O Conselho de Administração
da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) definiu critérios
para negocição das ações decorrentes
da cisão da Telebrás. De acordo com comunicado da
bolsa, será criado um Recibo Representativo de Carteira
de Telebrás (RCTB) a ser composto pelas ações
das 12 empresas resultantes da cisão. A bolsa decidiu,
ainda, autorizar a negociação de dois novos certificados,
TELB30 e TELB40, representativos de Telebrás ON e Telebrás
PN, respectivamente. Estes papéis serão convertidos
em RCTB após a cisão da holding.
ÍNTEGRA: Comunicado da Bovespa
sobre negócios com Telebrás:
Tendo em vista a futura cisão
da Telebrás em 12 novas companhias, o conselho de administração
da Bolsa de Valores de São Paulo, em reunião de
6 de abril, deliberou:
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) realizará reunião com representantes das corretoras que operam em seu mercado na próxima terça-feira, às 17h30, para esclarecer as novas regras para as ações de Telebrás.
O mercado estava inquieto quanto ao futuro das ações de Telebrás e, especialmente, quanto às formas de negociação no mercado de opções.
Para tentar tranquilizar os investidores, a Bovespa informou hoje que serão criados Recibos Representativos de Carteira de Telebrás (RCTB), que serão constituídos pelas ações das 12 empresas e passarão a ser negociados após a cisão. Até a data de início destes recibos, o mercado poderá transacionar dois novos papéis, também criados pela bolsa, que representam as ações ON (TELB30) e as PN (TELB40). Estes papéis serão trocados pelos recibos após a cisão.
A diferença é que os novos títulos já incluem as 12 novas ações e poderão servir de lastro para o lançamento de séries de opções. Com isso, a bolsa tenta resolver um impasse no segmento de opções.
Os investidores estavam relutantes em rolar posições com as opções de Telebrás para o próximo exercício por não saber como ficará a ação depois da cisão, ainda sem data definida para acontecer.
Estes dois papéis poderão servir de lastro para o lançamento de séries de opções e de certa forma desembaraçam o próximo exercício.
De acordo com operadores, o mercado de opções - dominado por Telebrás - estava travado por causa da indefinição quanto ao futuro das ações da holding após a privatização. As rolagens para o vencimento de junho estavam comprometidas porque não se sabe quando ocorrerá a cisão e quais dos 12 papéis resultantes terão liquidez após a operação.
As novas medidas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para a negociação das ações da Telebrás devem viabilizar a rolagem do mercado de opções com vencimento previsto para o próximo dia 20.
Dessa forma, investidores não se sentirão obrigados a exercer suas opções e poderão, como é de praxe, "renovar" sua opção para o próximo vencimento, em junho - mês anunciado, pelo ministro das Telecomunicações, Sérgio Motta, para a extinção da empresa.
Segundo um profissional que opera exclusivamente para investidores externos, as novas regras não tranqüilizam o mercado. "A nova forma de negociação é apenas uma artimanha para agradar os investidores que montam estratégias com opções", comentou.
Esse profissional lembra que ainda há desconforto em relação à cisão de ações da Telebrás. Ele afirma, também, que o recibo representativo da carteira da holding de telecomunicações - chamado de RCTB pelo conselho da Bovespa - e a própria opção do recibo devem apresentar forte volatilidade e dificultar a análise de desempenho. Isso porque algumas ações terão forte atratividade, enquanto outras deverão apresentar pouco interesse de compra.
A RCTB será uma cesta de ações - uma iniciativa inteligente de tentar reagrupar os papéis depois do split. Na opinião de um operador, ele pode facilitar a negociação com American Depositary Receipts (ADRs) da Telebrás já que ninguém no mercado aposta no lançamento de ADRs para cada um dos 13 papéis criados a partir do split de ações - três empresas de telefonia fixa, nove de telefonia celular e mais a Embratel.
