Brazilian Stock Market Report

Relatório do Mercado Acionário Brasileiro

No. 22 - 23/11/1997

Paulo Romero Zanconato Pinto

SEÇÕES DESTA EDIÇÃO



RISCO BRASIL

Muito tem sido discutido e analisado sobre as conseqüências das medidas que o governo brasileiro adotou para tentar conter a evasão de divisas e reequilibrar as suas contas públicas. Alguns pontos destas avaliações são quase consensuais:

Os principais elementos que ainda afastam os investidores do Brasil são:

Existem ainda alguns pontos positivos sobre o Brasil:

Restam ao governo algumas medidas para nos ajudar a superar a crise:

Até que o Brasil, sinalize com alternativas reais, que lhe permita assumir um equilíbrio estável de sua moeda, os riscos de uma nova crise, que venha a abalar ainda mais nossas reservas, continuará assombrando os investidores externos.

O socorro aos países asiáticos, pelo FMI, são uma tentativa de estancar as desvalorizações e reverter o cenário que não pode se prolongar, por muito tempo, sem custos elevadíssimos para a economia mundial.

No Brasil os números são sempre assustadores. Como resultando de planos econômicos que, num passado próximo, quebraram regras de mercado, a CEF ou o Banco Central pode ser condenado pela Justiça a pagar um montante de quase R$50Bi a poupadores lesados.

As dívidas internas são imensas e os custos de rolagem são insustentáveis a médio prazo, com juros tão altos. O mercado, com dúvidas sobre os juros e câmbio futuros, não aceita papéis com taxas pré-fixadas mais baixas, o que encarece o financiamento do governo.

O Brasil precisa, mais do que ultrapassar a crise sem sofre maiores danos, aproveitar o momento para se fortalecer. Reequilibrando suas despesas e receitas, melhorando sua produtividade, incentivando a agricultura e a construção civil, fortalecendo suas exportações, reduzindo seus juros e reequilibrando sua moeda para, só assim, podermos nos tornar uma da melhores oportunidades de investimentos do mundo.


RECOMENDAÇÕES

As conturbações nas economias asiáticas deverão ainda manter os mercados de ações bastante voláteis. Oscilações em torno de 2% ao dia já são consideradas, hoje, moderadas.

O IBVSP tem resistência em torno de 9500 pontos. Um fechamento acima deste nível pode sinalizar novas altas até 10100 ou 10200 pontos. Consideramos que somente com o rompimento das resistências a 10500 e em seguida 11000 pontos o mercado indicará o final do movimento de baixa de médio prazo.

Se a crise asiática realmente se demonstrar insolúvel no curto prazo, o mercado americano poderá reagir caindo abruptamente e voltando a derrubar as cotações dos nossos principais papeis. Neste último cenário o IBVSP poderá buscar novos suportes perto de 6500 pontos.

Devido ao grande endividamento dos bancos brasileiros em dólar, combinado com a possibilidade de uma aceleração do câmbio e um possível aumento de inadimplência em geral, graças às altas taxas de juros, consideramos que os resultados deste setor podem não ser tão atrativos em 1998.

Retificando as nossas indicações do Relatório 21, consideramos que os setores que deverão apresentar melhores oportunidades de ganho em 1998 serão os ligados às exportações, agricultura, construção civil e de serviços (saneamento, telecomunicações e elétrico).


FIM.

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