Brazilian Stock Market Report
Relatório do Mercado Acionário Brasileiro
No. 50 - 13/06/1999
Paulo Romero Zanconato Pinto
SEÇÕES DESTA EDIÇÃO
Notícias
Tesouro: leilão de títulos prefixados
O Tesouro Nacional, com o objetivo de retomar a emissão de títulos prefixados de prazos mais longos em bases consistentes, e tendo em vista a necessidade de propiciar maior liquidez ao mercado secundário de títulos públicos e o fortalecimento da posição desses títulos dentro da formação da estrutura a termo de taxa de juros da economia, iniciara, a partir de seu leilão de terça-feira, dia 15 de junho, estratégia de reoferta de títulos prefixados (LTN) de seis meses.
(BOLETIM ELETRONICO DO MINISTERIO DA FAZENDA - 11/06/99)
Bombardier-Embraer: decisão neste mês
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Celso Lafer, acredita que até o final de junho já esteja solucionada a disputa entre Embraer, do Brasil, e a Bombardier, do Canadá, na Organização Mundial de Comércio (OMC). Para ele, "a reação da Bombardier é uma luta por um mercado que ela está perdendo". "Um bem de longo prazo, como o avião, é exportado com créditos de longo prazo no Brasil, pela Bombardier e por companhias do mundo inteiro", argumenta.
Para ele, o que está por trás da discussão é a capacidade de uma empresa brasileira avançar no mercado internacional. "A vitória da Embraer, agora, obtendo esse contrato da Crossair, significa a presença de uma companhia brasileira no mercado europeu", afirmou. "É com esse espírito que iremos a todas as negociações internacionais pela frente."
(Agência Estado - Eliane Azevedo e Monica Ciarelli)
Bancos vão compensar CPMF das aplicações
A maioria dos bancos já decidiu compensar os investidores pelo desconto de 0,38% que a partir de quinta-feira vai incidir sobre todas as movimentações financeiras por causa da volta da CPMF, o imposto sobre o cheque. Na disputa pelos clientes, o Bradesco, por exemplo, decidiu devolver a CPMF das aplicações em fundos de renda fixa de 90 dias.
(O Globo 13/03/99)
Leilão a vista
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, calcula que as empresa que arrematarem os 27 campos de petróleo que vão a leilão nesta terça e quarta-feira vão ter que investir US$ 1,2 bilhão no País em projetos de exploração.
É a primeira licitação para empresas privadas explorarem petróleo no Brasil, atividade que por mais de 45 anos foi realizada pela Petrobras.
(O Globo 13/03/99)
Malan prevê crescimento mas insiste em reformas
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que o Brasil deverá retomar o desenvolvimento econômico ainda este ano e estimou taxas superiores a 4% para 2000 e 2001. Segundo o ministro, a polêmica entre desenvolvimentistas e monetaristas está superada.
Mas um cenário otimista e gerador de empregos depende da capacidade do País para resolver os problemas fiscais e previdenciários. Cobrou a aprovação, ainda este ano, da Lei de responsabilidade fiscal, e da Reforma Tributária até o primeiro semestre do próximo ano.
Em entrevista exclusiva ao Jornal do Brasil, Malan mostrou-se otimista em relação ao crescimento das exportações e à atração de investimentos estrangeiros diretos, explicando que o País já é o quarto do mundo, ao lado da França.
Sobre a instituição da moeda única no Mercosul, a exemplo do euro na União Européia, Malan disse que um cronograma será elaborado.
(JB 13/03/99)
Governo busca estender prazo p/ controle do setor elétrico
O governo não tem mais o controle direto sobre as operações do sistema elétrico do País, como queria o ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho. Formalmente, desde o dia 27 de maio as funções de planejamento e programação da operação elétrica, passaram a ser de total responsabilidade do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entidade privada formada pelas empresas de geração, transmissão e distribuição de energia. Em março, o ministro havia decidido manter o controle estatal até maio do próximo ano. O governo já preparou um projeto de lei para resolver este e outros assuntos fundamentais para a reestruturação do setor elétrico, com o objetivo de torná-lo plenamente competitivo. Vários pontos fundamentais para a privatização e desenvolvimento do setor foram prejudicados pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a Medida Provisória 1819, que trata da regulamentação do setor elétrico.
