Brazilian Stock Market Report

Relatório do Mercado Acionário Brasileiro

No. 33 - 03/05/1998

Produzido por

PLACAS DO PARANÁ S.A
TESOURARIA


A CRISE ASIÁTICA, SEIS MESES DEPOIS




CONTEÚDO
  1. INTRODUÇÃO
  2. CRONOLOGIA DA CRISE - PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
  3. CRISE MEXICANA x CRISE ASIÁTICA: QUAL FOI A PIOR PARA O BRASIL?
  4. EM QUE ESTÁGIO ESTAMOS AGORA?
  5. AVALIANDO O IMPACTO DAS DESVALORIZAÇÕES DAS MOEDAS ASIÁTICAS NA ECONOMIA BRASILEIRA
  6. OPINIÕES E PREVISÕES
  7. PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA EM 98




1. INTRODUÇÃO

No dia 23 de abril de 1998 completamos 6 meses do início daquela que é tida como a primeira crise de caráter global do mundo capitalista.

Apesar de ter iniciado em 2 de julho de 97, com uma desvalorização de 20% do Baht Tailandês, a crise asiática tomou proporções globais somente em 23 de Outubro, dia em que a autoridade monetária de Hong Kong reagiu com vigor a um ataque especulativo, cujo objetivo era desvalorizar o Dólar local. Após uma elevação brutal dos juros, que chegaram a atingir 300% a.a., o índice Hang Sang da bolsa de valores não resistiu, caindo 10%, e mostrando ao mundo que a crise asiática, até então tida como um problema restrito à países de importância secundária, como Tailândia, Malásia e Indonésia, estava se alastrando por economias que eram consideradas verdadeiros modelos como Cingapura, Coréia, Hong Kong e Taiwan. O que se viu a seguir foram quedas generalizadas nas bolsas de valores, desvalorizações cambiais, elevações nas taxas de juros (principalmente nos países emergentes), e diminuição do ritmo de crescimento das economias.

Hoje, passados os primeiros seis meses, existem dois grandes desafios: quantificar o real impacto da crise na economia mundial, e evitar que antigas incertezas (Japão, por exemplo) precipitem novos crashes.

2. CRONOLOGIA DA CRISE ASIÁTICA - PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS

DATA

NO EXTERIOR

NO BRASIL

02/07/97

- Tailândia desvaloriza o Baht em 20%

08/07/97

- Bovespa atinge nível recorde de alta: 13.617 pontos. Telebrás é cotada a R$ 174,20.

06/08/97

- Dow Jones atinge nível recorde de alta: 8.259 pontos.

23/10/97

A CRISE ASIÁTICA CONTAMINA O MUNDO - Para proteger sua moeda de ataques especulativos, a autoridade monetária de Hong Kong eleva os juros para 300%. Como consequência, o índice Hang Sang da bolsa de valores cai 10,4%, dando início à fase global da crise asiática. Em efeito dominó, as principais bolsas do mundo apresentaram fortes quedas: Seul -9%; Buenos Aires -4,9%; Frankfurt -4,7%; Londres -3,1%; Tóquio -3%; Nova York -2,3%.

- Bovespa cai 8,2%.

27/10/97

- Terça-feira negra nas bolsas de valores. Nova York despenca 7,2% e arrasta outras bolsas: Buenos Aires -13,7%; Cidade do México -13,3%; Frankfurt -4,4%; Paris -2,8%; Londres -2,6%

- Peso Mexicano sofre desvalorização de 6,6%.

- Dow Jones atinge seu nível mínimo durante a crise: 7.161 pontos.

- Bovespa tem a maior queda de todo o mundo: 15%.

- Na tentativa de acalmar o mercado, a CVM introduz provisoriamente o mecanismo de "circuit-breaker" nas Bolsas brasileiras.

28/10/97

- Circuit-breaker suspende o pregão da Bovespa em apenas quatro minutos, após queda de 10%. Ao final, porém, fecha em alta de 6,4%, acompanhando a reação da bolsa de Nova York.

- Banco Central vende US$ 9,4 bilhões em 7 leilões, na tentativa de sustentar o Real.

30/10/97

As principais bolsas do mundo completam uma semana de crise com os seguintes resultados: Bovespa -31,7%; Buenos Aires -26,8%; Seul -19,3%; Moscou -17,4%; Frankfurt -10,6%; Nova York -8,1%; Tóquio -7,5% .

- Bovespa cai 10%.

- Banco Central dobra os juros básicos da economia: TBC sobe de 20,7% para 43%.

05/11/97

- Governo vende a CPFL com ágio de 70%.

10/11/97

- Governo lança um pacote com 51 medidas, para economizar US$ 20 bilhões em 98.

12/11/97

- Bovespa cai 10%, atingindo o seu menor nível desde o início da crise: 7.822 pontos. Telebrás atinge R$ 95,50.

- Governo eleva as tarifas de importação de 9.000 ítens.

13/11/97

- O Governo reduz de 3 para 1 ano o prazo médio mínimo para a captação de empréstimos externos, a fim de facilitar a entrada de capital estrangeiro no país.

14/11/97

- Banco Central coreano decide abandonar a defesa do Won perante o dólar.

16/11/97

- Reservas cambiais caíram US$ 8,3 bilhões em outubro, para US$ 52,8 bilhões.

18/11/97

- O primeiro-ministro japonês Ryutaro Hashimoto diz que não utilizará recursos públicos para salvar instituições financeiras. Bolsa de Tóquio cai 5,3%.