Apesar das indefinições, operadores elogiaram a iniciativa da bolsa, que se antecipou ao Ministério das Telecomunicações e à empresa para garantir a liquidez de seu principal ativo. Um analista observou que a conversão das ações TELB3 e TELB4 deve ser maciça, já que seus novos correspondentes - as ações TELB30 e TELB40 - devem concentrar a liquidez. Depois da fase de transição - cisão da Telebrás e sua privatização -, a liquidez do recibo deve cair, na opinião de alguns profissionais, porque a bolsa está incentivando novos papéis.
O analista de telecomunicações do Banco FonteCindam, Fábio Nastari, não acredita que a criação do recibo representativo da carteira de ações da Telebrás - o RCTB anunciado hoje pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - vá facilitar os entendimentos entre a empresa e a Security Exchange Comission (SEC) - a Comissão de Valores Mobiliários na versão norte-americana.
A Telebrás e a SEC estão discutindo o futuro dos American Depositary Receipts (ADRs) da Telebrás depois da cisão da empresa e do consequente split de ações. O desmembramento dos papéis da holding de telecomunicações foi anunciado para junho pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Alguns operadores chegaram a comentar que o recibo da cesta poderia, de alguma forma, substituir os ADRs. Nastari ressalta que o recibo não poderá ser confundido com uma empresa, mas que isso não inviabiliza o lançamento de um novo produto no mercado norte-americano, como os RCA - recibo de carteira de ações do BNDESPar - negociados na bolsa carioca.
Informações da Telebrás dão conta de que dois de seus funcionários estão desde ontem em Nova York para estas discussões. As tentativas de entedimentos entre a empresa e a SEC não são recentes. Na semana passada, o vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Pio Borges, anunciou que existirão 12 ADRs na Bolsa de Nova York resultantes do split do ADR da Telebrás.
Nastari lembra que essa tentativa será muito complicada. O problema não está nos três papéis das três holdings que serão criadas para a telefonia fixa, mas nas ações - e ADRs - da telefonia celular. Pelas regras da bolsa dos EUA, só podem lançar recibos as empresas que obtiveram lucro antes dos impostos de US$ 100 milhões em três anos e em nenhum desses três anos a empresa pode ter obtido lucro inferior a US$ 25 milhões.
A informação do mercado é de que a SEC está esperando a análise dos balanços das empresas brasileiras que fazem parte da holding Telebrás pelas regras contábeis norte-americanas - US GAAP - para tomar uma decisão. Nastari lembra que há especulações no mercado de que a SEC poderia reduzir a exigência de resultado de três para dois anos, mas o comentário não foi confirmado.
Se isso ocorrer, o número de
empresas brasileiras da banda A que não atingiriam performance
suficiente para serem listadas seria bastante reduzido. A Telerj
Celular, por exemplo, apresentou prejuízo em 95, mas melhorou
a perfomance em 96 e 97.
(Trechos retirados do InvestNews - Gazeta
Mercantil de 08 de abril de 1998).
NOTÍCIAS: (InvestNews - Gazeta Mercantil
08/04/98)
TELEBRÁS: Decreto vai definir
limite a capital estrangeiro.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Juarez Quadros, informou que nos próximos dias o presidente Fernando Henrique Cardoso deverá assinar um decreto definindo o percentual de participação de capital estrangeiro no processo de concessão das empresas que integram o sistema Telebrás. O secretário não quis antecipar se esse decreto será divulgado antes do dia 14, provável data da divulgação do edital de pré-inscrição para as empresas e consórcios interessados em participar da privatização da banda A de telefonia.
Segundo Quadros, a minuta do decreto ainda está sendo preparada. Ele admitiu, no entanto, que a participação do capital estrangeiro nas empresas da banda A deve seguir regras semelhantes às estabelecidas para a concessão da banda B, na qual grupos estrangeiros não podem deter mais do que 49% do controle.
Em relação ao aviso para
os futuros interessados, Quadros explicou que o texto será
divulgado no Diário Oficial da União "nos próximos
dias", mas não soube dizer por quanto tempo ficarão
abertas as inscrições.
TELEBRAS PAGA JUROS.
As ações da Telebrás
foram negociadas no último pregão (08/04/98) com
o desconto do juro de R$ 2,27 por lote de mil, aprovado na assembléia
de acionistas realizada em 07/04/98. Com isso, o preço
da ação preferencial, que fechou a R$ 143,50 o lote
de mil, passou a ser de R$ 141,23 para efeito de base de cálculo.
