Após um final de ano conturbado em função da crise que se abateu sobre o sudeste asiático e ameaçou contaminar outras regiões do planeta - inclusive a América Latina - as atenções em 1998 deixarão de se concentrar apenas nas variáveis políticas e macroeconômicas brasileiras, atingindo um amplo cenário global, com atenção redobrada a fatores que antes eram apenas superficialmente monitorados, como a evolução da taxa de juro americana, das moedas dos principais países do mundo, o comportamento da Bolsa de Nova York, e a evolução da reestruturação econômica do Sudeste asiático. No Brasil, a agenda de 1998 estará centrada no âmbito político, devido às eleições de outubro. Do ponto de vista econômico, devemos continuar atentos ao ritmo de aprovação das reformas constitucionais, política cambial, trajetória de redução das taxas de juros, evolução dos déficits público e em conta-corrente, fluxo cambial, recomposição do nível de reservas internacionais, etc.
Este trabalho pretende apresentar um
cenário para as principais variáveis que dominarão
o cenário político-econômico para 1998. Para
se chegar aos resultados obtidos neste estudo, quatro premissas
básicas foram consideradas, de acordo com a seguinte ordem
de importância:
1) Arrefecimento gradual da crise asiática, com retomada da oferta de liquidez internacional aos países emergentes;
2) Manutenção da atual política cambial;
3) Reeleição de FHC;
4) Manutenção do cronograma
de privatização;
PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS
PARA 1998
PIB | |||
DESEMPREGO (média ano-IBGE) | |||
DÉFICIT PÚBLICO OPERACIONAL | |||
DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL | |||
EXPORTAÇÕES (US$ bi) | |||
IMPORTAÇÕES (US$ bi) | |||
BALANÇA COMERCIAL (US$ bi) | |||
BALANÇA DE SERVIÇOS (US$ bi) | |||
TRANSAÇÕES CORRENTES (US$ bi) | |||
TRANSAÇÕES CORRENTES (% PIB) | |||
RESERVAS INTERNACIONAIS (US$ bi) | |||
INFLAÇÃO (INPC / IBGE) | |||
INFLAÇÃO (IGP-M / FGV) | |||
JUROS NOMINAIS | |||
CÂMBIO | |||
JURO REAL (SOBRE O CÂMBIO) |
1) CENÁRIO POLÍTICO
De maneira geral, apesar das dificuldades políticas e econômicas, FHC sai da recente instabilidade mais fortalecido em suas pretensões quanto à reeleição. Pesquisas recentemente realizadas mostraram que o apoio da população ao governo e ao Plano Real pouco se alterou, mesmo após a adoção de medidas altamente impopulares, como o aumento das taxas de juros e a implantação do pacote fiscal, que incluiu aumento de impostos. Também a crise externa ajudou substancialmente o governo na implementação das urgentes reformas que pareciam estar sendo postergadas para um possível segundo mandato.
Neste momento, temos a impressão que novamente caminhamos para uma polarização ideológica entre as candidaturas de FHC e Lula. O candidato do PT deve utilizar como principal discurso de campanha o fraco desempenho econômico e o consequente aumento do desemprego em 98. Por outro lado, o governo tentará se beneficiar do consenso formado em torno da necessidade de manutenção da estabilidade, aliado ao alto grau de rejeição de Lula, à dificuldade de articulação dos partidos de esquerda em uma ampla frente de oposição, e à provável melhora da atividade econômica no segundo semestre. Estes fatores combinados transformam o presidente FHC no favorito das eleições de outubro.
Com relação às reformas
constitucionais, no último trimestre houve um notável
avanço, particularmente em função do temor
de alastramento da crise asiática. Dessa forma, podemos
imaginar como possíveis as aprovações ainda
antes das eleições, das reformas administrativa
e previdenciária. Já a reforma tributária,
por ser mais polêmica e complexa, ficará para um
eventual segundo mandato, com o governo aproveitando o ano para
formatar a proposta final e iniciar o trabalho de conscientização
da opinião pública e dos parlamentares.