19/11/97

- Reforma administrativa é aprovada em segundo turno na Câmara.

- BC promove a primeira redução dos juros básicos (TBC), de 43% para 40,9%.

21/11/97

- Coréia (11a.maior economia do mundo) solicita ajuda financeira ao FMI.

- Anunciada em Tóquio a falência da centenária Yamaichi Securities.

- BNDES cria linha de US$ 1 bilhão para empresas que desejam recomprar suas próprias ações.

02/12/97

- Coréia e FMI fecham o maior acordo de ajuda financeira da história, no valor de US$ 57 bilhões. Além do FMI, haverá contribuições do Banco Mundial, Banco de desenvolvimento da Ásia, EUA e Japão.

10/12/97

- Won coreano cai 30% em uma semana.

11/12/97

- Mercado de câmbio coreano é suspenso quatro minutos após a abertura, com desvalorização de 10% do Won.

- Governo Japonês anuncia pacote de auxílio ao sistema financeiro.

12/12/97

- Moody's e Standard & Poors rebaixam a classificação de risco da dívida coreana.

- Reservas cambiais caíram US$ 1,6 bilhão em novembro, para US$ 51,2 bilhões.

17/12/97

- BC volta a reduzir os juros básicos . A TBC cai de 40,9% para 38%.

18/12/97

- O candidato de oposição, Kim Dae-Jung é eleito presidente da Coréia.

29/12/97

- Bancos estrangeiros anunciam acordo para a rolagem das dívidas dos bancos sul-coreanos.

05/01/98

- Rúpia da Indonésia sofre desvalorização de 11%.

06/01/98

- Rúpia da Indonésia sofre desvalorização de 18%. Índice da bolsa de Jacarta cai 12%.

09/01/98

- Chile eleva as taxas de juros, na tentativa de impedir a desvalorização do peso.

12/01/98

- Bolsas mundiais têm o terceiro pior dia desde o início da crise, em reação à liquidação, em Hong Kong, do banco de investimento Peregrine.

- Oito das dez principais bolsas asiáticas atingem o menor nível desde o início da crise.

14/01/98

- Bradesco faz a primeira emissão brasileira após o início da crise, captando US$ 100 milhões por um prazo de 3 anos.

15/01/98

- Rúpia da Indonésia sofre desvalorização de 16%.

- Reservas cambiais estáveis em US$ 51,4 bilhões em dezembro.

19/01/98

- Rúpia da Indonésia sofre desvalorização de 21%.

23/01/98

- Dólar volta a subir frente a Rúpia, acumulando valorização recorde de 250% sobre a moeda da Indonésia em 98.

27/01/98

- O governo da Indonésia anuncia pacote econômico de reestruturação do setor financeiro. Propõe também que 228 empresas privadas em dificuldades decretem moratória por pelo menos três meses.

28/01/98

- BC reduz as taxas de juros (TBC) para 34,5%.

29/01/98

- Rússia eleva as taxas de juros para 42%, na tentativa de defender o Rublo.

09/02/98

- Governo Brasileiro realiza a primeira emissão de títulos após a crise, no valor de US$ 550 milhões, pelo prazo de 5 anos.

10/02/98

- Indonésia anuncia a intenção de adotar câmbio fixo.

- Dow Jones bate recorde de alta: 8.305 pontos.

- Senado aprova a reforma administrativa em primeiro turno.

- Câmara aprova a reforma da previdência em primeiro turno.

17/02/98

- Reservas cambiais sobem US$ 1,1 bilhão em janeiro, para US$ 52,5 bilhões. É a primeira elevação das reservas desde o início da crise, em outubro.

26/02/98

- Governo amplia de 1 para 2 anos o prazo mínimo para a contratação de empréstimos no exterior.

27/02/98

- Ingresso de capitais via câmbio comercial atinge o recorde histórico de US$ 6,3 bilhões em fevereiro.

04/03/98

- IBGE divulga aumento recorde da taxa de desemprego, que passou de 4,9% em dezembro para 7,3% em janeiro.

- BC reduz as taxas de juros (TBC) para 28%.

11/03/98

- Senado aprova a reforma administrativa, em segundo turno.

12/03/98

- Reservas cambiais sobem US$ 4,9 bilhões, atingindo US$ 57,4 bilhões.

13/03/98

- Rússia reduz as taxas de juros pela terceira vez em 20 dias, para 30%.

16/03/97

- Governo brasileiro realiza a primeira emissão de bônus com prazo de 10 anos, após a crise asiática, no valor de US$ 500 milhões.

27/03/98

- Fluxo cambial apresenta o maior saldo positivo em um único dia na história: US$ 2,9 bilhões.

31/03/98

- Ingresso de capitais via câmbio comercial bate novo recorde: US$ 12 bilhões em março.

03/04/98

- Dólar atinge a cotação recorde de 135,2 Ienes, o maior nível em 6 anos.

07/04/98

- Dow Jones rompe a barreira dos 9.000 pontos.

- Ministro Malan diz que reservas estão próximas a US$ 70 bilhões.

08/04/98

- Governo Japonês lança o quarto pacote econômico desde o início da crise. O objetivo é estimular o consumo e o crescimento econômico através da injeção de US$ 76 bilhões com a redução de impostos e aumento de gastos públicos.

- Coréia realiza emissão de Bônus no valor US$ 4 bilhões, sendo US$ 3 bilhões por um prazo de 10 anos.

09/04/98

- Banco Central Japonês utiliza US$ 9 bilhões em intervenção no mercado cambial, fazendo com que o dólar caia para 128,7 Ienes.