(AE - Gustavo Paul - 11/06/99)
BM&F ESCOLHE BOLSA DE CHICAGO P/ FUNDIR MERCADO ELETRÔNICO
O presidente da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Manoel Félix de Cintra Neto, disse à Agência Estado que optou por fazer uma fusão do mercado eletrônico com um bloco internacional formado pela Chicago Mercantile, Bolsa de Paris e Bolsa de Cingapura. A BM&F estava sendo sondada também por um grupo formado pela Chicago Board of Trade (CBOT). Cintra explicou que houve eleição na CBOT, e o novo presidente abortou a idéia de fusão com a BM&F, optando por uma integração com a Bolsa da Alemanha. O presidente disse que ainda está discutindo com o grupo da Chicago Mercantile como ficaria a parte operacional da fusão. Ele acredita que os custos para instalação do sistema seriam de cerca de R$ 16 milhões, mas o grande entrave não é a informatização, mas a legislação brasileira, que tem restrições à atuação de estrangeiros em mercados futuros. Cintra Neto disse que, caso não consiga uma permissão do Banco Central para que os estrangeiros atuem na BM&F, apenas os investidores brasileiros poderão negociar através da fusão nos mercados internacionais.
(AE - Ana Paula Nogueira 11/06/99)
Taxas de juros reais nos principais países do mundo
17/05/99 |
||||||||||
Taxa de juros dos últimos 12 meses descontada a inflação dos últimos 12 meses |
Taxa de juros atual descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses (1) |
Taxa de juros acumulada em 99 descontada a inflação acumulada em 99 (jan/99-abr/99) |
||||||||
1 |
Brasil |
29.5% |
1 |
Brasil |
21.0% |
1 |
Indonésia |
30.8% |
||
2 |
Colômbia |
20.5% |
2 |
Indonésia |
20.3% |
2 |
Turquia |
26.6% |
||
3 |
Argentina |
15.1% |
3 |
Israel |
13.2% |
3 |
Brasil |
23.7% |
||
4 |
Venezuela |
14.7% |
4 |
África do Sul |
11.9% |
4 |
África do Sul |
14.7% |
||
5 |
Turquia |
12.7% |
5 |
Grécia |
11.4% |
5 |
Israel |
14.5% |
||
6 |
Hong Kong |
12.6% |
6 |
Hong Kong |
11.4% |
6 |
Venezuela |
14.1% |
||
7 |
Polônia |
12.4% |
7 |
Argentina |
9.8% |
7 |
Argentina |
13.6% |
||
8 |
Tailândia |
12.4% |
8 |
Turquia |
9.6% |
8 |
Grécia |
12.7% |
||
9 |
Grécia |
12.0% |
9 |
Chile |
7.7% |
9 |
Hong Kong |
12.0% |
||
10 |
Coréia do Sul |
10.6% |
10 |
Inglaterra |
5.9% |
10 |
Colômbia |
11.1% |
||
11 |
Chile |
10.0% |
11 |
China |
5.9% |
11 |
México |
8.8% |
||
12 |
Rep. Tcheca |
9.9% |
12 |
Tailândia |
4.8% |
12 |
Chile |
7.1% |
||
13 |
África do Sul |
9.7% |
13 |
Rep. Tcheca |
4.4% |
13 |
China |
6.7% |
||
14 |
México |
7.9% |
14 |
EUA |
3.4% |
14 |
Tailândia |
5.8% |
||
15 |
Hungria |
7.2% |
15 |
Portugal |
3.4% |
15 |
Inglaterra |
5.8% |
||
16 |
Indonésia |
6.9% |
16 |
Filipinas |
2.8% |
16 |
Rep. Tcheca |
5.5% |
||
17 |
Inglaterra |
6.2% |
17 |
Polônia |
2.6% |
17 |
Filipinas |
4.7% |
||
18 |
China |
5.3% |
18 |
Cingapura |
2.3% |
18 |
Portugal |
4.7% |
||
19 |
Cingapura |
5.2% |
19 |
Coréia do Sul |
2.3% |
19 |
EUA |
3.6% |
||
20 |
Filipinas |
4.1% |
20 |
Austrália |