Andamento das reformas constitucionais
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Administrativa |
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Previdenciária |
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Tributária |
|
2) ATIVIDADE ECONÔMICA
A atividade econômica deve sofrer sensivel redução nos primeiros meses do ano, em função do aumento das taxas de juros, da retração do nível de concessão de crédito por parte dos bancos, da maior dificuldade na obtenção de crédito externo, e da redução dos gastos do governo após o pacote fiscal de Novembro. Outro fator importante na determinação do nível de atividade nos próximos meses será a expectativa dos agentes econômicos. Desta forma, é possível que os resultados acima do previsto registrados pelo comércio no Natal possam contribuir para atenuar a queda do nível de atividade no primeiro trimestre.
O impacto das retração econômica será maior nos setores mais dependentes do crédito, como eletroeletrônico e automotivo. Já a agricultura deverá apresentar melhor performance, já que até o momento foi pouco impactada pelo fenômeno "El niño". Entre os setores mais beneficiados estão o de bens de capital e, principalmente, o de construção civil, pois em ano de eleições pode ser interessante para o governo estimular um setor que, além de empregar mão-de-obra intensiva, não gera pressão sobre as importações.
Todavia, a duração da retração
econômica dependerá do comportamento das contas externas
e da sua perspectiva de financiamento. Com a redução
esperada dos juros, o nível de atividade deve começar
a se recuperar já a partir do segundo trimestre.
Evolução anual da Taxa de crescimento do PIB
Ano | ||||
1995 | ||||
1996 | ||||
1997 (*) | ||||
1998 (*) |
(*) Projeções
3) DESEMPREGO
Em função do quadro acima descrito, haverá redução no nível de emprego da Economia. Esta redução, porém, dependerá da evolução da retomada do crescimento econômico (leia-se queda dos juros) e do tamanho da retração a ser observada no primeiro trimestre. Outro fator importante é a possibilidade de demissões no setor público, após a aprovação da reforma administrativa.
De qualquer forma, parecem um pouco exageradas as previsões recentemente realizadas de índices de desemprego (IBGE) em torno de 8% (alguns economistas chegaram a prever 10%), tendo em vista que representaria um aumento de 50% sobre o índice de novembro que foi de 5,35%, ou de 31% sobre o índice de junho, o maior de 97, que foi de 6,09%.
4) POLÍTICA FISCAL
O recente pacote fiscal, lançado pelo governo em outubro, com expectativas de ganhos da ordem de R$ 19,7 bilhões, devem fazer com que em 98 tenhamos o melhor resultado fiscal desde a implementação do Plano Real, mesmo considerando um forte aumento nas despesas com o financiamento da dívida pública, em função da elevação das taxas de juros. Este aumento, porém, não será suficiente para anular o ganho a ser obtido com as medidas de ajuste fiscal. Dessa forma, deverá ser mantida em 98 a tendência de redução do déficit público observada nos últimos anos, desde a implementação do Plano Real.
A médio/longo prazo (a partir de 99),
o futuro das contas públicas dependerá de dois fatores
básicos: 1) a aprovação das reformas administrativa
e previdenciária, para reduzir os gastos do governo, e
tributária/fiscal, para aumentar a arrecadação,
através da otimização do sistema tributário
via redução do nível de sonegação,
e 2) manutenção no poder após as eleições,
de lideranças no âmbito estadual e municipal comprometidas
com o saneamento das contas públicas.
Vide os exemplos de São Paulo, Bahia e Ceará.
5) PRIVATIZAÇÕES
Em 98, a arrecadação do governo decorrente da privatização de empresas estatais baterá todos os recordes. Podemos estimar que a venda de empresas estatais, principalmente dos setores de telecomunicações, energia elétrica e bancário, gerem receitas próximas a R$30 bilhões aos cofres do governo. Mesmo com a recente queda dos preços das ações em função da crise asiática, podemos continuar otimistas com relação aos volumes a serem arrecadados e ao cumprimento do calendário de privatizações. Basta olhar para os leilões recentes (CPFL, Enersul, Cemat, Meridional) que perceberemos que os ágios sobre os preços mínimos foram tão elevados quanto nas privatizações anteriores à crise, mostrando que, os investidores continuam atraídos por investimentos de longo prazo no país, fazendo uma perfeita diferenciação entre o preço depreciado das ações e o valor real e potencial dos ativos que estão comprando.