15/04/98

- BC reduz as taxas de juros (TBC) para 23,25%.

22/04/98

- Dow Jones bate recorde de alta: 9.177 pontos.

3. CRISE MEXICANA x CRISE ASIÁTICA: QUAL FOI A PIOR PARA O BRASIL?

A crise mexicana teve início no dia 20 de dezembro de 1994, com uma desvalorização de 15% do Peso, o que desencadeou, como na crise asiática, uma perda de confiança nos mercados emergentes. Porém, uma das diferenças entre as duas crises se deu justamente na abrangência: a asiática foi global, ao passo que a mexicana teve um caráter regional, ficando praticamente restrita aos países latino-americanos, principalmente à Argentina e ao Brasil. Como mostra o quadro a seguir, apesar de ter sido bastante afetado em ambas as situações, o Brasil foi mais atingido pela crise mexicana.

Em cada uma das crises foi possível identificar fases. A crise asiática teve duas. A primeira foi a mais crítica, se estendendo do dia 23 de outubro até meados de novembro. Ela foi caracterizada por fortes quedas nas bolsas e nos títulos da dívida externa, pressão sobre a taxa de câmbio, forte saída de capitais, perda de reservas cambiais e elevação das taxas de juros. A partir daí, iniciou-se uma segunda fase, com o mercado buscando um retorno à normalidade, ainda que as turbulências tenham sido razoavelmente constantes.

Já a crise mexicana apresentou três fases distintas. A primeira foi em dezembro, com impacto direto sobre os mercados financeiros, na forma de fortes quedas nas bolsas e títulos da dívida. O fluxo cambial passou a ficar negativo mas não havia sido registrada uma fuga maciça de capital. Na segunda fase, em março, a situação se agravou, aliando-se as pressões sobre os mercados (bolsas e bradies ampliaram suas perdas), com fuga de capitais (reservas de US$ 30 bilhões), desvalorização cambial, elevações das taxas de juros e sérios problemas no sistema financeiro. A terceira fase, de recuperação, começou apenas em maio/95, seis meses após o início da crise.

Olhando retrospectivamente, percebemos duas diferenças significativas entre a crise asiática e a mexicana: a situação do sistema financeiro e a atuação do governo. Em 95, o frágil sistema bancário brasileiro não resistiu às perdas no mercado financeiro e à onda de inadimplência que se seguiu à elevação dos juros em março. Em 98 a situação era bem diferente. A despeito de boatos envolvendo determinadas instituições, nunca se duvidou da saúde do sistema como um todo, o que constituiu um fator de diferenciação a favor do país.

O outro fator diz respeito à atuação governamental. Na crise do México o governo demorou a agir, e quando o fez, em março/95, foi de uma forma desordenada, culminando no episódio da mudança da banda cambial. Desta vez, a ação foi rápida, forte, coordenada e eficaz.O governo mostrou um grande controle sobre a situação. Para os observadores e investidores estrangeiros, este foi o principal ponto a diferenciar o Brasil de outros países emergentes.

QUADRO COMPARATIVO ENTRE A CRISE MEXICANA E A CRISE ASIÁTICA

CRISE MEXICANA (Dez/94)

CRISE ASIÁTICA (Out/97)

Perda total de reservas cambiais

US$ 9,6 bilhões

US$ 10 bilhões

Saldo mínimo das reservas cambiais

US$ 29,9 bilhões

US$ 51,2 bilhões

Tempo necessário para a recuperação das reservas

7 meses

5 meses

Queda total do ibovespa

-55,4%

-39,6%

Maior queda do ibovespa em um só dia

-9,9%

-15,0%

Elevação na taxa anual de juros

12,7%

16,5%

Tempo necessário para os juros começarem a cair

3 meses

1 mês

Tempo necessário para os juros voltarem ao patamar anterior à crise

6 meses

6 meses (*)

Pior fluxo cambial mensal

US$ -4 bilhões

US$ -1 bilhão

Saída financeira máxima em um só dia

US$ -5,5 bilhões

US$ -2,9 bilhões

Tempo necessário para o fluxo cambial mensal voltar a ficar positivo

5 meses

2 meses

Queda total do C-bond

-36,7%

-22,9%

Maior queda do C-bond em um só dia

-11,8%

-6,8%

Tempo necessário para o retorno do C-bond aos níveis anteriores ao início da crise

10 meses

7 meses
(*) Estimativa.

 

4. EM QUE ESTÁGIO ESTAMOS AGORA?

Quando se discute quais as consequências que a crise asiática trará ao mundo e ao Brasil, uma questão vem à tona: afinal, em que estágio estamos agora? O pior ja passou e estamos caminhando para a estabilização? Ou apenas tendo uma pausa momentânea em meio a um processo que ainda se agravará?

Sabemos que a crise ainda não acabou, pois os países asiáticos ainda tem um longo e doloroso caminho a percorrer na sua recuperação econômica. Porém, temos claros indícios de que o pior já passou. As bolsas e moedas voltaram a se valorizar, após terem atingido os seus níveis mais baixos. Vários programas de reestruturação econômica estão em curso, além de existir um alto grau de vigilância sobre aquelas economias. Os mais pessimistas, porém, argumentam que o pior ainda está por vir, pois ainda existem muitas incertezas. Realmente elas existem e continuarão a existir, o que não significa que necessariamente desencadearão novas crises. Além disso, são vários os interessados em evitar que a crise se aprofunde. Muitas análises desconsideram ou relativizam a capacidade de ação de países e organismos internacionais. É uma espécie de aplicação da Lei de Murphy na economia: "Se existe algum fator de risco, certamente ele desencadeará uma nova crise".