2.3% |
20 |
Polônia |
3.6% |
||
21 |
Suécia |
3.8% |
21 |
Colômbia |
2.0% |
21 |
Coréia do Sul |
3.2% |
||
22 |
EUA |
3.6% |
22 |
Japão |
1.5% |
22 |
Cingapura |
2.6% |
||
23 |
Israel |
3.5% |
23 |
México |
1.3% |
23 |
Austrália |
2.3% |
||
24 |
Taiwan |
3.4% |
24 |
Alemanha |
1.3% |
24 |
Índia |
2.1% |
||
25 |
Canadá |
3.3% |
25 |
Venezuela |
1.2% |
25 |
Alemanha |
1.8% |
||
26 |
Alemanha |
3.3% |
26 |
Índia |
1.1% |
26 |
Japão |
1.7% |
||
27 |
Malásia |
3.0% |
27 |
Canadá |
1.0% |
27 |
Itália |
1.7% |
||
28 |
Itália |
2.9% |
28 |
Áustria |
1.0% |
28 |
Rússia |
1.6% |
||
29 |
Áustria |
2.9% |
29 |
França |
0.7% |
29 |
Áustria |
1.5% |
||
30 |
Austrália |
2.8% |
30 |
Suécia |
0.4% |
30 |
Canadá |
1.4% |
||
31 |
França |
2.8% |
31 |
Itália |
0.4% |
31 |
França |
1.2% |
||
32 |
Bélgica |
2.5% |
32 |
Bélgica |
-0.2% |
32 |
Suécia |
0.6% |
||
33 |
Portugal |
2.4% |
33 |
Suíça |
-1.0% |
33 |
Bélgica |
0.3% |
||
34 |
Suíça |
1.6% |
34 |
Taiwan |
-2.2% |
34 |
Suíça |
-0.6% |
||
35 |
Índia |
1.4% |
35 |
Holanda |
-2.3% |
35 |
Holanda |
-1.8% |
||
36 |
Holanda |
1.3% |
36 |
Espanha |
-2.3% |
36 |
Espanha |
-1.8% |
||
37 |
Espanha |
1.1% |
37 |
Dinamarca |
-3.8% |
37 |
Taiwan |
-1.9% |
||
38 |
Dinamarca |
0.9% |
38 |
Hungria |
-4.7% |
38 |
Dinamarca |
-3.3% |
||
39 |
Japão |
0.7% |
39 |
Rússia |
-5.9% |
39 |
Hungria |
-3.6% |
||
40 |
Rússia |
-23.9% |
40 |
Malásia |
-6.5% |
40 |
Malásia |
-4.1% |
||
MÉDIA GERAL |
6.2% |
MÉDIA GERAL |
3.5% |
MÉDIA GERAL |
5.9% |
|||||
MÉDIA DESENVOLVIDOS |
2.6% |
MÉDIA DESENVOLVIDOS |
0.7% |
MÉDIA DESENVOLVIDOS |
1.2% |
|||||
MÉDIA EMERGENTES |
8.6% |
MÉDIA EMERGENTES |
5.3% |
MÉDIA EMERGENTES |
9.0% |
|||||
Obs.: Taxas de juros de curto prazo descontada a inflação apurada pelos índices de preços ao consumidor (Brasil = IPC-FIPE). (1) Inflação projetada de 5% para os próximos 12 meses. |
Projeções para a Economia Brasileira
Máximos e Mínimos das projeções de mercado para a economia em 1999
Projeção mais pessimista |
Projeção mais otimista |
|||||
Projeção |
Data em que foi feita |
Quem fez |
Projeção |
Data em que foi feita |
Quem fez |
|
PIB (Variação % - 1999) |
-6.0% |
28/Jan/99 |
Citibank |
0.5% |
28/Mai/99 |
BNDES |
PIB (Variação % - 2000) |
-2.0% |
28/Jan/99 |
Citibank |
5.1% |
26/Fev/99 |
J.P. Morgan |
Inflação - (IGP-DI / IPC-FIPE - % ano) |
85.0% |
29/Jan/99 |
Lehman Brothers |
6.0% |
21/Jan/99 |
FIPE |
Taxa de câmbio (R$ x US$ - fim de ano) |
3.10 |
29/Jan/99 |
Lehman Brothers |
1.40 |
24 e 28/Jan/99 |
Lloyds Bank |
Taxa de juros (média ano) |
56.0 |
17/Jan/99 |
BCP Securities |
21.0 |
22/Jan/99 |
Firjan |
Desemprego (média ano) |
11.5% |
26/Fev/99 |
J.P. Morgan |
7.8% |
24/Mai/99 |
Citibank |
Resultado Fiscal Primário (% do PIB) |
1.7% |
01/Fev/99 |
Citibank |
3.5% |
05/Fev/99 |
BMC |
Resultado Fiscal Nominal (% do PIB) |
-17.4% |
29/Jan/99 |
J.P. Morgan |
-6.0% |
29/Jan/99 |
Lehman Brothers |
Balança Comercial (US$ Bi) |
(0.6) |
26/Fev/99 |
Fair Corretora |
15.0 |