A privatização também
contribuirá para a manutenção da atual política
cambial em 1998, uma vez que boa parte dos recursos arrecadados
virá do exterior, ajudando a financiar o déficit
em conta-corrente. Outro fator importante, será a utilização
dos recursos arrecadados com a privatização para
o abatimento do estoque da dívida pública. Se considerarmos
uma arrecadação de R$ 30 bilhões (cerca de
4% do PIB), as receitas oriundas da privatização
anularão o déficit público em 98, contribuindo
para a manutenção da dívida líquida do setor público
em um patamar razoável, próximo a 34% do PIB.
Expectativa de arrecadação com privatização em 1998
Esfera |
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Governo Federal |
| ||
Governos Estaduais | |||
Total |
6) INFLAÇÃO
Novamente os índices de inflação voltaram a surpreender positivamente em 97, com os principais índices de preços ao consumidor fechando em torno de 4,5%, contra as previsões de cerca de 7% feitas no início do ano. Curiosamente, a queda só não foi maior devido à atuação do próprio governo, que aproveitou o ano para recompor os preços das tarifas públicas. Em 1997 houve também uma maior convergência entre os ítens que compõem a inflação. Os serviços que vinham apresentando as maiores elevações nos anos anteriores como saúde, aluguéis e despesas pessoais convergeram para níveis próximos aos da inflação média. Já o ítem vestuário, voltou a apresentar deflação pelo segundo ano consecutivo (-3,14% em 96 e -5,82% em 97, segundo a FIPE).
Em 98, a inflação continuará
a convergir para os patamares dos países desenvolvidos,
devendo se situar entre 3% e 4%. Já não existem
mais os velhos temores do passado, como tarifas públicas
defasadas, reindexação devido a aumentos salariais,
e aumentos de preços em setores que não sofrem concorrência
e tarifas públicas. Além disso, as recentes medidas
tomadas pelo governo (aumento dos juros e pacote fiscal) devem
contribuir ainda mais manter a inflação sob controle,
através da retração econômica.
7) TAXAS DE JUROS
Uma dos aspectos determinantes do nível de atividade econômica em 98 é o ritmo de redução das taxas de juros a ser praticado nos primeiros meses de 1998. De maneira geral existe um certo consenso de que, até julho/agosto, as taxas deverão retornar ao patamar anterior ao da crise asiática. A questão principal é quão acentuada será a curva desta trajetória de queda.
Sem dúvida, o melhor cenário para uma redução rápida das taxas seria uma forte recuperação do fluxo de capitais, aliada a uma gradual acomodação na crise asiática, eliminando os riscos de contágio à outros países. Também devem ser levados em conta a política de juros a ser praticada pelo FED para os EUA, e o comportamento da bolsa de Nova York.
Porém, com exceção do
fluxo cambial, que vem apresentando melhoras progressivas e surpreendentes,
há ainda um forte conjunto de incertezas com relação
às outras três variáveis, o que deve fazer
com que o BC promova uma redução gradual das taxas.
8) CÂMBIO
Apesar da forte pressão a que foi submetida nos piores momentos da recente crise (principalmente entre a última semana de outubro e a primeira de novembro), não devemos esperar para 1998 uma mudança na política cambial, centrada nas desvalorizações mensais em torno de 0,6%.
Quem sabe, com uma maior tranquilização
do cenário externo, o BC possa acelerar este nível
de desvalorizações para 0,8% ou até mesmo
1%, reduzindo o tempo necessário para se corrigir uma eventual
sobrevalorização do Real, e ao mesmo tempo recompondo
um pouco o nível relativo do preço de nossa moeda,
tornando nossos produtos mais competitivos no exterior. Porém,
deve-se levar em consideração que uma eventual aceleração
do atual ritmo de desvalorização cambial, combinado
com a aceleração da queda nas taxas de juros reduziria
o cupom cambial, afetando negativamente o fluxo de capitais.
