A linhagem dos hidroaviões FBA remonta às primeiras experiências realizadas em 1911, em França, por François Denhaut, que concebeu o primeiro biplano de "cocque" (casco).

Um segundo modelo, testado por Denhaut no Sena em 13 de Abril de 1912, proporcionou várias descolagens e amerissagens: tinha nascido o primeiro "barco voador". Tratava-se de um biplano com hélice propulsora colocada imediatamente atrás do bordo de fuga da asa superior. A motorização era um Gnome de 50 cv.

Não possuindo recursos suficientes, Denhaut associou-se a Jacques Donnet para o desenvolvimento deste novo conceito, e os modelos seguintes vieram a ser designados segundo o nome do financeiro. Surgem assim os Donnet-Lévêque, o Levêque, e depois a nova designação F.B.A. - Franco British Aviation. Considerando as diversas variantes, o F.B.A. foi o modelo mais produzido durante a guerra e também o mais copiado. Foi no F.B.A que os engenheiros Karl Paulal e Leopold Baner, trabalhando para a firma austro-hungara Lohner, se inspiram para construir o Lohner tipo 1913, com motor Gnome de 100 cv, e mais tarde o Lohner tipo T.

No início da guerra os italianos capturam intacto um Lohner L.40 que Macchi copia integralmente e equipa com um motor Fraschini de 150 cv, batizando-o L.1, e que inicia uma importante linhagem de modelos Macchi.

Também na Russia o Grigorovitch M.5 se inspirou directamente no F.B.A.

Em Portugal os primeiros F.B.A. foram recebidos em Janeiro de 1917, dois exemplares do tipo B, com o motor Gnome de 100 cv. e com os quais se inicia a "Aviação Naval" no nosso país. A sua montagem foi feita em Portugal. Em 1918 foi inteiramente construído, no Centro de Aviação Marítima de Lisboa, um terceiro F.B.A.

O F.B.A. tipo B, com a matrícula "2" (número do construtor: 203)

Actualmente em exposição no Museu da Marinha, em Lisboa

Fonte:Os aviões da Cruz de Cristo de M.C.Lopes e J.M.R.Costa