Observando retrospectivamente, podemos dividir a crise em fases, de acordo com os temores do mercado. Em vários momentos, potenciais problemas foram encarados como se não tivessem solução. Vejamos alguns exemplos: Em outubro, imaginava-se como inevitável a desvalorização do dólar de Hong Kong. Em novembro, a quebra da corretora Yamaichi desencadearia um efeito dominó no combalido sistema financeiro japonês. A seguir, era iminente o pedido de moratória da Coréia. A China também não resistiria às pressões, e desvalorizaria o Yuan. O Brasil e a Rússia não superariam os efeitos da crise, e seriam os próximos a quebrar. Temeu-se a venda dos títulos do tesouro americano por parte dos japoneses, o que desencadearia uma nova rodada de aumento nas taxas de juros, afetando ainda mais a economia dos países emergentes. Não se trata de minimizar estas situações. Como temores, são todos absolutamente justificáveis. Porém, se observarmos bem, veremos que eles tem sido neutralizados justamente por ações de governos ou organismos internacionais.

Considerando que realmente o pior já passou, podemos, a partir da análise do comportamento das bolsas e moedas da região, identificar que a crise atingiu o seu ápice entre o final de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. Se quisermos escolher uma data específica, seria o dia 12 de janeiro de 1998. Como mostram os quadros a seguir, neste dia, oito das dez principais bolsas asiáticas atingiram o seu menor nível histórico. As que não atingiram o nível mais baixo nesta data, o fizeram em momentos muito próximos: Seul em 30/12/97, e Jacarta em 09/01/98. Também com as moedas a situação não foi muito diferente. Com exceção do Iene, que atingiu o seu menor nível frente ao dólar no dia 3 de abril, todas as moedas estavam no fundo do poço no período compreendido entre o dia 23 de dezembro e 21 de janeiro. E várias atingiram seu ponto máximo de desvalorização em 12 de janeiro: Yuan chinês, Dólar de Cingapura, Ringgit da Malásia, Baht Tailandês e o Dólar de Taiwan.

BOLSAS DE VALORES


País (Bolsa)

Índice atual (22/04/98)

Menor índice atingido durante a crise

Data em que ocorreu

Alta do índice em relação ao seu menor nível

Variação do índice em relação ao início da crise (22.10.97)

Austrália (Sidnei)

2.857

2.542

12/01/98

12,4%

6,5%

Cingapura

1.476

1.073

12/01/98

37,6%

-14,8%

Coréia (Seul)

432

376

30/12/98

14,9%

-28,1%

Filipinas (Manila)

2.154

1.533

12/01/98

40,5%

11,6%

Hong Kong

10.977

8.121

12/01/98

35,2%

-5,7%

Indonésia (Jacarta)

501

347

09/01/98

44,4%

-0,8%

Japão (Tóquio)

15.762

14.664

12/01/98

7,5%

-10,9%

Malásia (Kuala Lumpur)

620

492

12/01/98

26,0%

-15,2%

Tailândia (Bangcoc)

437

339

12/01/98

28,9%

-14,5%

Taiwan (Taipé)

8.637

7.375

12/01/98

17,1%

12,3%

MOEDAS

País (Moeda)

Cotação atual do Dólar (22/04/98)

Cotação máxima do dólar desde o início da crise

Data em que ocorreu

Alta da moeda local em relação à cotação máxima do Dólar.

Variação da moeda local em relação à cotação do dólar no início da crise

Austrália (Dólar)

1,5359

1,5748

08/01/98

2,5%

-7,7%

China (Yuan)

8,2790

8,2800

12/01/98

0,0%

-0,1%

Cingapura (Dólar)

1,5840

1,7915

12/01/98

13,1%

0,1%

Coréia (Won)

1.374,00

1.852,50

23/12/97

34,8%

-33,5%

Filipinas (Peso)

38,25

45,05

07/01/98

17,8%

-9,8%

Hong Kong (Dólar)

7,7495

7,7500

02/01/98

0,0%

0,0%

Índia (Rúpia)

39,715

40,6500

15/01/98

2,4%

-8,8%

Indonésia (Rúpia)

7.900,00

12.750,00

23/01/98

61,4%

-54,4%

Japão (Iene)

130,65

135,20

03/04/98

3,5%

-7,6%

Malásia (Ringgit)

3,742

4,669

12/01/98

24,8%

-9,2%

Tailândia (Baht)

39,15

55,50

12/01/98

41,8%

-0,8%

Taiwan (Dólar)

33,00

34,48

12/01/98

4,5%

-9,1%

5. AVALIANDO O IMPACTO DAS DESVALORIZAÇÕES DAS MOEDAS ASIÁTICAS NA ECONOMIA BRASILEIRA

Na tentativa de conter a fuga de capitais e preservar o Real, o governo elevou brutalmente as taxas de juros em novembro. Como resultado disso, a atividade econômica desacelerou, gerando um aumento significativo da inadimplência e do desemprego. Com a redução das taxas de juros (mais rápida do que se previa no início da crise), a tendência é de que aos poucos, o nível de atividade se recupere. Porém, um dos possíveis efeitos da crise asiática ainda não está muito claro: Qual o real impacto das desvalorizações das moedas asiáticas sobre as contas externas brasileiras, notadamente sobre a balança comercial?

