No. 43 - 30/08/1998

Paulo Romero Zanconato Pinto

Podemos observar, nos gráfico a seguir, os níveis de alguns índices globais representativos do comportamento de longo prazo mercado acionário mundial:

A queda de juros nos EUAs, sugerida como uma das saídas para a crise mundial, pode estar bem próxima de um de seus limites e os spreads entre os títulos de curto e longo prazo estão se fechando.

É ainda um exagero tentar igualar a atual crise mundial com a crise de 1929, como podemos observar nos gráficos acima. As maiores economias ainda não foram realmente abaladas e o efeito mais drásticos foram apenas sentidos nas economias ditas emergentes. A Europa e a América do Norte ainda não apresentaram movimentos significativos de baixa que se justifique imaginar no pior.

Não se pode desprezar os efeitos políticos decorrentes da atual crise econômica na Rússia e é justamente por este motivo que uma saída deve ser encontrada no momento certo. Nem tão rápido que possa incentivar atitudes semelhantes de outros países endividados e nem tão lenta que venha a desestabilizar o atual regime na Rússia com a volta do comunismo ao poder.

No caso do Brasil, a fuga de capitais especulativos pode ser um bom indicador e representar um fortalecimento dos investidores internos, que conhecem melhor os problemas e as soluções de nossos problemas.

A crise pode afetar alguns setores como o siderúrgico e de mineração mas, certamente, não deverá afetar as demandas internas por telecomunicações, energia e serviços, que deverão continuar entre os mais rentáveis do mercado.

Recomendamos calma aos investidores. Aproveitem os movimentos de recuperação do mercado para renovar suas carteiras, procurando ficar posicionados nos papeis mais líquidos que se encontrem mais baratos. Papéis que merecem ser acompanhados de perto: Petrobrás e Eletrobrás.

Estamos aguardando os próximos movimentos do mercado para indicações seguras de compra.

No momento prevalece a tendência de baixa com possibilidades de repiques esporádicos nos preços.