Brazilian Stock Market Report

Relatório do Mercado Acionário Brasileiro

No. 29 - 01/03/1998

Paulo Romero Zanconato Pinto

SEÇÕES DESTA EDIÇÃO


ANÁLISE DE EMPRESAS

Entre as empresas que estão chamando mais a atenção dos investidores no momento estão (em ordem alfabética):

BANCO DO BRASIL (BB4/3): - Apesar do ótimo resultado apresentado em 1997 o BB não pretende distribuir dividendos integrais o que acabou por reduzindo o interesse de curto prazo em suas ações. No médio e longo prazo continua sendo um ótimo papel tendo em vista o saneamento financeiro pelo qual está passando o que garante a continuidade dos resultados positivos. Ultimamente, a decisão do BB de se vender o controle acionário de sua Distribuidora de Títulos tem dominado as discussão no mercado financeiro sobre a instituição. O impacto desta venda nos resultados do BB são ainda controvertidos.

BANESPA (BES4) - Com a perspectiva de privatização apenas em 1999, os balanços ainda pouco convincentes e as indefinições sobre o modelo de privatização da CESP acabaram reduzindo o volume de negócios com as ações do BANESPA em bolsa. Na última quarta-feira 25/2/97 algumas notícias sobre o problema CESP e a aproximação da AGE trouxeram novo fôlego ao papel. Como indicamos em relatório anterior (número 25 de 18/1/98) o preço indicado para um posicionamento em BES4 (entre R$50 e 55) foi atingido em duas oportunidades durante o mês de fevereiro (4/2/98 e 19/2/98) o que permitiu uma compra segura aos interessados na distribuição de dividendos esperados a mais de 3 anos pelos acionistas.

CESP (CES4/3) - Tendo sido mais uma das grandes decepções do processo de privatização do setor elétrico. Apesar da clara indicação de insatisfação, dada pelo mercado, com o modelo de cisões adotado para a venda da CESP, que é claramente lesivo aos acionistas minoritários, os responsáveis parecem não pretender introduzir alterações muito grandes neste processo. As dúvidas ainda persistem o que pode significar fortes oscilações nas cotações da CESP nas bolsas.

COSIPA (CSI6) - A possibilidade de incorporação pela USIMINAS pode reanimar os negócios com o papel. Deve ser acompanhado com atenção e observado o comportamento do volume e número de negócios com o rompimento dos R$0,30 por ação.

IAP (IAP4) - Após a notícia de que poderia ser incorporada com Serrana Fertilizantes mantendo-se a marca IAP as ações deram uma arrancada de 42% na última sexta-feira. Consideramos que apesar, da baixa liquidez e dos riscos envolvidos o papel pode realmente apresentar novas altas a médio prazo dependendo principalmente do modelo de incorporação e conversão acionária.

TELEBRASILIA (TBR4) - Uma das TELES com maior potencial de alta e melhor relação P/VPA, com quase 24% de seu patrimônio em telefonia celular (um dos maiores de todo o sistema Telebras) e com boas indicações técnicas, faltando apenas um aumento do volume negociado, parece estar pronta para a uma alta.

UNIPAR (UNI6) - Após uma rápida e forte arranca parece estar se acomodando para um novo movimento. O pequeno volume nos últimos pregões ainda não permite uma análise conclusiva. O rompimento dos R$0,30 parece importante para atrair maior interesse. As expectativas de saneamento da empresa para os próximos anos pode revitalizar os negócios com este papel.

USIMINAS (USI4) - Sempre uma ótima opção de compra de longo prazo está apresentando sinais técnicos de alta. Caso se decida pela incorporação da COSIPA pode eliminar um dos problemas estéticos de seus balanços e passar a apresentar indicadores fundamentalistas mais atraentes aos investidores, principalmente estrangeiros.


RECOMENDAÇÕES:

Com a saída diplomática para a crise com o Iraque, as bolsas americanas voltaram a ter dias de alta continuando a bater sucessivos recordes históricos em todos os seus índices (DJIA, NASDAQ, S&P500 e NYSE). Provavelmente as atenções da imprensa americana se voltará novamente para os escândalos sexuais de Clinton o que pode voltar a preocupar os mercados.

Nos atuais níveis de preços, qualquer notícia pode ser considerada como motivo para realizações pelos investidores, que já acumulam polpudos lucros em 98.

A partir da próxima semana devemos observar uma definição mais clara da tendência geral dos mercados para o mês de março.


FIM.

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