A ação ON - que fechou a R$ 117,50 - tem equivalência
a R$ 115,23. A variação dos dois papéis leva
em conta o valor ajustado, por isso Telebrás ON está
sendo negociada com alta de 1,27%, mesmo que sua cotação
seja de R$ 116,70, inferior ao fechamento de ontem (antes do ajuste).
Da mesma forma, Telebrás PN sobe 0,19%, transacionada a
R$ 141,50. De acordo com a bols, o cálculo de oscilação
do índice Bovespa - que tem Telebrás PN como seu
carro- chefe - considera o valor corrigido dos papéis expurgando
assim o efeito destes juros.
RECIBOS ESQUECIDOS ?
Por falta de quórum, foi adiada
para semana que vem a assembléia de acionistas da Telebrás
que deverá discutir os polêmicos recibos de subscrição
TEL5 (TELB10). A segunda convocação da reunião
já havia estabelecido a nova data: terça-feira,
dia 14, às 15 horas. A expectativa do mercado é
de que a reunião sobre os TEL5 (TELB10) ponha um fim na
questão, homologando o aumento de capital realizado há
mais de cinco anos por meio dos recibos de subscrição.
SETOR DE FETILIZANTES.
A Santander Investments avalia que o setor de fertilizantes brasileiro deve trazer bons rendimentos para os investidores neste ano e recomenda as ações de três companhias da área. Os papéis da companhia de fertilizantes Fosfértil começaram a ser classificados com recomendação de "forte compra" (strong buy) pela Santander Investments. Já as ações da Manah e da Serrana receberam recomendação de "compra" (buy).
"Baseado no forte desempenho do
setor agrícola nos últimos dois anos, nós
esperamos que o consumo de fertilizantes continue em expansão
até o ano 2000", avaliou o analista da instituição,
Vladimir Pinto. A estimativa de preço por ação
para os próximos 12 meses foi fixada em US$ 7,20 para a
Fosfértil, US$ 39, 60 para a Manah e US$ 1,00 para a Serrana.
As informações foram divulgadas pela agência
de notícias Reuters.
PROPOSTA VENCEDORA DA AREA 5 DA BANDA
B.
O Grupo Suzano, um nome de tradição no setor de papel e celulose, e que também tem negócios no campo da petroquímica, saiu-se ontem vencedor na sua investida sobre uma nova atividade. Ele tem 30% do consórcio Global Telecom, que ofereceu uma proposta no valor de R$ 773,9 milhões para explorar a banda B na área 5, que engloba os estados do Paraná e Santa Catarina o que significou um ágio de 134,5% sobre o preço mínimo. Os demais integrantes do consórcio são a operadora japonesa DDI (30%), a Motorola (14%), a Inepar (21%) e a trading japonesa Nissho Iwai (5%). "Estamos muito animados com as perspectivas que se abrem na telefonia. Vamos trabalhar duro para que, antes do prazo legal de 11 meses, os assinantes de Santa Catarina e Paraná tenham condições de aferir a qualidade dos nossos serviços", afirmou Adhemar Magon, diretor de Relações com o Mercado da Companhia Suzano de Papel e Celulose.
O congestionamento do IBVSP, nos últimos
15 pregões, em torno de 11860 pontos e a baixa volatilidade
do mercado não vão perdurar por muito tempo. Ele
parece também estar respeitando uma linha de resistência
formada pelos dois últimos topos (em 10/07/97 e 21/10/97).
Portanto o rompimento dos 12200 pontos representaria um importante
objetivo para confirmação de um mercado em alta.
Por outro lado, uma queda baixo dos 11500 pontos seria um sinal
de baixa. O certo é que em poucos dias veremos a volatilidade
do mercado aumentar.
Recomendamos especial atenção
para os seguintes papeis:
ACESITA ON, CESP ON, FOSFERTIL PN, INEPAR PN, PIRELLI CABOS PN e SUZANO PN
que são boas indicações de compra, persistindo o mercado em alta.