop-loss no caso de reversão de tendência. Para aqueles que não estão habituados com este tipo de projeção cabe uma explicação. Quando fazemos uma previsão não estamos livres de estarmos errados. Se, eventualmente, um papel indicado para compra vier a cair, qual seria o nível de queda que nos levaria a reconsiderar a previsão, ou admitir o erro, e vende-lo mesmo com um eventual prejuízo ? É justamente este ponto que denominamos STOP.
Informamos também como parâmetro de escolha, o RISCO, que corresponderia a perda máxima (%) que o papel pode oferecer no período de um ano.
Para fins destas projeções consideramos:
Empresa | COD | STOP R$ | PROJ R$ | STOP R$ | PROJ R$ | STOP R$ | PROJ R$ | % |
COELBA ON | CEE3 | 80 | 100 | 79 | 120 | 65 | 160 | 30 |
CHAPECO PN | CHA4 | 0,10 | 0,16 | 0,09 | 0,20 | 0,09 | 0,60 | 25 |
C.FERRO LIGAS | CPF4 | 0,04 | 0,08 | 0,03 | 0,17 | 0,03 | 0,45 | 50 |
CIQUINE PN | CIQ4 | 1,10 | 1,30 | 1,00 | 1,50 | 0,90 | 1,80 | 40 |
IAP PN | IAP4 | |||||||
PIRELLI PN | PIR4 | |||||||
SID.TUBARÃO | CST6 | |||||||
TELEMIG PNB | TMG6 | |||||||
TELEBRAS REC | TEL5 |
Nos próximos relatórios incluiremos também outros quadros com indicações de venda e papeis com tendências indefinidas.
RECOMENDAÇÕES:
O mercado americano pode oferecer algumas surpresas desagradáveis para os próximos meses. Recomendamos muita atenção ao comportamento daquele mercado e dos indicadores da economia americana. O FED pode atuar sobre os juros para conter o cambio e o otimismo exagerado do mercado acionário. Hoje 19/10/97 o mercado está rememorando o crach de 19/10/87 quando a bolsa de NY chegou a cair quase 23% num só dia e quando o FED teve de subir os juros de 7% para 10%. Uma comparação mais cuidadosa entre 1997 e 1987 demonstra várias diferenças, entre elas, o nível de inflação e o tamanho do mercado acionário, entre outros. Não se acredita num replay.
Os próximos dias serão
importantes para uma definição de tendência
de nosso mercado.
FIM.