A balança comercial vem apresentando uma substancial melhora em 98. No primeiro trimestre, o déficit foi de US$ 1,5 bilhão, bastante inferior ao do mesmo período de 97, que foi de US$ 2,5 bilhões. Houve uma melhora significativa, derivada de um aumento das exportações de 12% contra uma elevação de apenas 3% nas importações. Esse seria um dado bastante positivo, não fosse o fato desta melhora ter se dado em um ambiente de retração no nível de atividade econômica, o que dificulta em muito a análise.

Desde o começo da crise, foram muitos os que se apressaram em concluir que as desvalorizações das moedas asiáticas pressionariam o governo a desvalorizar o Real, como forma de manter o nível de competitividade dos produtos brasileiros. De fato, as desvalorizações de algumas moedas foram realmente brutais. Olhando-as isoladamente, o raciocínio faz todo sentido. Afinal, sabemos que uma das saídas para as economias asiáticas se recuperarem é através do aumento das exportações. Para isso, nada melhor do que ter os produtos barateados por uma taxa de câmbio competitiva. Na prática, porém, a coisa não é tão simples, pois a crise também é responsável por impactos que, com certeza, reduzirão os ganhos obtidos com as desvalorizações:

1. Em primeiro lugar, é necessário dimensionar o tamanho da relação comercial entre o Brasil e os países asiáticos. Dados do Ministério da Indústria e Comércio referentes ao ano de 97 revelam que 15,3% do intercâmbio comercial brasileiro é feito com a Ásia (número que caiu para 11,5% no primeiro bimestre de 98). Neste mesmo período, a Europa Ocidental respondeu por 28,7% do movimento total do comércio exterior brasileiro. Outros 24,6% foram com a América Latina, e 22,6% com EUA e Canadá.

2. A Ásia detem 26,8% do comércio internacional. Apesar disso, boa parte deste intercâmbio é representado por países cujas moedas pouco ou nada se desvalorizaram. Por exemplo: China, Hong Kong e Cingapura, que mantiveram suas moedas estáveis, detem 9% do comércio global. Japão, Taiwan, Malásia, Índia e Filipinas, que desvalorizaram em até 10%, detem 12,5%. Indonésia, Coréia e Tailândia, cujas moedas sofreram as maiores perdas, respondem por apenas 4,5% do comércio mundial.

3. Assim como aconteceu com o México em 94/95, parte dos ganhos obtidos com as desvalorizações foram consumidos por um aumento da inflação. Ainda não se pode prever a que nível chegarão os índices de inflação dos países que desvalorizaram suas moedas. Porém, já está claro que a Indonésia e a Coréia, os dois países que mais desvalorizaram, são os que apresentam a maior aceleração nos índices de preços.

4. Boa parte do desenvolvimento experimentado pela Ásia nos últimos anos se deve ao maciço volume de investimentos diretos feitos por grandes multinacionais que aportaram na região atraídas, entre outras coisas, por uma mão-de-obra barata e qualificada (devido aos grandes investimentos em educação). Desta maneira, a operação destas empresas consiste, em grande parte, na elaboração de produtos manufaturados. Motorola, HP e Nike são alguns exemplos. Importam matéria-prima, produzem e exportam o produto final. Isto significa que o benefício destas empresas com a desvalorização é apenas parcial, pois o ganho obtido pelo melhor preço para a exportação é, em parte, neutralizado pelo aumento no custo das matérias-primas importadas.

5. A enorme oferta de capitais externos para o financiamento de projetos de investimento nos últimos anos gerou um grande aumento no endividamento em dólar das empresas asiáticas. Imaginemos, então, a situação das empresas que captaram recursos externos em dólar (cuja oferta era abundante), e depois viram seu endividamento subir violentamente devido às desvalorizações cambiais. Além de estarem financeiramente enfraquecidas, estas empresas estão vendo os seus custos se elevarem, devido ao aumento no serviço de suas dívidas, o que certamente se refletirá no preço final de seus produtos.

6. Algumas economias asiáticas basearam seu modelo econômico em um incentivo governamental, traduzido, principalmente na forma de créditos bancários subsidiados, incentivos fiscais, isenções de impostos e outros subsídios. Um bom exemplo é o dos "chaebols", os grandes conglomerados coreanos. Esta estrutura também era bastante visível em outros países, principalmente na Tailândia e na Indonésia. A reestruturação das economias destes países (que agora seguirão o receituário do FMI), contempla uma forte redução destes incentivos, o que contribuirá para a diminuição do nível de competitividade de boa parte das empresas que até aqui viviam dos subsídios governamentais, e que, de agora em diante, terão que enfrentar a concorrência apenas com suas próprias forças.

Tentando mensurar os possíveis impactos, criamos duas cestas de moedas: a cesta OMC, e a cesta Intercâmbio comercial brasileiro. A cesta OMC pondera o peso dos 40 países mais importantes no comércio internacional. De acordo com ela, a desvalorização média praticada por estes países, que representam 92,7% do comércio mundial, foi de 5,5% desde o início da crise. Já a cesta Intercâmbio Comercial Brasileiro pondera o peso de 37 países que representam 85,5% do total do comércio exterior brasileiro. Esta cesta indica que estes países desvalorizaram suas moedas em 3,5% no mesmo período. Abaixo, portanto, da desvalorização do Real, que foi de 3,8%.

A cesta OMC é definida a partir da ponderação de cada país no comércio internacional, segundo a Organização mundial de comércio (OMC). A cesta

intercâmbio comercial brasileiro pondera a participação de cada país no comércio exterior do Brasil, de acordo com o Ministério da indústria e comércio.