9) BOLSAS
Desde o início da fase mais aguda da crise asiática (22 de outubro) as bolsas brasileiras apresentaram uma das piores perfirmances entre as principais bolsas do mundo, com altíssima volatilidade, aliada a fortes quedas nos preços. Porém, em dezembro, com o cenário começando a se normalizar, viu-se uma aceleração dos investidores no sentido de recompor suas carteiras, aproveitando-se do baixo preço das ações. Para 1998, a privatização dos setores elétrico e de telecomunicações, aliado a perspectiva de reeleição de FHC, à trajetória de redução das taxas de juros (quanto mais rápido cairem, melhor), e à aceleração do ritmo das reformas devem fazer com que o preço das ações retornem aos níveis pré-crise.
Obviamente, esta recuperação
não se dará de forma homogênea. Novamente,
as bolsas serão impulsionadas pelas ações
de empresas estatais, notadamente dos setores de Telecomunicações
e Energia elétrica. Ações de empresas do
setor privado devem se tornar mais atrativas por volta do segundo
semestre, com uma melhor percepção do ritmo de recuperação
da atividade econômica.
Variação das principais bolsas do mundo em 1997
10) BALANÇA COMERCIAL
Em 97, as projeções inicialmente feitas sinalizavam um déficit na balança comercial entre US$ 10 e 12 bilhões, e, em alguns casos chegando a US$ 15 bilhões. Particularmente no final do ano percebemos uma melhora sensível no comportamento das importações e exportações.
Levando-se em conta o cenário de retração econômica que se delineia para 98, e considerando-se os coeficientes de elasticidade entre exportações, importações, crescimento do PIB e evolução da taxa de câmbio, podemos esperar um razoável crescimento das exportações, liderado principalmente pelos produtos manufaturados e semi-manufaturados, tendência que já se manifestava nos últimos meses de 1997. Pelo mesmo modelo, as importações apresentariam redução, principalmente nos bens de consumo e combustíveis. Isto deve ser suficiente para reduzir o déficit comercial de US$ 8,5 bilhões em 97, para US$ 3,4 bilhões em 98.
Do ponto de vista cambial, a despeito de a
moeda brasileira apresentar alguma sobrevalorização,
as recentes e fortes desvalorizações das moedas
da Coréia, Indonésia, Malásia e Tailândia
pouco deverão impactar na balança comercial brasileira,
pois o nosso intercâmbio comercial com esses países
é bastante reduzido, além de não competimos
diretamente com eles por mercados significativos. Outros países
asiáticos, como Taiwan, Cingapura, Hong Kong e China, muito
mais importantes no nosso relacionamento externo, pouco desvalorizaram
as suas moedas, sendo que os dois últimos continuam com
taxas de câmbio fixas. De toda a forma, pela possibilidade
de um maior impacto em nossa balança comercial, devemos
acompanhar com muita atenção a trajetória
do Iene Japonês, e das moedas européias.
Exportações
Em 97, as exportações de produtos manufaturados e semi-manufaturados foram beneficiadas pela desaceleração econômica a partir do terceiro trimestre, pela concessão de financiamentos a exportação e pela recuperação gradual do câmbio. Para 98, com a retração econômica, aliada às desvalorizações cambiais, à melhoria das condições de logística, à atuação financiadora do BNDES e do Banco do Brasil deverão contribuir para elevar as exportações em 7%, passando de US$ 53,6 bilhões em 97 para US$ 56,7 bilhões em 98.
Com relação aos produtos básicos,
apesar do provável aumento na quantidade a ser exportada,
não teremos uma receita de exportação crescendo
na mesma ordem, uma vez que o preço de importantes commodities
agrícolas brasileiras (principalmente soja e café)
estão em queda. Desta forma, não repetiremos em
98 a excepcional performance dos produtos básicos em 97,
quando registraram expansão superior a 20%.