05/Fev/99 |
FIPE |
Exportações (US$ Bi) |
48.5 |
29/Abr/99 |
BFI (Sudameris) |
61.2 |
17/Jan/99 |
BCP Securities |
Importações (US$ Bi) |
56.8 |
26/Fev/99 |
Fair Corretora |
43.2 |
29/Abr/99 |
BFI (Sudameris) |
Transações Correntes (US$ Bi) |
-27.3 |
04/Jun/99 |
Banco Pactual |
-13.8 |
01/Fev/99 |
Citibank |
Transações Correntes (% do PIB) |
-4.7% |
04/Jun/99 |
Citibank |
-2.0% |
29/Jan/99 |
Lehman Brothers |
Reservas (US$ Bi) |
18.6 |
01/Fev/99 |
Citibank |
63.8 |
04/Jun/99 |
West LB |
(Tabelas Oferecidas por Placas do Paraná - Projeções e Juros.)
DÓLAR: A AMEAÇA QUE PAIRA SOBRE O MERCADO
Por Márcio Noronha - Revista TIMING 33 - 13/03/99.
Examinando o gráfico do dólar futuro, vencimento julho, chamou minha atenção a coincidência do desenvolvimento de uma possível formação de Cabeça e Ombros, antagônica à do Bovespa.
Pensando a respeito, a primeira coisa que me ocorreu foi a imagem do Bovespa cortando a linha de pescoço para baixo e o dólar para cima. Será que uma subida do dólar provocaria uma queda na Bolsa?
Anteriormente, quando o dólar explodiu para cima, o mercado fez o mesmo, pois os preços ficaram muito baratos. Será que agora teríamos um movimento similar? Acredito que não, pois agora as ações estão com seus preços ajustados a esta nova realidade cambial. Uma subida do dólar, nesta altura do campeonato, soaria mais como sinal de problemas e provavelmente derrubaria os preços das ações.
Se o dólar futuro ultrapassar os 1,87 deverá subir, num primeiro momento, até a resistência de 1,935, provavelmente atingindo a faixa de 2, que representa 50% de retração da correção de 73% do fundo de 1,438 até o topo de 2,332 (em valores corrigidos para o vencimento julho).
Portanto, é bom ficar de olho no câmbio futuro. Pistas direcionais da Bolsa podem surgir daqui!
RECOMENDAÇÕES
O mercado acionário quase sempre se antecipa aos fatos econômicos. Isto pode ser observado no movimento das bolsas brasileiras neste primeiro semestre de 1999. Com a queda da inflação e o recuo do dólar parece que os investidores precisam de novas motivações. A formação gráfica do IBOVESPA e das blue-chips parecem dar sinais de baixa para os próximos meses. Mas como todo consenso é burro o mercado pode surpreender. Consideramos um forte sinal baixista o IBOVESPA abaixo dos 10560 pontos.
Para quem ainda não entrou o mais sensato, no momento, é continuar fora. Para quem está com lucro, recomendamos realizar e aguardar sinais mais fortes de alta. Quem está no prejuizo, não cometa o erro de comprar mais e considere a possibilidade de vender suas posições e tirar umas férias para recuperar o controle da situação.
O fim da era TELEBRAS/Recibos está bem próxima. Nos parece bem claro que o mercado deverá se tornar menos concentrado daquí para frente, o que será muito saudável. Devem provavelmente encabeçar os negócios na BOVESPA os papéis de ELETROBRAS (até concluir a privatização), PETROBRAS, TELESP, EMBRATEL, BANCO DO BRASIL.
FIM
.