Desvalorizações cambiais das moedas dos principais países no comércio exterior global e brasileiro

 

Principais países no comércio global Principais países no comércio com o Brasil

País (moeda)

Variação do dólar sobre a moeda local desde o início da crise (22.10.97)

Participação no total do comércio mundial (OMC)

País (moeda)

Variação do dólar sobre a moeda local desde o início da crise (22.10.97)

Participação do país no total do comércio com o Brasil

EUA (Dólar)

-

14,9%

EUA (Dólar)

-

21,0%

Alemanha (Marco)

0,6%

9,0%

Argentina (Peso)

0,0%

12,6%

Japão (Iene)

8,1%

7,1%

Alemanha (Marco)

0,6%

6,7%

Inglaterra (Libra)

-2,3%

5,5%

Japão (Iene)

8,1%

5,9%

França (Franco)

0,6%

5,2%

Itália (Lira)

1,8%

4,7%

Itália (Lira)

1,8%

4,2%

França (Franco)

0,6%

4,2%

Canadá (Dólar)

3,0%

3,9%

Inglaterra (Libra)

-2,3%

3,5%

Brasil (Real)

3,8%

1,1%

Brasil (Real)

3,8%

-

Participação no comércio exterior global e brasileiro, dos países que mais desvalorizaram suas moedas desde o início da crise

País (moeda)

Variação do dólar frente à moeda local desde o início da crise (22.10.97)

Participação do país no total do comércio mundial (OMC)

Participação do país no intercâmbio comercial brasileiro (BC)

Indonésia (Rúpia)

119,4%

0,9%

0,4%

Coréia (Won)

50,3%

2,6%

1,9%

Grécia (Dracma)

13,6%

0,4%

0,3%

Nova Zelândia (Dólar)

11,9%

0,4%

0,1%

Filipinas (Peso)

10,9%

0,6%

0,2%

Malásia (Ringgit)

10,2%

1,5%

0,3%

Chile (Peso)

10,1%

0,4%

1,9%

Taiwan (Dólar)

10,0%

2,2%

1,2%

Brasil (Real)

3,8%

1,1%

-

6. OPINIÕES E PREVISÕES

OPINIÃO / PREVISÃO

AUTOR

FONTE

Então, qual será o próximo? Esta é a pergunta que muitos investidores em mercados emergentes estão se fazendo, quando observam o efeito de montanha russa que está afetando as moedas e mercados ao redor da Ásia, de Bangcoc a Manila. Alguns temem que a próxima fatalidade ocorra do outro lado do mundo, na América Latina. No topo da lista de candidatos: O Brasil.

Wall Street Journal.

Wall Street Journal, em 15/09/97

Não seguimos a teoria de contaminação das moedas asiáticas em relação ao Brasil e consideramos o mercado atraente.

Robert Jay Pelosky, estrategista para a América Latina do Morgan Stanley.

Wall Street Journal, em 15/09/97

O Brasil está em uma situação propícia neste momento. Não há indicação de que precise mudar o seu sistema cambial. O Brasil deliberadamente não formalizou o seu sistema cambial, não tem regras escritas e nem estabeleceu uma banda formal. E tem conseguido gerenciar o déficit em conta-corrente, apesar do seu crescimento.

Stanley Fischer, diretor-gerente adjunto do FMI.

Gazeta Mercantil, em 29/10/97

A Bolsa de Nova York tem espaço para cair até 5.400 pontos, nos próximos 10 meses, para compensar os ganhos acumulados de dezembro de 1994 até hoje. O que houve nesses dias foi apenas o início da correção.

Fausto de Arruda Botelho, analista da Enfoque Sistemas.

Gazeta Mercantil, em 29/10/97

A Coréia do Sul não precisa de um pacote de ajuda financeira como aquele fornecido à Tailândia e à Indonésia. Não acredito que a situação coreana seja tão alarmante como foi a da Indonésia há umas duas semanas.

Michel Candessus, diretor-gerente do FMI, duas semanas antes do pedido de ajuda oficial do governo coreano.

Gazeta Mercantil, 07/11/97

As medidas fiscais adotadas pelo governo para defender o Real são inúteis, dão uma falsa sensação de segurança.

Klaus Friedrich, estrategista (baseado em Frankfurt) do Dresdner Bank.

Folha de São Paulo, 17/11/97

Japão e Coréia são os dois países asiáticos em piores condições para enfrentar a crise financeira no Sudeste asiático. É difícil não prever que a Coréia está caminhando para um Crash total.

Rudiger Dornbusch, economista do MIT.

Folha de São Paulo, 18/11/97

A atual crise asiática é apenas uma turbulência passageira: a Ásia voltará a ser no futuro próximo o centro da economia mundial, como o foi antes da Revolução Industrial. Já para a Europa, haverá uma nova Idade das Trevas: o Euro ameaça a estabilidade política global, o Banco Central Europeu não vai resolver o gigantesco problema do desemprego, a integração política será impossível porque vão aumentar as pressões internas, e o protecionismo será o lema da "Fortaleza Europa".

Grupo de economistas da Universidade de Harvard, analisando as consequências da crise asiática.

Gazeta Mercantil, 18/11/97

1998 será muito difícil para a Ásia e também para a América Latina, será um ano de menor crescimento, de dolorosa reestruturação financeira e de dificuldades com as reformas que ameaçam os interesses dos parlamentares.

Charles Dallara, diretor-gerente do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).

Gazeta Mercantil, 19/11/97

O Brasil terá que desvalorizar o Real em cerca de 20%.