Importações
As importações deverão atingir US$ 60,1 bilhões em 98, apresentando redução de 2,3% em relação a 97, em função da redução do ritmo de atividade econômica, aliado à entrada em vigor da elevação de 3% na Tarifa Externa Comum do Mercosul.
Se observarmos o comportamento das importações em 97, perceberemos que os Bens de capital lideraram a expansão das importações, o que deve se repetir este ano, em função da demanda criada pelos investimentos derivados das privatizações, mas não na mesma magnitude.
As importações de bens de consumo, que já vinham declinando sensivelmente nos últimos meses, serão particularmente atingidas pela retração da atividade econômica. Pelo mesmo motivo, não deveremos esperar
oscilações nos volumes de importações de matérias primas e produtos industrializados.
Com relação aos combustíveis
e lubrificantes, o aumento da capacidade de produção
interna (vide os recentes recordes obtidos pela Petrobrás
na produção de petróleo), aliado a um arrefecimento
da demanda devem contribuir para uma queda significativa nas importações.
11) TRANSAÇÕES CORRENTES
A melhora a ser observada na balança comercial, aliado à redução do volume de gastos com viagens ao exterior serão os principais fatores para a
redução do déficit em conta-corrente, que deverá cair de cerca de 4,2% em 97 para 3,5% em 98.
Como descrito no item anterior, a balança comercial deverá contribuir com uma redução de US$ 5,1 bilhões no déficit em conta-corrente. No que
tange à balança de serviços, somente o item viagens internacionais deve apresentar redução representativa, em função da retração econômica e da política de maior incentivo ao turismo nacional.
Porém, o déficit em conta-corrente
continuará a ser um obstáculo para o governo no
futuro, pois a melhora que veremos em 98 não deve se manter
no longo prazo, pois ocorrerá em função do
menor déficit comercial, que nos últimos anos tem
respondido por apenas 25% do déficit total em conta-corrente.
Ao contrário, o déficit da balança de serviços,
que responde por 80% do déficit total em conta-corrente
continuará a aumentar em função da expectativa
de aumento dos gastos futuros com pagamentos de juros, remessas
de lucros e dividendos, e menores gastos com transportes. Esta
situação manterá o país dependente
do fluxo de capital externo nos próximos, restando ao governo
duas alternativas: tomar medidas que visem reverter o enorme déficit
na balança de serviços, ou gerar superávits
na balança comercial grandes o suficientes a ponto de neutralizar
o déficit nos serviços, o que só seria possível
mediante modificação na atual política cambial.
12) NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO EXTERNO
Em 98, deveremos ter uma sensível melhora na necessidade de financiamento externo do Brasil, quando comparado a 97, ano em que se conjugaram um déficit em conta corrente de US$ 33,8 bilhões e um volume de amortização de dívida externa de US$ 23 bilhões, resultando em uma necessidade de ingresso estrangeiro da ordem de US$ 56,8 bilhões. Em 1998, teremos uma redução do déficit em conta-corrente (US$ 27,4 bilhões), conjugada a uma menor pressão de amortização de dívida (US$ 17 bilhões), gerando uma necessidade de captação total de US$ 44,4 bilhões.
De toda forma, mesmo com uma queda de US$
12,4 bilhões ou 22%, as necessidades de financiamento externo
continuam bastante elevadas. Todavia, haverá uma melhora
no perfil do financiamento externo. Em 97, US$ 15 bilhões,
ou 27% do total da nossa necessidade derivaram
de investimentos diretos. Em função
das privatizações, estes investimentos devem
atingir US$ 19
bilhões em 98,
o que corresponderá a 43% de
nossa necessidade total de captação externa. Desta
forma necessitaremos do ingresso de pouco mais de US$ 25 bilhões
para manter estáveis nossas reservas cambiais, o que acontecerá
sem maiores problemas, salvo alguma turbulência internacional
grave, que afete a possibilidade de financiamento dos países
emergentes.
Necessidades de financiamento externo em US$ bilhões
PLACAS DO PARANÁ S.A.
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