Brazilian Stock Market Report
Relatório do Mercado Acionário Brasileiro
No. 35 - 23/05/1998
Paulo Romero Zanconato Pinto
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BÔNUS BB
Uma das maiores febres do mercado nestes últimos meses tem sido os Bônus do Banco do Brasil. Desde que os indicamos pela primeira vez, no Relatório número 4 ( de 6/4/97 ), estes bônus já percorreram por duas vezes o intervalo entre R$1,50 e R$5,00. Agora com grande liquidez estes papéis oferecem novamente grande oportunidade de lucro.
Vamos inicialmente informar alguns dados sobre este Bônus do Banco do Brasil:
Série A = BBAS11: 20% do total das ações possuídas com exercício entre 31/03/2001 a 30/06/2001;
Série B = BBAS12: 30% do total das ações possuídas com exercício entre 31/03/2006 a 30/06/2006;
Série C = BBAS13: 50% do total das ações possuídas com exercício entre 31/03/2011 a 30/06/2011;
Vejamos o comportamento das cotações destes bônus nos últimos 12 meses:
Observa-se a alternância da valorização entre as três séries, bem como os efeitos das crises e recuperações que sofreram ao longo desde período.
A partir da aplicação de modelos de precificação de derivativos precisaríamos definir algumas variáveis para os cálculos dos preços justos destes papéis:
Como não é possível projetar precisamente todas estas variáveis, devemos ser conservadores em nossas avaliações.
Partindo da hipótese de que os preços médios atuais estivessem corretos chegaríamos aos seguinte parâmetros:
Preço da ação = [Fechamento BB ON] * 0,56067 + [Fechamento da PN] * 0,43933 = R$ 12,00
Dividendo anual estimado pelo mercado = R$1,10
Exercício em 02/04 do respectivo ano de vencimento
Juros real ao ano = 12%
O que levaria ās seguintes volatilidade implícitas anuais:
Série A (BBAS11) = R$ 3,50 => Volatilidade implícita anual = 26%
Série B (BBAS12) = R$ 3,25 => Volatilidade implícita anual = 35%
Série C (BBAS13) = R$ 3,60 => Volatilidade implícita anual > 117%
Fica claro, pelas volatilidades implícitas, que existe uma distorção de preços.
Em uma primeira estimativa dos preços justo para esta segunda-feira (25/05/98) adotamos os mesmos dados anteriores e uma volatilidade anual = 30% (volatilidade anual mínima para o B. Brasil).
Obtivemos aos seguintes preços justos:
Série A (BBAS11) = R$ 3,60
Série B (BBAS12) = R$ 3,05
Série C (BBAS13) = R$ 2,27
Chegamos a outra distorção, tendo em vista que o fechamento da Série C (BBAS13), ter sido mais alta que as demais séries. Isto provavelmente ocorre pela liquidez e prazo maiores desta série, o que acaba tornando sua volatilidade mais alta.
Utilizando agora:
Ação = R$ 12,00
Dividendo anual = R$ 0,90
Juros real ao ano = 16% (Diferença entre o juros nominal e o IGP-DI )
Para o exercício em 02/04, do respectivo ano de vencimento, temos:
Volatilidade anual = 50% (volatilidade anual média para o B. Brasil).
Série A (BBAS11) = R$ 4,76
Série B (BBAS12) = R$ 4,50
Série C (BBAS13) = R$ 3,57
Pelo modelo de precificação adotado, a conseqüência do aumento do dividendo anual provoca necessariamente um afastamento entre os preços, reduzindo os valores justos para os bônus com vencimentos mais longos. Os juros reais também afetam diretamente os valores justos.
Uma conclusão entretanto fica clara: A Série B (BBAS12) está subvalorizada em relação às outras duas.
NOTÍCIAS
CISÃO DA TELEBRAS
BRASÍLIA, 22 de maio - As 12 holdings em que foi cindida a Telebrás têm patrimônio somado de R$ 31,987 bilhões, conforme a proposta de cisão que foi apresentada hoje e aprovada pelos acionistas na assembléia geral extraordinária (AGE) da companhia. As parcelas são estimadas e ainda precisam de avaliação final da consultoria KPMG Peat Marwick. A seguir o valor previsto para cada holding.
- Telenorte-Leste, R$ 9,557 bilhões;
- Telecentro-Sul, R$ 4,98 bilhões;
- Telesp fixa, R$ 8,322 bilhões;
- Embratel, R$ 5,452 bilhões;
- Telesp Celular, R$ 910,5 milhões;
- Telesudeste Celular, R$ 786 milhões;
- Telemig Celular, R$ 396,8 milhões;
- Telesul Celular, R$ 442 milhões;
- Telecentro Celular, R$ 491,8 milhões;
- Telenorte Celular, R$ 146 milhões;
- Teleleste Celular, R$ 222,8 milhões;
- Telenordeste Celular, R$ 277,7 milhões
(RL, InvestNews da Gazeta Mercantil)
RECOMENDAÇÕES
FIM.