Ana Wiechers Marshall, gerente senior de portfólio do Dresdner RCM Global Investors.

Gazeta Mercantil, 20/11/97

A crise é, antes de mais nada, reflexo da nossa situação interna, que viria com ou sem a crise da Ásia.

Paulo Rabello de Castro, economista.

Folha de São Paulo, 26/11/97

Achamos que aumentou de zero para 25% as chances de o governo brasileiro fazer uma desvalorização de até 25% do Real, nos próximos meses. A desvalorização da moeda não é uma boa saída, mas poderá tornar-se a única. E isso pode deixar de ser uma questão de se querer ou não querer fazer. Há três saídas: reformas profundas rapidamente, a desvalorização, ou uma recessão fortíssima.

Walter Brasil Mundell, executivo da Lloyds Asset Management.

Gazeta Mercantil, 26/11/97

É inevitável que o Brasil sofra com a crise na Ásia. A questão é quanto vai sofrer, muito ou pouco. É preciso saber se o Brasil vai pegar um resfriado ou uma pneumonia. A diferença entre as duas coisas vai depender de seu estado físico. O Brasil está caminhando na direção correta. Mas os investidores estão correndo para as suas trincheiras. Até o final do primeiro trimestre de 1998 é que ficará claro quais países estão fazendo a lição de casa. Aí os investidores voltarão para os lugares nos quais sentirem firmeza.

Dennis Martin, diretor mundial para mercados emergentes (baseado em Nova Yrok) do Citibank.

Exame, 03/12/97

O panorama econômico mundial mudou dramaticamente a partir deste verão. Uma onda deflacionária ameaça os Estados Unidos e a Europa. Na Ásia e América Latina,as taxas de crescimento despencaram, alastram-se as desvalorizações competitivas, os preços estão caindo e as perspectivas da economia para 1998, outrora otimistas, tornaram-se sombrias. O que começou na Tailândia como uma crise econômica restrita acabou por atingir a Ásia e a América Latina. A Europa Oriental, parece, será a próxima vítima.

Business Week.

Gazeta Mercantil, 08/12/97

Enquanto a crise financeira mundial se acalma, existem indícios crescentes de que o Brasil surgirá como um candidato ainda mais forte para os investimentos estrangeiros. México e Argentina passaram aparentemente muito bem pela crise e também podem esperar interesses renovados dos investidores estrangeiros. Entretanto, eles vêem seu poder de atração reduzido em face do imenso mercado e das perspectivas de crescimento do Brasil.

Daniel Miller, presidente da Câmara Americana de comércio de São Paulo.

Gazeta Mercantil, 08/12/97

As Nações do Sudeste asiático não devem enfrentar ajuste tão doloroso quanto aquele experimentado pelo México três anos atrás. Ajustes econômicos são inevitáveis na Tailândia, Malásia, Filipinas e Indonésia entre 1998 e 1999. O déficit em conta-corrente e a dívida externa nos países da Ásia são, de forma geral, inferiores aos do México, enquanto o nível de poupança permanece elevado.

Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

Agência Estado / Broadcast, 15/12/97

Aquele que conseguir vender bônus (da América Latina) por prazo de cinco anos será um herói.

Arturo Porzecanski, economista-chefe para as Américas do ING Barings.

Gazeta Mercantil, 15/01/98

As atenções da maioria dos mercados financeiros concentram-se agora no Brasil, onde os investidores perceberam algumas semelhanças com a Ásia, particularmente o câmbio supervalorizado. Além disso, um enorme déficit do orçamento e um crescente déficit da cota-corrente sugerem que a economia brasileira está desequilibrada.

Financial Times.

Gazeta Mercantil, 19/01/98

Sim, a crise acabou, salvo que o governo do Japão cometa novos erros.

Rudiger Dornbusch, economista do MIT.

Folha de São Paulo, 30/01/98

Não, a crise não acabou. Haverá um período imediato de euforia nos mercados, em especial da Europa e dos Estados Unidos, mas seria uma calamidade acreditar no fim da crise.

Keneth Courtis, economista e estrategista-chefe para a Ásia (baseado em Tóquio), do Deutsche Bank.

Folha de São Paulo, 30/01/98

A crise bateu no fundo do poço, mas haverá uma ou duas desagradáveis surpresas nos próximos meses.

Manu Bhaskaran, diretor da corretora Socgen-Crosby, de Cingapura.

Folha de São Paulo, 30/01/98

Dentro de mais ou menos seis meses, quando sentir os efeitos de uma segunda onda da crise asiática, o Brasil não poderá fazer quase nada para evitar a desvalorização de sua moeda. A principal característica dessa segunda onda será a necessidade imposta aos países em crise de "exportar ou morrer".

Keneth Courtis, economista e estrategista-chefe para a Ásia (sediado em Tóquio), do Deutsche Bank.

Folha de São Paulo, 30/01/98

Quando você tem uma moeda sobrevalorizada em 15%, é por aí que te pegam. O mundo poderá socorrer a Rússia, mas não o Brasil e sua estúpida mania de postergar soluções e, frequentemente, negar problemas que são bem conhecidos.

Rudiger Dornbusch, economista do MIT.

Folha de São Paulo, 30/01/98

O efeito do contágio da crise asiática não deverá afetar o Brasil, cujo governo tomou medidas corajosas e corretas. Existe uma paranóia internacional no prognóstico dos efeitos da crise sobre as balanças comerciais, como resultado das desvalorizações das moedas asiáticas. O impacto dos produtos que vem do sudeste asiático não é, e nem será tão grande depois da crise.

Peter Sutherland, presidente da British Petroleum.

Agência Estado / Broadcast, 30/01/98

Brasil e Rússia serão os próximos mercados emergentes a serem atingidos pela crise asiática.

Rudiger Dornbusch, economista do MIT.

O Globo, 30/01/98

O Brasil vai entrar agora na mais difícil, competitiva e dura atmosfera de negócios que o país jamais viu.

Keneth Courtis, economista e estrategista chefe para a Ásia (baseado em Tóquio), do Deutsche Bank.

O Globo, 30/01/98

As desvalorizações das moedas dos países asiáticos e a consequente ampliação da competitividade desses países, aliadas ao crescimento menor da economia em todo o mundo, provocarão uma piora considerável para a balança comercial brasileira este ano.

Bernard Appy, diretor da LCA consultores

Gazeta Mercantil, 11/02/98

O COPOM deverá adotar uma postura conservadora em sua próxima reunião, no início de março, baixando a TBC em não mais do que 2,5 pontos percentuais.

Dany Rappaport, economista chefe do Santander Investments, vinte dias antes de o governo reduzir a TBC em 6,5 pontos percentuais.

Gazeta Mercantil, 12/02/98

O governo federal chegou ao limite do que é possível reduzir do ponto de vista da estabilidade das reservas internacionais quando baixou a TBC de 43% para 28%. Não há espaço para maior redução.

Afonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central.

Gazeta Mercantil (Paraná / S. Catarina), 06/03/98

Não deve haver dúvida que o Japão está cambaleando na beira de um colapso das instituições financeiras, da confiança e das atividades econômicas, ao estilo dos EUA nos anos 30. O Japão está cortejando a falência.

Rudiger Dornbusch, economista do MIT.

Folha de São Paulo, 07/04/98

Não parece que há nuvens negras no nosso horizonte por causa de fatores externos.

Edmar Bacha, economista e sócio do Banco BBA.

Folha de São Paulo, 12/04/98

Os riscos de uma crise internacional são reduzidos porque há uma enorme liquidez no mundo, uma piscina de dinheiro procurando locais para investir.

José Carlos Carvalho, economista do Banco Pactual.

Folha de São Paulo, 12/04/98

A vulnerabilidade da América Latina a turbulências econômicas é muito maior do que sugere o FMI, e é muito provável que países da região sofram sérias crises em seus balanços de pagamento, num prazo de dois a dez anos.

Conclusão de mesa redonda sobre a crise asiática, com a participação de economistas e diretores do FMI e Banco Mundial.

Folha de São Paulo, 16/04/98

7. PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA EM 98.

FONTE

Crescimento do PIB

Inflação (Preços ao consumidor)

Juros nominais (% A A )

Desvaloriz. cambial

Balança comercial (US$ bi)

Transações correntes (% do PIB)

Reservas cambiais (US$ bi)

Déficit operacional (% do PIB)

BAHIA

1,9%

3,4%

-

-

-6,0

-4,0%

-

4,5%

BBA

1,5%

3,0%

25,0%

7,5%

-5,0

-3,5%

56,0

2,5%

BICBANCO

2,0%

4,5%

28,0%

10,0%

-4,0

-3,9%

62,0

3,3%

CCF

1,4%

3,5%

28,0%

7,5%

-7,2

-3,9%

56,0

3,5%

CITIBANK

0,9%

3,4%

26,1%

7,4%

-6,3

-3,9%

63,4

3,0%

GARANTIA

-0,2%

3,2%

-

-

-5,0

-3,6%

-

2,6%

ING BANK

1,2%

3,5%

30,0%

7,4%

-5,5

-4,1%

47,0

2,9%

ITAÚ / BFB

-

-

-

-

-1,0

-3,3%

-

-

LLOYDS BANK

1,3%

3,8%

26,0%

7,0%

-6,5

-4,0%

53,0

2,5%

MACROMÉTRICA

-0,8%

2,4%

-

7,0%

1,4

-3,3%

-

-

MARKA

1,5%

4,0%

-

-

-5,7

-4,0%

-

2,3%

MB ASSOCIADOS

0,9%

4,0%

23,0%

8,0%

-4,5

-4,0%

54,0

2,5%

MCM

1,3%

3,6%

-

-

-5,1

-4,1%

-

3,3%

PLACAS DO PARANÁ

1,5%

3,5%

25,0%

7,4%

-3,4

-3,6%

60,0

3,0%

PLANNER CORRET.

2,5%

4,5%

25,0%

9,0%

1,0

-

60,0

3,0%

PONTUAL

1,9%

3,6%

26,0%

7,9%

-6,1

-4,1%

70,0

3,0%

ROSENBERG ASSOC.

1,0%

2,0%

-

7,4%

-4,0

-3,3%

55,0

3,0%

TENDÊNCIAS

1,4%

3,6%

25,4%

7,8%

-7,2

-

55,0

3,3%

UNIBANCO

0,8%

4,5%

26,4%

7,2%

-5,6

-4,3%

54,1

2,9%

VOTORANTIM

1,0%

3,7%

30,0%

7,5%

-3,5

-3,7%

60,0

-

MÉDIA

1,2%

3,5%

26,3%

7,6%

-4,5

-3,8%

57,2

3,0%
OBS.: Todas as previsões foram feitas entre o final de 97 e o início de 98. Não contemplam eventuais revisões.


PLACAS DO PARANÁ S.A.
Rua Roberto Hauer, 160
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FIM.

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